É
sabido que a maior fatia da resistência aos obstáculos tácticos pelos cães fica
a dever-se ao facto de não verem a sua saída, resistindo assim a saltar para o
desconhecido, problema que pode ser rapidamente resolvido se pusermos os
animais empoleirados sobre as linhas de transposição, de modo a verem o que
está para além dos obstáculos a transpor. Procederemos da mesma maneira e com
maior necessidade com os cães que abordam os obstáculos ao nariz e não à vista,
como sucede com a maioria dos cães de caça. Contudo, tal é impossível com cães
pequenos a quem pretendemos aumentar competências, porque não têm altura para
chegar às linhas de transposição e não é prático pegar-lhes ao colo. Nestes
casos há que estender-lhes uma rampa, a colocar antes dos obstáculos para que
possam ver a sua saída. Ontem, sábado 24 de fevereiro de 2024, através desta
estratégia, ensinámos o Beagle Coco, de 37 cm de altura, a saltar um arco
elevado a 60cm do solo conforme atestam as fotos acima e abaixo.
Resolvido
o problema dos cães, há que transmitir os requisitos técnicos aos condutores e
corrigir-lhes os erros que obstam ao bom desempenho dos cães. Na foto seguinte,
com o Beagle já a saltar sem a ajuda da rampa, vemos a condutora a incorrer num
erro bastante comum, o de levantar o cão na vertical ao invés de meter o braço
esquerdo dentro do arco ao lado da cabeça do animal, despropósito que obstará à
sua transposição convexa e segura.
Na
foto seguinte, inadvertidamente, a condutora encontra-se atrasada na prestação
da ajuda em relação avanço do cão, que não tendo outra alternativa, se vê
obrigado a empoleirar-se no arco. Naquele momento da transposição, a condutora
já deveria estar para a frente do arco e com a trela já passada para a mão direita.
A
foto abaixo testemunha outro atraso da condutora, que já deveria ter a trela na
mão direita e encontrar-se na frente do arco. Como não foi lesta o suficiente,
está a esganar o animal na saída do obstáculo. Estas impropriedades, que importa
corrigir e ultrapassar, dão razão a um chavão já gasto entre nós que diz ser mais
difícil ensinar os donos do que os cães!
Gente mais atenta ou mais crítica questionará quais as razões que nos levam a pedir tal esforço a cães tão pequenos? A resposta parece-nos óbvia e prende-se com a prestação de socorro aos donos e a terceiros: treinamos os cães pequenos assim para utilizá-los onde os outros cães não cabem e onde os homens não conseguem chegar! Quanto ao Coco e ao arco, o Beagle já o ultrapassa de modo cómodo e seguro, tudo graças a uma pequena rampa, faltando apenas habilitar tecnicamente a sua dona. Sem outra opção, este valoroso Beagle terá que ficar à espera da melhoria técnica da sua condutora.
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