quarta-feira, 16 de março de 2022

A POLÉMICA DOS CÃES CHEGOU AOS CEMITÉRIOS

 

Antes de narrar os factos e apontar uma possível solução para a polémica ultimamente levantada, adianto desde já a minha opinião pessoal: se em vida coabito com o meu cão debaixo do mesmo tecto, depois de morto menos me importará que divida a cova comigo, apesar de não fazer questão. Mas compreendo e respeito o parecer dos enlutados que não querem que os entes queridos estejam sepultados entre cães e gatos, furões, cobras e periquitos, como compreendo aqueles que têm uma opinião contrária, que querem ser sepultados com os seus pets pelos fortes vínculos afectivos que nutrem pelos animais. A última polémica relativa a este assunto aconteceu passado dia 25 de fevereiro no Cemitério de Herne Bay, cidade perto Canterbury (Cantuária) no sudeste de Inglaterra, onde uma viúva de 67 anos ao visitar o túmulo do seu marido, foi multada em 100 libras por um polícia, por se ter feito acompanhar pela sua cadela Border Collie de 12 anos (Megan), contra o estipulado na “Ordem de Protecção do Espaço Público (PSPO). Adianta-se que a referida cadela esteve ao lado da dona aquando do funeral do seu dono.

Lynda Martin (na foto acima), a viúva em questão, disse que ao ser multada se sentiu vitimizada, como uma criminosa, que a sua cadela se encontrava à trela, debaixo de controlo e que jamais a deixaria danificar ou sujar qualquer túmulo. Admitiu também que sabia que os cães não eram permitidos naquele cemitério, por isso pagou imediatamente a multa. Todavia, está agora a pedir ao conselho municipal que revogue a proibição e já conta com o apoio de um conselheiro municipal sénior. "Megan é minha companheira constante e meu apoio emocional. Não sei o que teria feito no ano passado (altura em que o seu marido morreu) sem ela. Acho que os polícias devem perseguir criminosos no lugar de importunar alguém vulnerável”, acrescentou. O conselheiro de Herne Bay, Joe Howes, apoiou os apelos da Sra. Martin para que a PSPO seja revista. O conservador acredita que cães "bem-comportados" e atrelados devem ser permitidos nos cemitérios, desde que seus donos limpem tudo o que eles sujarem (aqui esquecem-se amiúde de limpar as calçadas). É possível, porque por lá se faz vista grossa em prol dos cãs, que a senhora Martin tenha sido de alguma forma discriminada, muito embora tal não tenha sido explicado.

A solução para um problema destes, porque vai ter que ser encontrada uma que satisfaça gregos e troianos, também porque o número de cães não pára de aumentar nos lares, parece vir de alguns cemitérios alemães, agora divididos em duas partes: uma parte para sepultamento de pessoas sem animais e a outra destinada ao sepultamento destes com os donos. Penso que esta seja a solução mais razoável e é possível que venha a ser adoptada por toda a parte. Estranhamente e sem que nenhum vidente o vaticinasse, nem mesmo o terceiro segredo de Fátima, os cães estão a mudar o nosso mundo. 

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