Vamos aos factos. A Dr.ª
Juliane Kaminski (na foto baixo), professora do departamento de psicologia da
Universidade de Portsmouth/England/UK, uma especialista nas raízes evolutivas
da interacção social humana, ao abrigo de uma pesquisa, realizou uma série de
experimentos com 42 cães e com o mesmo número de cadelas, todos eles com idades
superior aos 12 meses, num quarto com condições de luz variada, onde proibiu
aos referidos animais de comerem a comida à sua frente. Verificou-se que os
cães violavam quatro vezes mais a ordem dada quando o quarto encontrava escuro,
o que sugere terem em conta a perspectiva humana e entenderem não estar a ser vistos.
Este foi o primeiro estudo que examinou a relação entre as diferentes intensidades
de luz e as estratégias caninas para roubar comida. Kaminski diz ainda que os
seres humanos atribuem frequentemente certas qualidades e emoções aos seres
vivos, mas que tal ainda não foi totalmente comprovado pela ciência, muito
embora os seus experimentos isso sugiram, ainda que não existem certezas absolutas
que os cães tenham uma compreensão verdadeiramente flexível acerca da mente dos
outros.
Eu não sei se a
curiosidade que leva ao querer compreender pode ser considerada como
inteligência, mas sei que essa curiosidade está presente nos cães (mais nuns
que noutros), que eles têm “noção” do certo e do errado, que aprendem a chantagear
os donos e que aproveitam a sua distracção para fazerem o que lhes dá na real
gana, provirá tudo isso dos poucos instintos que transportam ou de alguma réstia
de atavismo que teimam em não largar?
Como não sabemos, ficamos a aguardar nossos experimentos da Dr.ª
Kaminski e doutros especialistas peritos na interacção entre homens e cães,
apesar de quase jurarmos que os nossos fiéis amigos passam a vida a tentar
ludibriar-nos e que sempre procuram ocasião para isso.
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