quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

PRIMEIRO FAÇO EU E DEPOIS OS DONOS

 

Visando maior celeridade no processo pedagógico e evitar a saturação dos cães, tanto na obediência como na ginástica (na disciplina de guarda faço de agressor e de cobaia), primeiro faço eu os exercícios e só depois os donos. E foi assim que aconteceu mais uma vez na aula desta tarde, quando importou ensinar o cachorro CPA Thor a deitar-se. A comprová-lo estão as fotos acima e abaixo).

Num local paradisíaco por nós conhecido, procedemos à instalação do comando de “quieto” beneficiados pela geografia do local. O Thor, que se apresentou concentrado, assimilou o comando sem maiores delongas, facto é que não é estranho o seu perfil muito-dominante e a precocidade visível na sua variedade cromática.

Foi possível naquele mesmo local, saturado de patos e gaivotas ao final da tarde, iniciar o afastamento progressivo do dono em relação ao cão, sem que este se levantasse ou fizesse menção disso. Valeu-nos para o sucesso a inexistência de cães por perto.

E como a instrução é para o dono e para o cão, o que lembra o velho pregão “é para o menino e para a menina”, o Miguel foi convidado para saltar com o seu cão o nosso protocolar ribeiro de iniciação. Depois de ter dado literalmente banho ao seu cão, o Miguel e o Thor saltaram várias vezes com êxito aquele estreito córrego de água.

Como a temperatura baixava drasticamente, terminámos os trabalhos a executar um Slalom urbano. Pelo empenho demonstrado, está o Miguel Dias de parabéns, também porque tem um excelente cão que vale todo e qualquer investimento.

Esperamos que o Miguel venha a ser mais assíduo às aulas, especialmente às individuais que tanto proveito trazem. O plano de formação do CPA Thor para o dia de hoje foi cumprido com êxito, o sol acompanhou-nos e o frio não tardou em chegar – um típico dia de inverno.

TAYLOR: A PRIMEIRA A APRESENTAR CÃES POLICIAIS ROBÓTICOS

 

Cães robóticos alimentados por IA poderão em breve desempenhar um papel no policiamento de Downriver. A polícia da cidade norte-americana de Taylor, situada no Condado de Wayne, no Estado do Michigan, lançará em breve uma nova ferramenta para trabalhar com seus agentes no terreno, a RADDOG, um produto da RAD ou Robotic Assistance Devices. O tenente Jeff Adamisin disse que a mudança representa um avanço na tecnologia da aplicação da lei. “Taylor é conhecida como líder em inovação em toda a área de Downriver, no que diz respeito às nossas unidades de drones e aos diferentes equipamentos com os quais lideramos”, disse Adamisin. A RAD anunciou a mudança em 8 de fevereiro, saudando Taylor como a primeira cidade a adoptar o RADDOG no seu departamento de polícia. “A integração do RADDOG 2LE nas forças policiais é uma prova do nosso compromisso em fornecer soluções inovadoras para a segurança pública”, disse Troy McCanna, vice-presidente sénior de operações de receitas da RAD. "Estamos orgulhosos de estar na vanguarda deste avanço tecnológico, estabelecendo um precedente para o policiamento moderno que poderá moldar o futuro das operações de aplicação da lei, não apenas no Michigan, mas em todo o país."

O RADDOG servirá como uma alternativa ao programa de drones do departamento, reduzindo potencialmente o risco para os polícias em cenários perigosos. “Estávamos a tentar actualizar a tecnologia da equipa Downriver SWAT e encontramos o RADDOG”, disse Adamisin. A polícia está avançando com a RAD após a recente aprovação do Conselho Municipal de Taylor na sua reunião de 6 de fevereiro. A Câmara Municipal de Taylor aprovou alugar o RADDOG por um ano no valor de US$ 32.500, financiado pelo Tesouro Federal de Confisco. A polícia de Taylor realizou dois eventos neste inverno para testar a tecnologia RADDOG em cenários potenciais e está integrando o RADDOG nos treinos regulares do futuro. A tecnologia pode transformar a forma como o departamento aborda situações de crimes violentos, disse Adamisin. As câmeras do robot permitem a comunicação face a face entre as autoridades e os indivíduos, sem o risco de confronto pessoal. “O RADDOG é comercializado como uma ferramenta de dissuasora, sendo mais seguro enviá-lo do que enviar um agente para uma situação armada”, concluiu Adamisin. A polícia de Taylor gostaria de expandir as capacidades do RADDOG, adicionando sensores e braços robóticos, permitindo que o robot esteja conectado com as autoridades policiais e com o corpo de bombeiros local.

O departamento está trabalhando diretamente com a empresa-mãe da RAD, Artificial Intelligence Technology Solutions, Inc em Royal Oak neste desenvolvimento. “Continuaremos a investir na melhoria desta tecnologia com o objetivo de sermos económicos”, disse Steve Reinharz, CEO e CTO da RAD e AITX. "Nós nos esforçamos, com o tempo, para desenvolver uma versão do RADDOG que será o melhor amigo de todos os policiais e que estará presente em todos os carros em todas as patrulhas. Pode levar algum tempo, mas esse conceito tem um potencial tremendo e começa hoje." A polícia de Taylor poderia servir de modelo para outros departamentos de polícia começarem a implementar a tecnologia RADDOG, disse o mesmo Tenente da polícia. “Acho que todo o mundo está observar o que fazemos com esta tecnologia e o entusiasmo local tem sido excelente”, disse Jeff Adamisin.

