Antes
que alguma alma menos iluminada se lembre de dizer que agora é moda na Acendura
pôr os condutores às cavalitas uns dos outros, passo a explicar o porquê da
brincadeira que tem mais de sério do que à partida se imagina. Esta “brincadeira”
das cavalitas, desenvolvida debaixo de raios solares benfazejos, é a primeira
fase e a mais divertida do transporte de feridos com os cães ao lado, quer os
seus donos carreguem feridos ou sejam eles os sinistrados. Todos sabemos que
por vezes se torna impossível ou quase impossível valer a um dono ferido com
seu cão ao lado, porque o animal ao protegê-lo, impede o seu auxílio. Por outro
lado, alguns cães de segurança mal preparados poderão tomar por intrusos
aqueles que os seus donos carregarem aos ombros e acabar por atacá-los,
incidentes que de bom grado dispensamos e que atentam simultaneamente contra a
nossa filosofia de vida e propósito operacional. Na foto acima vemos o José
Maria a carregar a Svetlana com o cão desta a fazer o “à frente” e o carregador
a temer pelos fundilhos das suas calças. Na foto seguinte vemos a Joana,
condutora do Beagle Coco a ser suportada pelo seu companheiro, não tanto pela
perigosidade do animal, mas apenas para que não estranhe a novidade da
situação.
Pelo
esforço manifesto na foto, o José Maria parece mais vocacionado para chamar o
112 do que para carregar gente em apuros e carenciada de socorro imediato.
Contrastando com a sua aflição, a Svetlana exala boa-disposição e alegria.
Para
que o Miguel Dias não passasse rapidamente de socorrista a socorrido, coube-lhe
transportar a pequena Viv que temia andar às cavalitas, porque da última vez
que o fez acabou por cair. Incentivada pelo Adestrador, lá se dispôs a
“cavalgar”. Como não tinha mais por onde se agarrar, acabou por agarrar-se às
bochechas do Miguel.
Com
as pernas a acusar o peso da cavaleira e esta sem ter como esporear o “animal”,
a tarefa esteve tremida e sujeita a acabar antes do seu final. Há que agradecer
a disponibilidade do José Maria e aconselhar-lhe que passe a andar diariamente
uma légua com os seus cães.
Para a próxima vez que retomarmos este trabalho, os “sinistrados” serão amparados e andarão pelo seu próprio pé ou serão carregados aos ombros, tendo o cuidado de vocalizar as suas dores. O ambiente descontraído desta primeira fase foi o segredo para o seu sucesso. Resta-me agradecer a participação de todos.
Sem comentários:
Enviar um comentário