O
Scottish Terrier, raça que já foi a preferida da Rainha Victoria do Reino Unido
e uma das mais populares nas Ilhas britânicas, corre o risco de desaparecer,
apesar de ser imagem de marca dos biscoitos amanteigados Walker e das bolsas
Radley.
Como
o número dos seus registos nunca foi tão baixo, o Kennel Club colocou a raça na
sua lista de “vigilância” depois de haver apenas 406 cachorros registados no
ano transacto, o que representa uma queda dramática em relação ao pico do
século passado, quando houve mais de 5.800 registos num só ano. Este Terrier
foi originalmente criado para caçar raposas, texugos e outros animais nas
Highlands. O Kennel Club monitora raças de origem britânica e irlandesa com
menos de 450 registros anuais de cachorros desde 2004 e esta é a segunda vez
que o “Scottie” é colocado na lista de observação das raças nativas, aparecendo
pela primeira vez em 2018.
A
lista de “vulneráveis” do Kennel para raças nativas com menos de 300 cachorros
registados, elaborada para destacar aquelas que podem estar em risco de
desaparecer, inclui Sussex Spaniels, Retrievers de pelagem encaracolada, Setters
Irlandeses e Spaniels King Charles (nunca houve até agora tantas raças
classificadas como vulneráveis). Bill Lambert, porta-voz do Kennel Club, que
reconhece 222 raças, disse: “O Scottish Terrier tem sido uma raça muito icónica
e reconhecível no Reino Unido há décadas e significa muito para tantas pessoas
diferentes, então estes números mais recentes são realmente preocupantes.
“Temos sorte de ter incríveis 222 raças de cães neste país, cada uma com
personalidades e características únicas, mas a grande maioria dos cães que você
conhecerá vem apenas das dez principais raças.“
Enquanto cresce o número de exemplares de algumas raças nativas, como é o caso do Setter Inglês, o Scottie parece ter entrado no esquecimento dos escoceses e dos britânicos em geral, fenómeno comum a todos os cães da moda de pouco ou nenhum préstimo. Hoje as pessoas procuram cães mais interactivos e menos instintivos, animais que coabitem com elas e que ao mesmo tempo participem nas suas múltiplas actividades.
Se
porventura os criadores de Scottish Terrier encontrarem nele alguma mais-valia
que lhe seja peculiar e novos usos, é possível que volte a ser amplamente
procurado. O facto dos novos habitantes do Palácio de Buckingham serem fãs do
Jack Russell Terrier, também nada abona em favor do Scottish Terrier, que
lamentavelmente parece ser um ícone do passado.
Pode ser que alguém famoso dos mundos da política, do cinema ou da música, como já aconteceu com outras raças, venha a recolocar o Scottie na ribalta e transforme este pequeno cão caçador, agressivo, enérgico e vigilante num ídolo para muita gente.
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