“Acho que muitas pessoas preferem arriscar que um robot seja baleado ou danificado do que um polícia.” A polícia de Taylor incentiva os membros interessados da comunidade a entrar em contacto, enquanto o departamento busca aumentar a consciencialização sobre esta nova tecnologia. Acho que ela não se destina a substituir um agente, mas a apoiar os polícias na missão de proteger a comunidade”, explicou Adamisin. O departamento policial de Taylor espera obter o primeiro modelo RADDOG nas próximas semanas. A polícia está a trabalhar com o Distrito Escolar de Taylor para envolver os alunos num concurso de nomes para o robot. “A tecnologia muda num ritmo tão rápido, por isso é difícil dizer quantos modelos teremos neste primeiro ano, pois estamos empenhados com a RADDOG para torná-lo num dos melhores produtos possíveis”, concluiu.

PS: Não estaremos a um curto passo de vermos máquinas a abater seres humanos na via pública? Oxalá isso nunca aconteça!

O CÃO-ROBOT DA TECNO É INSPIRADO NO CÃO DE PASTOR ALEMÃO

 

A empresa chinesa Tecno exibiu O seu primeiro cão-robot na segunda-feira no Mobile World Congress em Barcelona. O elegante Dynamic 1 da Tecno junta-se à onda de cães de alta tecnologia que temos visto no cenário tecnológico nos últimos anos. O Dynamic 1 com tecnologia de IA pode subir um lance de escadas, fazer reverências e apertar mãos, para além de responder a comandos de voz por estar equipado com quatro microfones e um algoritmo de reconhecimento de voz baseado em IA, segundo a sua criadora. O Dynamic 1 também pode responder a um aplicativo de smartphone ou controle remoto, graças à conectividade Bluetooth, possuindo ainda um sistema de faróis que ilumina o seu caminho e funciona como indicador de interação com as pessoas, segundo a Tecno.

É alimentado por uma CPU ARM, que permite estabilidade dinâmica, rápida recuperação pós-queda e velocidades de até 3,7 metros por segundo, cerca de 8,3 mph (qualquer dia está a participar em provas de agility), segundo diz a empresa chinesa. Também vem com uma variedade de câmeras e sensores que permitem contornar obstáculos, tendo uma bateria de 15.000 mAh que permite até 90 minutos de uso. Apesar de não possuir uma porta USB-C para recarga, “permite trocas rápidas de bateria e carregamento em simultâneo”. A Tecno afirma que o design do Dynamic 1 foi inspirado no Pastor Alemão, muito embora não pareça tão amigável quanto um cão real, mas oferece supostamente um vislumbre do futuro, conforme o imagina a Tecno.

Um futuro que parece distópico, onde as pessoas presumivelmente viverão com cães robóticos, que serão comercializados como que exigindo menor manutenção do que um cão real, além de outros benefícios ligados à sua companhia. Os cães-robots ainda não chegaram às nossas casas, mas isso não impediu nem impede os seus fabricantes de gastar milhões para desenvolverem cães de alta tecnologia. Em 2021, a fabricante chinesa de telefones Xiaomi estreou seu primeiro Cyberdog, completo com recarga USB-C. Desde então, surgiu o CyberDog 2. Não se sabe se o Dynamic 1 estará à venda. Porém, uma coisa é certa: a Tecno está a reforçar as suas credenciais de IA e robótica avançada no cenário internacional que o Mobile World Congress oferece.

Para que os cães de carne e osso deixem de ir para a guerra (já lá andam há demasiado tempo), só falta dotar estas máquinas de IA de um “olfacto” igual ou superior ao encontrado nos cães que lhes serviram de inspiração.

O DRAMA DE JILL ALLEN-KING

 

Talvez não saiba de imediato a importância que tem um cão-guia para um invisual, o drama que é para um cego perder o seu cão por ser velho ou necessitar de ser eutanasiado. Mas Jill Allen-King, de Westcliff-on-Sea, de Essex, na Inglaterra, está viver esse drama. Ela disse que o seu cão Jagger. Esta senhora de 83 anos disse que sempre teve um cão-guia e teme agora perder a sua independência, pois já espera há nove meses por um novo companheiro desde que o Jagger se aposentou em junho.

A Sra. Allen-King perdeu totalmente a visão aos 24 anos e desde então tem feito campanha por melhores direitos de acesso para pessoas invisuais ou com visão parcial. Ela teve a ideia dos pavimentos texturados em cruzamentos de estradas e recebeu uma OBE (1) por serviços prestados a pessoas com deficiência. Jagger foi o primeiro cão-guia macho da Sra. Allen-King, depois de ter tido seis fêmeas anteriormente. “Quando cada um deles morria, o que por si só é devastador, eu sempre tinha outro cachorro pronto”, disse ela. "Estou com tanta raiva... há 1.200 cegos como eu à espera".

