Uma pista táctica bem
desenhada, construída e equipada oferece três níveis de trabalho: um à superfície,
outro subterrâneo e um terceiro destinado às passagens aéreas, havendo nos três
esconderijos, aparelhos e labirintos próprios para o exercício da pistagem, do resgate
e do salvamento, visando o melhor desempenho canino e a sua prestação por toda
a parte. Um dos obstáculos menos vistos ao nível de superfície é a piscina,
normalmente substituída por sucessivas deslocações aos rios e ao mar. É
obrigação do adestramento adaptar os cães para o maior número de situações que
irão ter pela frente ao acompanharem os seus donos, independentemente da sua
categoria ou serviço.
Um dos obstáculos/aparelhos
em falta nas poucas pistas tácticas que temos é a “Passadeira de Corda”,
substituída um pouco por toda a parte pela “Ponte de Corda” por razões
logísticas. A “Passadeira de Corda”, como o próprio nome indica, é uma
passadeira com um comprimento relativo à área disponível, elevada do solo a
diferentes alturas no seu trajecto, de 1 a 5 metros do solo, suspensa por
cordas e com um piso de tábuas separadas de 25 a 50 centímetros, com uma
largura também de 25 a 50 cm, cujas paredes laterais são praticamente
inexistentes e que procura o equilíbrio dos cães diante duma oscilação
constante e previamente calculada, lembrando em tudo as passagens existentes
entre penhascos no Oriente e num ou noutro país montanhoso da América Latina,
cuja tradição remonta à Época Inca. Os cães deverão ser introduzidos nela por
uma miniatura próxima do solo ou na sua parte mais baixa, onde o auxílio dos
donos se fará presente. A “Passadeira de Corda” tanto poderá interligar
diferentes obstáculos como garantir diferentes entradas e saídas.
Podemos ver passadeiras
idênticas em “Parques de Aventura” para crianças e jovens ou em exercícios de
instrução militar. Em sua substituição é comum ver-se a “ponte de corda”, que
se baloiçar alcança a designação de “swing”, servindo ela como aparelho
introdutor àquela que substitui. Nas fotos abaixo podemos ver dois tipos de
pontes diferentes, cuja execução por parte dos cães é fácil e praticamente
isenta de riscos.
Para aqueles que levam a
sua profissão com seriedade, que tudo fazem pela salvaguarda dos cães e que os
adequam para as actividades ou serviços dos seus donos, amantes das pistas
tácticas e apostados no seu melhor apetrechamento, adiantamos os seguintes
quatro modelos que a nosso ver são os mais indicados para os propósitos
enunciados.
Por falarmos em pistas
tácticas, dói o coração e ofende a memória ver o estado em que se encontram algumas
ainda existentes em unidades ou subunidades militares, abandonadas, carentes de
reparo e de actualização, perdidas no tempo e entregues aos pardais, museus
degradados de ignotos binómios outrora famosos. Estarão à espera doutro Conde
de Lippe para as reabilitar ou de algum subsídio europeu que está para chegar?
Enquanto esperam outros não as dispensam e continuam a progredir.
Ter uma pista táctica e
não ter uma “Passadeira” ou “Ponte de Corda” é um contra-senso, uma lacuna que
espelha a falta de cuidado de quem ensina, que a breve trecho virá a ser
ultrapassado. Estamos cá para capacitar, não para ludibriar cães e enganar donos.
O ensino de plataformas e pontes oscilantes é matéria obrigatória para os cães
de utilidade, uma das etapas que terão de vencer e que melhor os capacitará.
Mãos à obra!
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