Três bem-intencionadas
senhoras decidiram escalar os Montes Golã em Israel na companhia de dois cães, num
terreno pedregoso, com a temperatura acima dos 30º graus celsius e com um baixo
percentual de humidade, num ecossistema que lembra o clima e a geografia aqui
encontrados nas serrarias das Beiras na época estival. Em determinado momento, exaustos
e feridos nas patas, os animais cessaram a marcha e deitaram-se no chão, não
tendo as suas companheiros como demovê-los das suas intenções, porque não se
levantavam e dali não davam nem mais um passo. Os cães acabaram por ser
resgatados por uma equipa de socorristas de montanha, que se viram obrigados a
transportá-los à padiola, monte abaixo, numa maca própria para resgate de
sinistrados de montanha. Os sinistrados foram tratados e já se encontram
recuperados. Uma das proprietárias caninas adiantou que para a próxima vez,
quanto retornar àqueles Montes, munirá o seu cão de botas para evitar que o
sucedido se repita, botas que fazem parte do equipamento obrigatório dos cães de
guerra israelitas quando trabalham naquelas paragens ou noutros locais com as
mesmas dificuldades e características.
Pelas imagens e pormenores
divulgados pelas agências noticiosas internacionais os cães dois eram
braquicéfalos e pesados (um deles tinha 65 kg), o que tornou aquele passeio de alto
risco para eles, considerando a altitude, as suas tradicionais dificuldades
respiratórias, a rarefacção do oxigénio, a alta temperatura, a pouca humidade e
o tipo de solo, detalhes que não deviam ter passado pela cabeça daquelas
simpáticas escaladoras, provavelmente mais empenhadas em desfrutar a paisagem.
Problema idêntico poderão
enfrentar os nossos cães nesta época do ano, quando convidados a acompanhar os
seus donos pelas serrarias do interior Norte e Centro do País, onde o calor
seco e impiedoso aperta, a humidade é menor que no litoral e os pisos são
igualmente pedregosos. Como o uso de botas nos cães é raríssimo entre nós,
caberá às escolas caninas alertar para a sua necessidade e benefícios,
convidando os donos a colocá-las nos seus companheiros e dando-lhes algumas
aulas com elas postas para que se acostumem, trabalho que deverá terminar antes
de partirem para férias.
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