A instituição de caridade Guide Dogs disse que o tempo médio de espera de um cão-guia é actualmente à volta de 16 meses, mas que “o tempo de espera individual pode variar significativamente”. “Estamos agora a fazer um bom progresso para retomar o serviço de cães-guia ao ponto em que estava antes da pandemia”, dizia um comunicado. "Estamos muito tristes em saber do sucedido a Jagger e enviamos as nossas condolências à Sra. Allen-King."

A inconsolada octogenária disse que o Jagger tinha 11 anos e que foi eutanasiado depois de “ter passado algumas semanas indisposto”. ”É horrível ter de contar a todos o muito que ele significava para mim e para outras pessoas, acrescentou Jill. “Ele já esteve no exterior e em três cruzeiros comigo, onde foi a estrela do navio. Quando ganhei o Pride of Britain (prémio pelo conjunto de sua obra], Paul O'Grady (2) presenteou-me com o meu troféu, presenteando também Jagger com a sua própria medalha pelo seu trabalho como cão-guia." (na foto abaixo Jill com Rishi Sunak)

E porque estamos a falar de cães-guia, quero aqui lembrar que um dos maiores problemas que os invisuais enfrentam com os seus cães é o criado pelos cães alheios, principalmente os que se encontram soltos, que por vezes distraem, provocam e agridem os cães-guia, colocando os invisuais em situações embaraçosas e susceptíveis de colocar a sua vida em risco. Como diz um aforismo muito conhecido - “Nada é mais prejudicial a quem trabalha do que a presença daqueles que nada fazem”. Assim, quando avistar um cão-guia a guiar um cego, facilite a vida ao invisual e afaste o seu cão sempre que possível e atempadamente. Na eventualidade de ter um cão provocador e por sociabilizar, o melhor que tem a fazer é inverter a marcha e escapulir-se para que o cego chegue sem maiores transtornos ao seu destino.

(1) Officer of the Order of the British Empire (OBE), distinção nacional atribuída por realizações ou serviços à comunidade. (2) Paul James O'Grady, falecido actor, comediante, drag queen, escritor e locutor inglês.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

IRLANDA DO NORTE: REGABOFE E POUCA VERGONHA NO CAMPO

 

O número de ataques de cães a gado na Irlanda do Norte duplicou em 2023, com um número crescente de pessoas irresponsáveis a deixar cães de grande porte vaguearem livremente pelo campo. As descobertas vêm de uma pesquisa da NFU Mutual (1), que mostram que 68% dos donos de cães deixam agora os seus animais de estimação vagarem livremente pelo campo, com 8% a admitir que os seus cães perseguem o gado. Os números da NFU mostram que o número de ataques de cães ao gado na Irlanda do Norte duplicou em comparação com 2022 e 2021. Animais de fazenda avaliados em cerca de £ 147.000 foram gravemente feridos ou mortos por cães na Irlanda do Norte em 2023. Em todo o Reino Unido, estima-se que os ataques de cães ao gado custaram 2,4 milhões de libras (2.803.884€) no ano passado, um aumento de quase 30% em comparação com o ano anterior.

Martin Malone, gerente na Irlanda do Norte da NFU Mutual, disse: “Apesar da queda nos custos, a duplicação do número de ataques de cães ao gado na Irlanda do Norte nos últimos dois anos é incrivelmente alarmante para os agricultores do país, especialmente porque a época de parição de 2024 já começou, ficando as ovelhas prenhes e os cordeiros recém-nascidos vulneráveis. “Ouvimos relatos de agricultores sobre a complacência e a ingenuidade de alguns donos de cães que regularmente permitem que os seus animais de estimação vaguem sem coleira pelo campo, aparentemente inconscientes da carnificina que um cão pode causar, e depois ficam horrorizados quando acontece um ataque. Ele acrescentou: “Todos os cães são capazes de perseguir, atacar e matar animais de fazenda, independentemente da raça, tamanho ou temperamento. “Pedimos a todos os donos de cães que sejam responsáveis pelos seus animais de estimação e os mantenham à trela quando os levarem para perto de gado.”

O vice-presidente da UFU (2), William Irvine, disse: “No início dos partos de 2024, é horrível ver que os ataques de cães na Irlanda do Norte dobraram no ano passado. Por trás de cada estatística está uma família de agricultores que sofreu um imenso trauma e perdas financeiras devido a um ataque ao seu gado que poderia ter sido evitado. É extremamente preocupante que 68% dos donos de cães deixem seus animais de estimação vagarem livremente pelo campo. “Pedimos aos donos de cães que sejam responsáveis no campo, mantendo os seus cães sempre à trela e sob controlo.”

Estes apelos têm sido constantes ao longo dos anos nas Ilhas Britânicas sem surtirem qualquer efeito. Ao invés, o número de ataques caninos sobre o gado não tem parado de aumentar, assistindo-se nos campos a um verdadeiro regabofe e desrespeito pelos animais e pelos seus produtores, como se a morte das ovelhas fosse de somenos importância e os ovinicultores plebe desprezível. A solução para o problema está nas mãos dos políticos, que até à presente data pouco ou nada têm feito para solucionar este gravíssimo problema e continuada carnificina.

