Antes
de narrar os factos e apontar uma possível solução para a polémica ultimamente
levantada, adianto desde já a minha opinião pessoal: se em vida coabito com o
meu cão debaixo do mesmo tecto, depois de morto menos me importará que divida a
cova comigo, apesar de não fazer questão. Mas compreendo e respeito o parecer
dos enlutados que não querem que os entes queridos estejam sepultados entre
cães e gatos, furões, cobras e periquitos, como compreendo aqueles que têm uma
opinião contrária, que querem ser sepultados com os seus pets pelos fortes
vínculos afectivos que nutrem pelos animais. A última polémica relativa a este
assunto aconteceu passado dia 25 de fevereiro no Cemitério de Herne Bay, cidade perto Canterbury (Cantuária) no sudeste de Inglaterra, onde uma viúva de 67
anos ao visitar o túmulo do seu marido, foi multada em 100 libras por um
polícia, por se ter feito acompanhar pela sua cadela Border Collie de 12 anos
(Megan), contra o estipulado na “Ordem de Protecção do Espaço Público (PSPO).
Adianta-se que a referida cadela esteve ao lado da dona aquando do funeral do
seu dono.
Lynda
Martin (na foto acima), a viúva em questão, disse que ao ser multada se sentiu vitimizada, como
uma criminosa, que a sua cadela se encontrava à trela, debaixo de controlo e
que jamais a deixaria danificar ou sujar qualquer túmulo. Admitiu também que
sabia que os cães não eram permitidos naquele cemitério, por isso pagou
imediatamente a multa. Todavia, está agora a pedir ao conselho municipal que revogue
a proibição e já conta com o apoio de um conselheiro municipal sénior. "Megan
é minha companheira constante e meu apoio emocional. Não sei o que teria feito
no ano passado (altura em que o seu marido morreu) sem ela. Acho que os polícias
devem perseguir criminosos no lugar de importunar alguém vulnerável”,
acrescentou. O conselheiro de Herne Bay, Joe Howes, apoiou os apelos da Sra.
Martin para que a PSPO seja revista. O conservador acredita que cães
"bem-comportados" e atrelados devem ser permitidos nos cemitérios,
desde que seus donos limpem tudo o que eles sujarem (aqui esquecem-se amiúde de limpar as calçadas). É possível, porque por lá
se faz vista grossa em prol dos cãs, que a senhora Martin tenha sido de alguma forma
discriminada, muito embora tal não tenha sido explicado.
A solução para um problema destes, porque vai ter que ser encontrada uma que satisfaça gregos e troianos, também porque o número de cães não pára de aumentar nos lares, parece vir de alguns cemitérios alemães, agora divididos em duas partes: uma parte para sepultamento de pessoas sem animais e a outra destinada ao sepultamento destes com os donos. Penso que esta seja a solução mais razoável e é possível que venha a ser adoptada por toda a parte. Estranhamente e sem que nenhum vidente o vaticinasse, nem mesmo o terceiro segredo de Fátima, os cães estão a mudar o nosso mundo.
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