quinta-feira, 7 de julho de 2016

AQUECIMENTO GLOBAL, LIVRE CIRCULAÇÃO E DIROFILARIOSE

A Dirofilariose, mais conhecida como “verme do coração”, é uma doença causada por um parasita, denominado “Dirofilaria immitis”, transmitido através da picada de um mosquito culicídeo, endémica na Península Ibérica e com maior incidência entre nós nos Distritos de Coimbra e Setúbal, sendo própria das zonas quentes e temperadas, afectando principalmente os cães, não poupando os gatos e chegando a afectar também pessoas. Com o aquecimento global, a alta proliferação de cães de rua em vários países, a livre circulação de pessoas e a importação de cães, a doença está a disseminar-se por toda a Europa, alcançando agora países onde nunca se fez presente como é o caso do Áustria, onde os mosquitos portadores da “Dirofilaria repens” se tornaram indígenas e a “Dirofilaria immitis” está em vias de ser autóctone. No Reino Unido a doença é praticamente inexistente, talvez também devido à política de “quarentena” que durante anos ali foi implementada sobre os animais de companhia vindos do Continente.
A Áustria (a Holanda também) tem servido como porta de escoamento para os cães vindos do Leste Europeu e como entrada para os oriundos do Sul, mormente os de trabalho e em particular os Pastores Alemães nativos dos outrora países satélites da extinta União Soviética. Tendo em conta a proliferação da doença por aquelas bandas e a contínua importação de cães daquelas paragens, aconselham-se os importadores a um maior cuidado, a exigirem um certificado hígido-sanitário dos cães onde conste a isenção da doença.
Esta enfermidade pode ser detectada por análise ao sangue mas o seu tratamento é dispendioso, doloroso e perigoso, pelo que a prevenção surge como a melhor opção e é totalmente preventiva. Os fármacos usados na sua prevenção são também eficazes contra os parasitas intestinais mais comuns nos cães, o que não deixa de ser uma vantagem. Atendendo ao facto da doença ser endémica em Portugal, não prevenir o seu cão pode ser-lhe fatal e contribuir para a disseminação da doença. O trabalho desenvolvido pelas diferentes associações que se dedicam à recolha de cães abandonados tem tido um papel muito importante no combate à doença, ao tratá-los e preveni-los, pelo que todos os proprietários caninos devem estar-lhes agradecidos. Não corra riscos desnecessários, leve o seu cão ao veterinário, faça o despiste da doença e previna-o. 

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