(1)A NFU Mutual é uma fornecedora líder de seguros gerais na Irlanda oferecendo em simultâneo uma variedade de serviços de planeamento financeiro. (2) A União dos Agricultores do Ulster (UFU) é a maior organização voluntária representativa dos agricultores e produtores da Irlanda do Norte. Tem como objectivo central promover os interesses dos seus associados tanto no país como no estrangeiro através de lobbying profissional.

SCOTTISH TERRIER: PREFERIDO DA RAINHA VICTORIA EM RISCO DE DESAPARECER

 

O Scottish Terrier, raça que já foi a preferida da Rainha Victoria do Reino Unido e uma das mais populares nas Ilhas britânicas, corre o risco de desaparecer, apesar de ser imagem de marca dos biscoitos amanteigados Walker e das bolsas Radley.

Como o número dos seus registos nunca foi tão baixo, o Kennel Club colocou a raça na sua lista de “vigilância” depois de haver apenas 406 cachorros registados no ano transacto, o que representa uma queda dramática em relação ao pico do século passado, quando houve mais de 5.800 registos num só ano. Este Terrier foi originalmente criado para caçar raposas, texugos e outros animais nas Highlands. O Kennel Club monitora raças de origem britânica e irlandesa com menos de 450 registros anuais de cachorros desde 2004 e esta é a segunda vez que o “Scottie” é colocado na lista de observação das raças nativas, aparecendo pela primeira vez em 2018.

A lista de “vulneráveis” do Kennel para raças nativas com menos de 300 cachorros registados, elaborada para destacar aquelas que podem estar em risco de desaparecer, inclui Sussex Spaniels, Retrievers de pelagem encaracolada, Setters Irlandeses e Spaniels King Charles (nunca houve até agora tantas raças classificadas como vulneráveis). Bill Lambert, porta-voz do Kennel Club, que reconhece 222 raças, disse: “O Scottish Terrier tem sido uma raça muito icónica e reconhecível no Reino Unido há décadas e significa muito para tantas pessoas diferentes, então estes números mais recentes são realmente preocupantes. “Temos sorte de ter incríveis 222 raças de cães neste país, cada uma com personalidades e características únicas, mas a grande maioria dos cães que você conhecerá vem apenas das dez principais raças.“

Enquanto cresce o número de exemplares de algumas raças nativas, como é o caso do Setter Inglês, o Scottie parece ter entrado no esquecimento dos escoceses e dos britânicos em geral, fenómeno comum a todos os cães da moda de pouco ou nenhum préstimo. Hoje as pessoas procuram cães mais interactivos e menos instintivos, animais que coabitem com elas e que ao mesmo tempo participem nas suas múltiplas actividades.

Se porventura os criadores de Scottish Terrier encontrarem nele alguma mais-valia que lhe seja peculiar e novos usos, é possível que volte a ser amplamente procurado. O facto dos novos habitantes do Palácio de Buckingham serem fãs do Jack Russell Terrier, também nada abona em favor do Scottish Terrier, que lamentavelmente parece ser um ícone do passado.

Pode ser que alguém famoso dos mundos da política, do cinema ou da música, como já aconteceu com outras raças, venha a recolocar o Scottie na ribalta e transforme este pequeno cão caçador, agressivo, enérgico e vigilante num ídolo para muita gente.  

LINCOLN: ATAQUE EM MATILHA DE PASTORES ALEMÃES

 

Em termos de perigosidade, caso os cães já se encontrem escalonados entre si, o ataque espontâneo de uma matilha é mais grave e doloso do que o perpetrado por uma matilha condicionada a fazê-lo, porque os cães atacam sem reservas, não esperam que ninguém os trave, só cessam as acções depois de satisfeitos e cada um deles morde simultaneamente no espaço deixado pelos outros, o que dificulta de sobremaneira a defesas das suas vítimas. Na cidade norte-americana de Lincoln (o nome foi-lhe dado em homenagem ao ex-presidente Abraham Lincoln), capital do estado do Nebraska e sede do condado de Lancaster, cinco cães foram levados para a Capital Humane Society depois de terem atacado uma mulher que corria no sudoeste de Lincoln no passado sábado, 24 de fevereiro de 2024. Os delegados do xerife do condado de Lancaster (LSO) foram chamados a um bairro em Pleasant Hill Road, a oeste do Warhorse Casino, às 08h45. De acordo com o LSO, uma mulher de 39 anos estava a correr naquela área quando cinco pastores alemães saídos de uma propriedade a atacaram.

