Certa
vez conheci um homem que ao fazer sessenta anos tirou uma pistola da gabardina
e que me disse: “Até hoje ninguém me assentou a mão em cima e, para manter a
tradição, comprei esta amiga que trago aqui à mão!” A gente insegura não deveria
ser passada a licença de porte de arma, independentemente da sua idade ou
profissão, devendo proceder-se assim também com as armas de caça, que também
matam e que têm sido responsáveis por muitos disparates e tragédias. A estreita
relação agora existente entre donos e cães, que promoveu os últimos a filhos,
gera por vezes discussões acaloradas que podem levar alguém a puxar por uma
arma em defesa do seu filho quadrúpede, principalmente quando os cães brigam ou
um fere o outro. Na cidade alemã de Gütersloh, na região administrativa de
Detmold e estado de Nordrhein-Westfalen, aconteceu ontem pela manhã, dia 22 de
fevereiro de 2024, um incidente que envolveu uma arma de fogo.
Um
homem até então desconhecido ameaçou outro com uma pistola na Holler Straße, no
estacionamento da Lutter, depois de uma discussão verbal entre ele e um homem
de 47 anos, quando ambos estavam a passear com seus cães. Durante a discussão,
o desconhecido sacou uma pistola preta e apontou para o homem de 47 anos e para
o cão deste, ameaçando-os enquanto gritava. A discussão continuou e o homem
ameaçado acabou por entrar no seu carro e foi-se embora. O cidadão que puxou da
pistola foi descrito como tendo entre 1.80 e 1,85 m de altura, aproximadamente
50 anos e uma constituição forte. O seu cão chegava-lhe aos joelhos e tinha o pêlo
preto e desgrenhado. Como é seu dever, a polícia de Gütersloh procura agora
testemunhas do incidente.
Por norma, quem puxa das armas tem apenas a intenção de assustar, acabando por guardá-las alguns momentos depois, passada ira e perante quem não lhe deu troco. Contudo, jamais teremos a certeza disso, como não temos a certeza se o indivíduo que discute connosco está armado ou não, incertezas suficientes para não discutirmos com desconhecidos, particularmente em locais ermos, mal iluminados e durante a noite, porque a ausência de testemunhas torna o crime mais tentador. O acontecido em Gütersloh tinha tudo para acabar como acabou, porque aconteceu durante o dia e num local público, circunstâncias desfavoráveis para qualquer mal-intencionado, mas indiferentes para alguns psicopatas.
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