Um tal de John Stone, lá para as Ilhas Britânicas,
atormentado pelos filhos que pretendiam adquirir um cão, decidiu redigir e
fazer um contrato com eles, tornado público através do Reddit, para ir ao
encontro dos seus desejos (na foto acima), seguindo o princípio de “tomem lá o
cão e não me chateiem”. Como o referido contrato é pouco visível e legível,
aventurámo-nos a traduzi-lo apressadamente para os nossos leitores, tendo o
cuidado de torná-lo perceptível para os leitores de língua portuguesa (oxalá o
consigamos):
CONTRATO DE CÃO DE FAMÍLIA
Podemos ter um cão se todos concordam com seguintes
termos:
1. O Pai nunca tem que apanhar o cocó do cachorro.
Sempre. O cocó do cachorro deverá ser apanhado pelas crianças três vezes por
semana para satisfação do Pai.
2. O cão deverá ser ensinado a fazer cocó no pátio
lateral (contra as rochas da cerca da Bárbara). Todos os membros da família
concordam que esse cocó está a mais, pelo que não será tolerado em qualquer
parte dos relvados dianteiro e traseiro.
3. O cão deve ser pequeno e apesar até 6 kg.
4. O cão não deve urinar pela casa fora.
5. O cão não deverá babar-se ou ter o nariz a
escorrer. Todas as partes concordam que cães assim são negligentes.
6. O cão não poderá arranhar o chão. O Pai não sabe
como isso pode ser evitado, se juntando-lhe as unhas, tirá-las cirurgicamente,
se arranjando-lhe botas. Todas as partes concordam que o cão pode arranhar o
chão.
7. O Pai nunca terá que dar banho ao cão. Também, se o
Pai detectar que o cão cheira mal, as crianças terão que lhe dar banho nas
próximas 24 horas.
8. Caso
o cão faça alguns estragos dentro de casa e os produtos de limpeza de nova
geração não resultarem, o uso de substâncias químicas nocivas está autorizado para
tirar manchas e odores.
9. O pai tem o poder de veto irrestrito sobre o nome
do cão (pode vetar o nome dado pelas crianças ao cão).
10. Não será distribuída comida de gourmet ao cão nem
dieta especial para cães. Todas as partes concordam que o antigo alimento para
o cão é suficiente.
11. O cão nunca poderá ser referido (tratado) como se
fosse um filho ou um irmão. Todas as partes concordam que um cão é um cão.
12. O nome do cão não deverá ser incluído no cartão de
natal da família, pelo que a sua presença será meramente acidental - o cão não deverá
ser o motivo principal duma foto.
13. As crianças prometem nunca deixar de amar o cão ou cansarem-se dele. Todas
as partes concordam que o cão é a sua primeira responsabilidade e sê-lo-á
enquanto viver.
Depois dum contrato destes, até porque dizem que o nº 13 dá azar, as
crianças deveriam a acrescentar-lhe mais um termo – o 14º: “Na impossibilidade
das crianças adquirirem um cão capaz de honrar o presente contrato ou de serem
incapazes de honrá-lo, solicitam a substituição do seu pai por outro que seja
mais amigo dos cães e disponível para as ajudar. Todas as partes concordam com
este termo”. É evidente que a presença de um cão irá ajudar as crianças a serem
mais responsáveis, mas não exageremos! Pedir-se-á tal a um adolescente, jamais
a uma ou mais crianças, muito embora "de pequenino se torça o pepino".
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