O dono dos cães e outro homem socorreram-na durante o ataque. A vítima teria sofrido perfurações no rosto, pescoço, cabeça e braços e precisou de cirurgia num hospital local. “É um dos ataques mais graves que já vi em 31 anos”, disse o vice-chefe Ben Houchin. “Ela pensou que ia morrer.” Os cinco pastores alemães foram levados para a Capital Humane Society e têm as suas vacinas contra a raiva em dia, disse o LSO. “Estamos no processo para determinar o que faremos com os cães. Nada foi decidido ainda”, disse Houchin. O proprietário dos cães, um de 20 anos, foi citado por cinco acusações de cão foragido. Houchin disse que este foi o segundo ataque perpetrado por aquele grupo de pastores alemães, já que a 17 de dezembro de 2023, quando um casal caminhava pela estrada, os mesmos cães cercaram-nos e morderam a mão de um deles. Sobre o caso e recordando o que cantava António Variações, quando o dono de um cão não tem juízo, o corpo dos outros é que paga! Como por vezes sucede nos States, tudo pode ficar em "águas de bacalhau" - queira Deus que não!

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

FRANÇA: BÊBADO ESFAQUEIA O SEU CÃO E TENTA ENTERRÁ-LO VIVO

 

Em Hautmont, vila francesa na região administrativa de Hauts-de-France, departamento do Nord, na noite de 24 para 25 de fevereiro de 2024 (de sábado para domingo), a polícia viu-se obrigada a intervir na casa de um homem suspeito de ter tentado enterrar seu cão vivo após tê-lo esfaqueado, segundo relata o jornal diário regional do norte da França “La Voix du Nord”. Os factos ocorreram na casa do suspeito, homem de 39 anos, por volta da meia-noite, sendo os seus vizinhos a chamar as autoridades após ouvirem um barulho estranho e presenciarem uma cena de crueldade contra animais.

De acordo com as evidências iniciais, o homem esfaqueou primeiro o seu próprio cão, um Pastor Belga Malinois, levando-o depois para o seu jardim, onde começou a cavar um buraco, aparentemente com o objectivo de enterrá-lo vivo. Bêbado no momento da sua prisão, foi primeiro colocado numa cela para ficar sóbrio antes de ser levado sob custódia policial por um acto de crueldade. Na noite do dia 25 de fevereiro ainda se encontrava na esquadra da polícia de Maubeuge, devendo dali ser levado até à presença de um juiz de instrução criminal. O cão foi socorrido e transportado para uma clínica veterinária da região, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência. Continua vivo, mas o seu prognóstico é reservado devido à gravidade das suas lesões, conforme noticiou o órgão de informação atrás citado.

Como considero este crime mais do que reprovável e inqualificável, chocado, fico a aguardar com alguma expectativa o que dirá a defesa deste homem e o pronunciamento da justiça francesa, esperando obviamente uma condenação exemplar, muito embora não esteja muito convencido disso (coisas do sistema).

CANCRO CANINO: TESTE DE URINA INOVADOR

 

O cancro é uma grande preocupação para os donos de cães à medida que eles envelhecem. Quase metade de todos os cães com mais de 10 anos de idade têm probabilidade de desenvolver algum tipo de cancro, o que torna a detecção precoce fundamental para manter os nossos animais de estimação livres de doenças até a velhice. Com isto em mente, pesquisadores da Virginia Tech revelaram um teste de urina simples que em breve poderá oferecer aos donos de animais de estimação e aos veterinários uma maneira não invasiva de testar o cancro antes que seja tarde demais. Uma equipa da Faculdade de Engenharia da Virginia Tech, da Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida e da Faculdade de Medicina Veterinária da Virgínia-Maryland afirma que, até agora, a detecção do cancro em cães dependia principalmente de três exames de sangue que procuravam tumores ou proteínas cancerígenas. Esses testes, entretanto, são invasivos, caros e podem levar algum tempo para produzir resultados.

O teste de urina inovador desenvolvido pela equipa de pesquisa oferece uma alternativa rápida e económica. No centro deste avanço está uma técnica conhecida como espectroscopia Raman (1). Ao analisar amostras de urina, os pesquisadores descobriram que cães com câncer exibem uma “impressão digital” molecular única na urina, distinta dos cães saudáveis. “Se um novo paciente chega à clínica e fornece uma amostra de urina, podemos compará-la com nosso banco de dados de exames de urina para determinar se a amostra corresponde mais a uma impressão digital de câncer ou a uma impressão digital saudável”, diz Ryan Senger (na foto seguinte), professor associado no Departamento de Engenharia de Sistemas Biológicos, num comunicado universitário. “Com a pesquisa que fizemos até agora, tivemos mais de 90% de precisão em saber se uma nova amostra tinha uma impressão digital de cancro ou uma impressão digital saudável.” Actualmente, os exames de sangue para a detecção de cancro nos cães oferecem apenas cerca de 60% de precisão, são morosos e sujeitam os seus donos ao pagamento de enormes contas médicas.

Este rastreio baseado na urina não fornece só resultados mais rápidos como também abre a porta para testes em casa no futuro. “Os proprietários poderiam passar do pagamento de testes caros de poucos em poucos meses até à realização de exames de urina uma vez de poucos em poucos meses, dependendo do risco de cancro do cão, se quisessem”, acrescentou Nikolaos Dervisis (na foto abaixo), professor associado de oncologia na Virginia- Faculdade de Medicina Veterinária de Maryland. “Esta triagem permitiria aos veterinários decidir se são necessários testes mais abrangentes com base nos resultados.” Além da detecção precoce, a equipa de pesquisa também está a analisar aplicações mais amplas para o seu trabalho. Eles pretendem usar a ferramenta de triagem para avaliar a resposta dos cães à terapia contra o cancro, monitorar a recorrência de tumores e até mesmo estender a tecnologia a outros animais e potencialmente a estudos de saúde humana (excelentes notícias).

