quinta-feira, 21 de julho de 2016

IGNORÂNCIA LEVA A RESGATE CANINO NOS MONTES GOLÃ

Três bem-intencionadas senhoras decidiram escalar os Montes Golã em Israel na companhia de dois cães, num terreno pedregoso, com a temperatura acima dos 30º graus celsius e com um baixo percentual de humidade, num ecossistema que lembra o clima e a geografia aqui encontrados nas serrarias das Beiras na época estival. Em determinado momento, exaustos e feridos nas patas, os animais cessaram a marcha e deitaram-se no chão, não tendo as suas companheiros como demovê-los das suas intenções, porque não se levantavam e dali não davam nem mais um passo. Os cães acabaram por ser resgatados por uma equipa de socorristas de montanha, que se viram obrigados a transportá-los à padiola, monte abaixo, numa maca própria para resgate de sinistrados de montanha. Os sinistrados foram tratados e já se encontram recuperados. Uma das proprietárias caninas adiantou que para a próxima vez, quanto retornar àqueles Montes, munirá o seu cão de botas para evitar que o sucedido se repita, botas que fazem parte do equipamento obrigatório dos cães de guerra israelitas quando trabalham naquelas paragens ou noutros locais com as mesmas dificuldades e características.
Pelas imagens e pormenores divulgados pelas agências noticiosas internacionais os cães dois eram braquicéfalos e pesados (um deles tinha 65 kg), o que tornou aquele passeio de alto risco para eles, considerando a altitude, as suas tradicionais dificuldades respiratórias, a rarefacção do oxigénio, a alta temperatura, a pouca humidade e o tipo de solo, detalhes que não deviam ter passado pela cabeça daquelas simpáticas escaladoras, provavelmente mais empenhadas em desfrutar a paisagem.
Problema idêntico poderão enfrentar os nossos cães nesta época do ano, quando convidados a acompanhar os seus donos pelas serrarias do interior Norte e Centro do País, onde o calor seco e impiedoso aperta, a humidade é menor que no litoral e os pisos são igualmente pedregosos. Como o uso de botas nos cães é raríssimo entre nós, caberá às escolas caninas alertar para a sua necessidade e benefícios, convidando os donos a colocá-las nos seus companheiros e dando-lhes algumas aulas com elas postas para que se acostumem, trabalho que deverá terminar antes de partirem para férias. 

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