A Selecção Portuguesa de Futebol
sagrou-se ontem campeã europeia da modalidade frente à sua congénere francesa em
Paris, num jogo sofrido, pleno de contrariedades e dominado pelo sacrifício dos
nossos jogadores, dirigidos por um homem de fé inquebrantável que sempre
acreditou na vitória final, um lisboeta, engenheiro de formação, que disse
dever à Grécia, onde foi também seleccionador nacional, o saber e experiência
para ser um seleccionador e treinador melhor. Podemos não gostar de Fernando
Santos, das suas opções e modelo de jogo, assim é o nosso caso, mas não podemos
negar o seu valor estratégico e o espírito de unidade que conseguiu transmitir
à nossa selecção. Católico convicto, viria a usar uma frase do Evangelho de
Mateus (Mt.10.16) para definir a actuação da sua equipa: “… prudentes como
serpentes, mas simples como pombas”. Portugal deve-lhe também e sem dúvida
alguma a conquista deste troféu.
A vitória da Selecção
Portuguesa de Futebol, mais do que um mero resultado desportivo, foi uma
vitória para o País e para os portugueses espalhados pelo mundo inteiro, sendo-o
também para as nações de língua oficial portuguesa, cujos cidadãos bem cedo
demonstraram estar com a nossa selecção. A realização da fase final deste
campeonato em França trouxe ao de cima o racismo cultural francês sobre os
nossos emigrantes que ali lutam e trabalham por uma vida melhor, gente
estigmatizada e simples que não baixa os braços e que vestiu as cores nacionais
para apoiar a nossa equipa de futebol, acompanhando-a efusivamente em todas as
suas deslocações, como se fosse Portugal que ali chegasse e passasse. Hoje,
mercê da vitória alcançada pelos nossos futebolistas, sairá para o trabalho
mais feliz, confiante e ainda mais orgulhosa de ser quem é - portuguesa!
Quanto ao jogo
propriamente dito, com um critério de arbitragem particularmente largo, os nossos
jogadores fizeram literalmente “das tripas coração”, mormente depois da
saída forçada de Cristiano Ronaldo por lesão, vítima de um choque com o jogador
franco-búlgaro Dimitri Payet, Payet que recebeu uma monumental ovação do
público francês quando foi substituído aos 57 minutos!? Aconteceu em campo o
que sempre acontece com os portugueses: quanto maior é a desgraça, mais se
unem! Vimos no relvado uma equipa humilde, unida e esforçada, apostada em
neutralizar a francesa e em alcançar a vitória, vitória alcançada por um marcador
pouco provável: Éder. Portugal está de parabéns, queira Deus que consiga
ultrapassar as suas dificuldades económicas, porque nem só de futebol vivem os
portugueses!
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