“Poderíamos potencialmente medir as respostas aos medicamentos e à quimioterapia em cães já em tratamento e depois monitorizá-los para ver como estão. Podemos diferenciar o tipo de doenças que rastreamos, que pacientes estão a responder aos medicamentos e porquê? Actualmente estamos a trabalhar para colaborar com outras instituições, para explorar ainda mais como todos estes factores podem ser benéficos”, observou John Robertson, professor pesquisador do Departamento de Engenharia Biomédica e Mecânica. Embora a esperança esteja no horizonte dos donos de cães em todo o mundo, a equipa adverte que este novo teste ainda está em fase de pesquisa e que actualmente só está disponível para estudos médicos específicos chamados ensaios clínicos com acesso limitado. A equipa da Virginia Tech acredita que este teste de cancro estará provavelmente “a vários anos de distância da disponibilidade pública”. As descobertas foram publicadas na revista Frontiers in Veterinary Science.

(1) A Espectroscopia Raman é uma técnica que permite a identificação da estrutura química do material analisado. As informações obtidas são extraídas a partir do espalhamento sofrido pela radiação electromagnética após a interação da mesma com o material, que pode ser inorgânico ou orgânico.

NEM A DOENÇA DE PARKINSON LHES ESCAPA!

 

Através do seu notável olfacto, cães treinados demonstraram ter capacidade para detectar a doença de Parkinson com quase 90% de precisão! Esta descoberta abre caminho para um método de diagnóstico acessível e eficaz que poderia permitir um tratamento mais precoce para quem sofre desta condição. Indivíduos com Parkinson possuem substâncias químicas únicas no seu sebo (1). Segundo os investigadores, estes produtos químicos poderiam oferecer uma via potencial de diagnóstico, dada a falta de um teste definitivo para a doença. Todos temos conhecimento que os cães possuem capacidades olfactivas muito superiores às humanas (até 100.000 vezes mais apuradas), o que lhes permite detectar várias doenças, encontrando-se já documentadas (entre outras) a Malária, vários tipos de Cancro e a Covid-19.

Por norma, as raças caninas escolhidas para este trabalho de detecção são os Labradores e vários cães pastores, usualmente treinados em centros especializados. Numa abordagem inovadora, Lisa Holt e Samuel Johnston, do PADs for Parkinson, no estado de Washington, conduziram um estudo com 23 cães de estimação de 16 raças diferentes, segundo fez saber a New Scientist (2). Este grupo canino diversificado compreendia raças tradicionalmente usadas para detectar condições médicas e outras desassociadas de tais tarefas, como foram os casos dos Lulus da Pomerânia e dos Mastins Ingleses. Os participantes, tanto os diagnosticados com a doença de Parkinson como os voluntários saudáveis, forneceram amostras de sebo para o estudo. Os cães passaram por um rigoroso programa de treino, aprendendo a sinalizar a detecção do cheiro da Doença de Parkinson através de acções específicas.

Notavelmente, os cães foram capazes de identificar a doença com uma taxa de sucesso de 86%, ignorando as amostras de participantes saudáveis em 89% dos casos. Embora este estudo demonstre a viabilidade da utilização de uma ampla gama de cães domésticos para a detecção de doenças, são necessárias mais pesquisas para identificar as raças mais eficazes para este fim. No entanto, o sucesso deste diversificado grupo canino sublinha o potencial da utilização de cães de estimação para detecção de odores médicos, abrindo novos caminhos ao diagnóstico não invasivo de doenças. Poderá o seu cão ser um potencial detector de condições médicas? É bem possível que sim!

(1) O sebo, produzido pelas glândulas sebáceas, é uma substância oleosa que protege e hidrata a superfície da pele, que se mistura com moléculas de gordura (lípidos) para formar uma camada protectora nesta, ajudando a protegê-la de patogénicos potencialmente prejudiciais como bactérias e fungos. (2) Revista em língua inglesa sobre ciência de periodicidade semanal que noticia os desenvolvimentos mais recentes nas áreas da ciência e da tecnologia. 

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

O TOIRO DE BRANDENBURG

 

Eu não sei o que os alemães dão aos cães para terem Labradores e mestiços deles resultantes tão agressivos. Já treinei muitos Labradores, aturei alguns completamente chalados e outros tantos donos, mas nunca conheci nenhum cuja agressividade não pudesse ser controlada e nada que não pudesse ser resolvido com o auxílio de uma guloseima. Mas no passado sábado, 24 de fevereiro de 2024, na cidade de Senftenberg, no estado de Brandenburg, um mestiço de Labrador agigantou-se tal qual toiro e não deixava sair os donos do seu apartamento. Aparentemente sem outras alternativas, os donos decidiram pedir a intervenção da Polícia. Como o cão continuava a atacá-los, os polícias chamados ao local usaram um Taser para atordoá-lo. O cão ter-se-ia acalmado após o choque eléctrico e foi levado ao veterinário para ser examinado. Afortunadamente, os seus donos saíram ilesos deste desagradável e caricato incidente.

