Segundo fez eco o Diário
de Notícias online, na localidade
catalã de Polinyà/Catalunha/Espanha, um cão esquecido numa varanda dum 3º andar
por várias horas, debaixo de calor intenso, acabou por saltar dela abaixo antes
dos bombeiros poderem efectuar o seu resgate, ficando a dever a vida a um
estendal de roupa que lhe amortizou a queda. As autoridades daquele município
divulgaram um vídeo no Facebook relativo a este episódio, no intuito de alertarem
os seus cidadãos contra os maus tratos e o abandono dos animais. A acção do
cão, longe de ser considerada suicida, poderá ter resultado de alguma carência social
e/ou relacionada com o seu instinto de sobrevivência, porque os cães não
procuram o suicídio e apenas enfrentam a morte para protegerem/salvaguardarem a
sua vida e a dos seus, podendo incluir-se nisto a pessoa dos seus donos, como
tantas vezes temos ouvido e visto, prova da sua inteligência instintiva, bem
acima da encontrada nalguns mafarricos que se estoiram na esperança de encontrarem
noutra vida os favores de 70 virgens, estes sim, verdadeiros tontos e suicidas,
porque glorificam a morte em detrimento da vida.
Por cá e por falar
em suicídio, saiu recentemente um romance da autoria do portalegrense Rui
Cardoso Martins: “E SE EU GOSTASSE
MUITO DE MORRER”,
editado pela Dom Quixote e que aborda o tema do suicídio humano para além do
Tejo que, como é sabido, acontece seis vezes mais que no restante território
nacional, livro que vale a pena ler (já o fizemos) e que realça aspectos
importantes sobre a patologia presente nalguns alentejanos, que ao contrário
dos terroristas, preferem matar-se que matar. O romance, outra coisa não seria de
esperar pela sua natureza, não aponta causas ou razões científicas para o
facto. Mais do que falar da morte, o autor acaba por realizar uma autópsia
pormenorizada e bem conseguida. A leitura da obra é agradável e torna-se
descontraída, plena de verdades que reflectem a idiossincrasia e a cultura intrínseca
daquelas gentes como factores indutores ao suicídio.
Poderão também os
cães ser induzidos ao suicídio? Sem dúvida e todos os dias muitos morrem assim!
Dificilmente se suicidarão pelas suas expectativas e facilmente o farão por
ingerência humana, que ao aproveitar-se da sua lealdade e condição animal,
mercê de uma investidura repetitiva e com um final feliz, leva-os a dispor da
sua vida sem saber ao que marcham, loucura que até aqui tem privilegiado o
ataque ao invés da salvaguarda dos cães de guarda (civis e militares), prática
que deverá ser amplamente denunciada e abandonada, por razões que a Carta dos
Direitos do Animal bem denuncia. Todavia, compreendemos mais facilmente um cão
que morre vítima de engano que um homem que se deixa enganar, porque o animal
parte em função do que viu e experimentou, e o homem-bomba do que nunca viu e que dificilmente verá, residindo nisto a diferença de fé neles presente.
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