Esta é
uma questão que nos é colocada ciclicamente pelos nossos leitores e que mais
uma vez deu entrada na nossa caixa de correio. As cadelas agem assim quando a
maternidade que lhes foi atribuída não apresenta condições para tal (escassez
de comida, microclima adverso, espaço demasiado aberto, ausência de limpeza,
etc.), é demasiado exposta ou sujeita a intromissão continuada, tanto pelos
donos como por estranhos. Poder-se-á falar aqui de um resquício atávico, porque
todos os canídeos selvagens, lobo inclusive, procedem do mesmo modo no período
de reprodução, procurando outras áreas para evitarem a interacção com os seres
humanos por se sentirem mais vulneráveis. As cadelas a quem repetidamente
roubaram ou mataram os filhos, mercê dessa experiência, tendem também a
esconder os cachorros e a transportá-los para locais mais seguros, procedendo
do mesmo modo quando em ninhadas anteriores viram morrer toda a sua prole.
Como a evasão da matriarca
e o consequente transporte dos cachorros acontecem geralmente entre a nascença
e a 3ª semana de vida dos filhotes, altura em que vivem exclusivamente do leite
materno, importa deixar a cadela à vontade nessa altura e importuná-la o menos
possível, para que se sinta cómoda nos seus afazeres, ali permaneça até ao
desmame e não encontre razões para se evadir. Chegada a altura do desmame,
porque é humano-dependente em matéria de sobrevivência, a cadela afastar-se-á
mais dos cachorros e procurará a nossa ajuda para os alimentarmos e procedermos
à limpeza do habitáculo. O período mais crítico de ansiedade nas matriarcas
acontece nos 3 primeiros dias de vida dos cachorros, pelo que não deverão ser
incomodadas, a menos que seja necessário tirar um nado-morto ou algum cachorro
que não sobreviveu. Nestes casos importa fazê-lo longe da vista das cadelas,
para que não vejam o que fazemos e venham a tomar atitudes mais extremadas (ex:
canibalismo).
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