segunda-feira, 25 de julho de 2016

LEITORES RAROS: DO ZIMBÁBUE E DA BIRMÂNIA

Hoje recebemos leitores pouco usuais: do Zimbábue e da Birmânia (Myanmar). Ao soletrarmos o nome “Zimbábue” lembrámo-nos automaticamente da “Conferência de Berlim” (1884-1885), do efémero “Mapa Cor-de-Rosa” e do “Ultimato Inglês” de 1890, em muito responsável pela queda da monarquia em Portugal. A Birmânia é-nos particularmente grata e próxima, porque ainda hoje ali vive um povo descendente dos navegadores e marinheiros portugueses: os Bayingyis, “O Povo dos Olhos Verdes” (na foto abaixo podemos ver uma moça desta etnia), gente que ainda entaramela alguns dos nossos vocábulos, mantém a fé católica, tem nomes iguais aos nossos, conserva velhos costumes portugueses e orgulha-se da sua origem, apesar de ao longo dos séculos nos termos esquecido dele. Também na Birmânia, nos Séculos XVI e XVII, mais propriamente em Arracão, três portugueses dedicados à pirataria foram coroados reis: Salvador Ribeiro de Sousa, Filipe de Brito e Nicote e Sebastião Gonçalves Tibau, respectivamente um vimaranense de Ronfe, um olisiponense e um saloio de Santo Antão do Tojal.
Pondo de parte as considerações históricas, que mais importam a quem vive à sombra do estandarte da Pátria-Mãe, queremos dar o nosso caloroso “bem-vindo” a estes leitores, desejando que outros dos mesmos lugares nos visitem. Ficaríamos ainda mais satisfeitos se alguns Bayingyis se tornassem nossas visitas assíduas, reatando assim os laços que nos ligam e que eles teimosamente conservam. O caso dos Bayingyis não é único e tem réplicas por todo o lado, cite-se como exemplo o Povo Lamno na Indonésia, ali designado como “O Povo dos Olhos Azuis”, que vive numa Vila piscatória na Província de Aceh, na Ilha de Sumatra, também ele descendente de portugueses, que de um momento para o outro entrou em extinção pelo famigerado tsunami de 2004, tragédia que reduziu a menos duma dezena as centenas de luso-descendentes (na foto abaixo podemos ver uma menina do povo Lamno).
Gratos aos nossos visitantes, como dizia o Eng.º Sousa Veloso, “despedimo-nos com amizade”, ávidos de novas visitas e do intercâmbio que possam vir a fornecer-nos pelo novo mar que é a Internet.     

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