Terá gente assim perfil para ter um cão? Só se for um robótico ou um a pilhas! Afinal de contas, o animal não atacou verdadeiramente ninguém e ainda apanhou um violento choque eléctrico que poderia ter-lhe ceifado a vida. Provavelmente reagiu assim porque não queria ficar só e é possível que sofra ainda do transtorno de ansiedade de separação. Algo me diz que se trata de um cão adoptado há pouco tempo e confiado a mãos pouco experientes. A ignorância dos donos, mais do que outra coisa qualquer, é que vislumbra monstros e inventa perigos. Por outro lado, a formação dos polícias chamados ao local mostrou-se lamentavelmente inadequada. Porque não foi chamado alguém do esquadrão de cães policiais? Talvez por ser sábado e haver pouca gente de serviço!

KENNEBUNK: CÃES CONTRA A MOSCA-LANTERNA-PINTADA

 

Na cidade norte-americana de Kennebunk, condado de York, no estado do Maine, cães estão a ser treinados para identificar a presença de espécies invasoras no meio ambiente. Pesquisadores da Texas Tech e da Virginia Tech estão a conduzir este treino como parte de um estudo nacional. O estudo envolve cinco cães – Tempe, June, Hopper, Woody e Cami – que trabalham com os seus donos e com uma treinadora da Animal Welfare Society (AWS), Melissa McCrue-McGrath, para detectar especificamente a invasora mosca-lanterna pintada (Lycorma delicatula). Uma espécie invasora é um organismo que traz danos ecológicos ou económicos ao ambiente onde não é encontrado naturalmente. O objectivo principal deste treino é explorar se os cães conseguem identificar o cheiro da mosca-lanterna, auxiliando assim no combate à sua propagação. McCrue-McGrath explicou o processo de treino, que consiste em esconder ovos de insectos mortos em vários recipientes para os cães localizarem. Ao encontrarem um ovo, os cães são treinados para sinalizá-lo aos donos, sendo a sua acção recompensada com guloseimas.

Uma espécie invasora, como a mosca-lanterna-pintada, identificada pela primeira vez na Pensilvânia em 2014, representa ameaças significativas aos ecossistemas locais. Tendo-se já espalhado por 17 estados desde a sua detecção, a sua presença no Maine é uma preocupação, dado o seu potencial impacto. A mosca-lanterna-manchada é nativa da China, da Índia e do Vietname, alimenta-se de videiras, de grande variedade de árvores frutíferas, ornamentais e lenhosas. Espécies invasoras como esta superam muitas vezes as espécies nativas, perturbam os ecossistemas e podem causar danos agrícolas significativos. Os cães, com seu olfacto altamente desenvolvido, conseguem detectá-las de um modo que os humanos não conseguem. Cães treinados podem farejar o odor de espécies invasoras como a mosca-lanterna pintada a distâncias substanciais e até mesmo debaixo do solo. O seu treino procura o aproveitamento dessa capacidade, associando a detecção de aromas específicos ao reforço positivo, isto de acordo com o que disse o News Center Maine.

Melissa McCrue-McGrath, treinadora da Animal Welfare Society (AWS), disse a propósito: “Se conseguirmos fazer com que eles (os cães) confiem nos seus narizes e nos digam que está aqui, poderemos evitar que esse insecto chegue ao estado do Maine”. Até ao final de março, os investigadores esperam que os cães envolvidos no estudo passem num teste de odor para avançarem para a próxima fase do treino, que envolverá testes de campo. O sucesso nestes ensaios poderá significar um passo inovador na utilização de cães treinados nos esforços de conservação ambiental, particularmente na detecção e prevenção da propagação de espécies invasoras. Esperam-se duas boas notícias: que os cães passem em todos os testes e que a mosca-lanterna-manchada nunca chegue a Portugal (para mal já nos basta a vespa asiática).

GAIOLA E QUADRADO PARA OS REFILÕES

 

Em tempos idos, como primeiro obstáculo à direita numa pista táctica de outrora, tínhamos a “GAIOLA DO GATO”, obstáculo vertical assim chamado porque dentro dele colocávamos os mais diversos animais domésticos passíveis de ser perseguidos e abatidos pelos cães (outros cães, gatos, coelhos, chinchilas, porcos da Índia; perus, gansos, patos, galinhas, pombos, etc.). Os animais engaiolados não corriam qualquer risco e os cães pouco a pouco familiarizavam-se com eles, entendendo-os como parte do trabalho a respeitar ao invés de persegui-los, iniciando deste modo o seu processo de sociabilização, que brevemente possibilitaria a sã convivência entre os cães e esses animais em liberdade, nomeadamente dentro da pista. Como ainda não temos a gaiola do gato, mas seguindo mesmo princípio, valemo-nos para o efeito de uma grande gaiola de arame, onde colocamos os cães conflituosos enquanto os restantes saltam sobre eles. Curiosamente, o cão mais conflituoso que temos nas nossas fileiras é o pequeno Beagle Coco, que se joga a qualquer cão independentemente do seu tamanho. Por causa disso, coube-lhe ir para dentro da gaiola, mas na companhia da sua dona, para que se sentisse mais confortável e o conselho dela pudesse melhor acalmá-lo. Certo é que o Beagle venceu facilmente o desafio, pelo que passámos à fase seguinte, agora com ele já fora das grades, no centro de um quadrado de verticais e seguro na ponta da trela pela dona, enquanto os cães maiores saltavam por cima dele. O Coco voltou a responder afirmativamente ao exercício.

