Hoje recebemos leitores
pouco usuais: do Zimbábue e da Birmânia (Myanmar). Ao soletrarmos o nome “Zimbábue”
lembrámo-nos automaticamente da “Conferência de Berlim” (1884-1885), do efémero
“Mapa Cor-de-Rosa” e do “Ultimato Inglês” de 1890, em muito responsável pela
queda da monarquia em Portugal. A Birmânia é-nos particularmente grata e
próxima, porque ainda hoje ali vive um povo descendente dos navegadores e
marinheiros portugueses: os Bayingyis, “O Povo dos Olhos Verdes” (na foto
abaixo podemos ver uma moça desta etnia), gente que ainda entaramela alguns dos
nossos vocábulos, mantém a fé católica, tem nomes iguais aos nossos, conserva
velhos costumes portugueses e orgulha-se da sua origem, apesar de ao longo dos
séculos nos termos esquecido dele. Também na Birmânia, nos Séculos XVI e XVII, mais
propriamente em Arracão, três portugueses dedicados à pirataria foram coroados
reis: Salvador Ribeiro de Sousa, Filipe de Brito e Nicote e Sebastião Gonçalves
Tibau, respectivamente um vimaranense de Ronfe, um olisiponense e um saloio de
Santo Antão do Tojal.
Pondo de parte as
considerações históricas, que mais importam a quem vive à sombra do estandarte
da Pátria-Mãe, queremos dar o nosso caloroso “bem-vindo” a estes leitores, desejando
que outros dos mesmos lugares nos visitem. Ficaríamos ainda mais satisfeitos se
alguns Bayingyis se tornassem nossas visitas assíduas, reatando assim os laços
que nos ligam e que eles teimosamente conservam. O caso dos Bayingyis não é
único e tem réplicas por todo o lado, cite-se como exemplo o Povo Lamno na
Indonésia, ali designado como “O Povo dos Olhos Azuis”, que vive numa Vila
piscatória na Província de Aceh, na Ilha de Sumatra, também ele descendente de
portugueses, que de um momento para o outro entrou em extinção pelo famigerado
tsunami de 2004, tragédia que reduziu a menos duma dezena as centenas de
luso-descendentes (na foto abaixo podemos ver uma menina do povo Lamno).
Gratos aos nossos
visitantes, como dizia o Eng.º Sousa Veloso, “despedimo-nos com amizade”,
ávidos de novas visitas e do intercâmbio que possam vir a fornecer-nos pelo
novo mar que é a Internet.
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