As
alergias têm vindo a aumentar entre os animais domésticos e estima-se que 10%
dos cães sejam agora alérgicos. São inúmeras as causas das alergias, desde
ração animal, até pólen e ácaros da poeira doméstica e o seu tratamento requer
alguma paciência. Tal como as pessoas, os animais também podem ter um reacção
alérgica à erva e a relva, ao pólen, às árvores, aos ácaros e até ao mofo (o CA
Oliver e a CPA Luna são até ao momento os únicos cães que entre nós são
afectados pelo problema e encontram-se medicados para isso). A alergia mais
comum nos cães é a resultante da saliva da pulga, que é caracterizada por uma
comichão intensa na região da virilha que leva os animais a coçar-se e a
morder-se. A comichão é geralmente o principal sintoma das alergias e o lamber
constante dos cães, principalmente nas patas, é também um sinal de comichão e
de possível alergia. Como se depreende, a comichão faz com que os animais se
lambam e cocem dolorosamente.
Infelizmente,
os cães estão a ser cada vez mais alérgicos à comida, a mesma que por vários
lados é publicitada como a mais indicada. Além da comichão, distintas alergias
podem resultar ainda em problemas gastrointestinais, que tendem a ser
ultrapassados por uma dieta de eliminação (hipoalergénica) receitada pelos
veterinários com uma duração de 6 a 8 semanas, cujas proteínas e carboidratos
são provenientes de carnes menos usadas e tão minimizadas que o corpo não
consegue mais reconhecê-las como um alergénico, segundo adianta Natalie Franiek-Krijt,
veterinária no Tirol, Áustria (na foto seguinte).
A
intransigência dos donos em não permitir aos cães comer o que lhes faça mal é
fundamental para a solução do problema e para o bem-estar dos animais, pelo que
não deverão condescender em deixá-los comer uma ração não recomendada, aceitar guloseimas
de caminhantes ou permitir que vasculhem caixotes do lixo, comida desleixada no
chão ou atacar pilhas de compostagem, por qualquer uma desta coisas pode deitar
tudo a perder e gerar um retrocesso no ultrapassar das alergias. Esclarece que Bulldogs
Franceses, Retrievers, Boxers, Pugs e os seus cruzamentos são particularmente
afectados por alergias.
Também os gatos são afectados por alergias, apresentando sintomas graves na cabeça (crostas sangrentas ou lábios severamente inchados), sendo bastante complexo o diagnóstico de alergias ambientais. Normalmente são usados exames de sangue nos quais os anticorpos são medidos ou testes intradérmicos, onde os alergénios são injectados na pele dos animais. Nos gatos, para além da comichão e de problemas gastrointestinais, as alergias poderão também resultar em infecções oculares. Segundo a mesma Dr.ª Franiek-Krijt “o objectivo é interromper o ciclo vicioso de infamação e comichão na pele.” O tratamento destas alergias é possível através de comprimidos, soluções orais e injecções. Anticorpos monoclonais são injectados sob a pele uma vez por mês, podendo os animais ser banhados com champôs medicinais, sendo que a administração de óleos ómega-3 também ajuda. Todavia, nem todo o arranhão é sinal de alergia, podendo também resultar de picadas de pulgas ou ácaros. No entanto, perante uma comichão inabitual e persistente, especialmente agora na primavera que é farta em alergias tanto para homens como para cães, não hesite – consulte o veterinário assistente do seu cão.
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