Quando somos obrigados a encetar este trabalho com um cão, acabamos por estendê-lo a todos os cães presentes na classe como forma de reavivamento e também de adaptação a novas circunstâncias, porque importa manter o foco nas ordens e não nos animais circundantes. Quando se trabalham em simultâneo várias raças, não é raro sermos confrontados com a “incompatibilidade somática”, particularmente quando lidamos com cães que já atingiram a maturidade sexual. No nosso caso temos Filas de São Miguel e Pastores Alemães. Os primeiros, caso não sejam sociabilizados, atacam individualmente qualquer cão e em matilha mordem-se uns aos outros; os últimos constituem-se facilmente em matilha, muitas vezes sem se conhecerem, e carregam sobre os que lhes são estranhos. Conhecedor do problema, enfatizo a sociabilização para garantir a autonomia funcional de todos. Convém que relembrar que toda a obediência é nula enquanto a sociabilização inter pares e a geral não forem alcançadas. Na foto abaixo é possível ver o FSM Doc a saltar sobre o CPA cinzento Jay sem qualquer novidade desagradável, basicamente porque o Pastor Alemão é menos briguento do que o alano-molosso.

Conforme se pode ver na foto seguinte, quando se inverteram os papéis, o Fila mostrou-se mais instável, sendo comum vê-lo envolvido em escaramuças contra outros exemplares da sua raça, confrontos que deixam marcas e que comprometem qualquer processo de sociabilização. Aqui não aconteceu nada de desagradável porque os donos se encontravam por perto (um a saltar com o cão e o outro a escassos 5m do dono. O que se procura e para isso trabalhamos, é que o comportamento dos cães seja igual com os donos distantes ou ausentes.

No salto seguinte, agora com os papéis invertidos é o Pastor Alemão que mostra alguma desconfiança ou insegurança, quiçá como resposta ao que havia acontecido anteriormente. Pela posição de orelhas do lupino, é possível que tenha sido repreendido por querer sair do lugar que lhe tinha sido determinado.

Como os cães não estavam a responder em absoluto ao que era exigível e espectável, voltámos a solicitá-los para trabalharem em conjunto, continuando o FSM a mostrar-se instável. À parte disto, que não pode ser desconsiderado, a suspensão durante o salto do Pastor Alemão é digna de registo.

Depois chegou a vez do Boxer Balzac ir para dentro do quadrado. Quando eu recebi o Balzac para treinar, recebi um braquicéfalo tímido, invariavelmente a coxear de uma das mãos, com pouca apetência para trabalhar e a demonstrar uma gritante aversão à trela. Hoje está mais atrevido, já não coxeia, adora vir para a escola trabalhar, raramente puxa na trela, tem-se revelado um atleta de nomeada e adora ataques lançados. Agora espevitado, conhecedor da sua força e dos estragos que pode fazer, importa que se sociabilize antes que faça algum disparate. Na foto abaixo, o Balzac nem se apercebeu que o FSM Doc estava a saltar por cima dele.

No salto seguinte, agora com CPA Jay a saltar, a “conversa foi outra”, mostrando-se o Balzac muito curioso com o cão que o sobrevoava, sem contudo ter manifestado qualquer atitude agressiva. Quanto ao Jay, não lhe deu importância nenhuma.

No final deste trabalho convidámos o FSM Doc para saltar o quadrado com um casal de Pastores Alemães lá dentro, porque o Doc é um animal excepcional e importa evitar que a sociabilização seja o seu “Calcanhar de Aquiles”. Acabou por executar um salto concentrado e por demais sereno, digno de um cão cujo nome se escreve com letras maiúsculas.

Para terminar o relatório das actividades de sábado, 24 de fevereiro de 2024, deixo aqui uma foto do Beagle Coco a ultrapassar a JANELA, obstáculo para ele de duplo salto e de elevado grau de dificuldade. Bem que o Coco merece o cognome de “Máquina”, porque é exactamente aquilo que ele é!

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Cláudio/Balzac; Joana/Coco; José António/Doc; José Maria/Drako; José Maria/Jay; Paulo/Bohr e Viv/Kiara. O Jorge Filipe não compareceu por motivos laborais, o Paulinho foi poupado por se encontrar doentinho e o Miguel Dias viu-se obrigado a vir de Cabo Verde a nado. Apesar de lhe doer muito a zona lombar e a área adjacente ao coxis, o Paulinho procedeu à reportagem fotográfica das actividades. O Plano de Aula foi cumprido e trabalhou-se afincadamente.