Neste
Dia Internacional da Mulher devo um pedido de desculpas a todas as mulheres
emigrantes, às consideradas trastes, desprovidas de qualquer valor e que
carregam os filhos que ninguém quer, às que são obrigadas a abandonar a sua
terra sem saber o que as espera e que acabam desrespeitadas, exploradas e abusadas
de todas as maneiras possíveis, entendidas como objecto, identificadas por um
número e sem nome conhecido, mulheres e mães que sofrem a sorrir, como se a
discriminação não lhes caísse em cima, fossem abençoadas com a fraternidade e a
solidariedade não se esquecesse delas, mulheres de fácil acesso pela
necessidade de sobrevivência que diariamente esquecemos e cuja morte é de pouca
ou nenhuma importância. Para todas elas vai o meu sincero pedido de desculpas,
em meu nome e no nome daqueles para quem é mais cómodo não ver e não ouvir - ignorar.
Dentro deste contexto quero saudar e estender a minha solidariedade às mulheres ucranianas, tornadas emigrantes à força pela guerra, que carregando os seus poucos haveres e trazendo os filhos ao colo ou pela mão, chorosos e famintos, calcorreiam até à exaustão estradas infindas debaixo de gelo e neve para alcançarem finalmente poiso de paz, onde as esperam filas intermináveis para apanharem um autocarro ou comboio rumo à esperança. As mesmas que largaram apressadamente as suas casas e que deixaram para trás os seus maridos a combater, que terão de ser, simultaneamente e por tempo indeterminado, pai e mãe. Daqui quero enviar também uma palavra de alento para as viúvas, também elas vítimas e heroínas de guerra, obrigadas a enterrar os seus desgostos e a refazer as suas vidas. Finalmente a minha admiração e apreço vai para as mulheres que pegaram em armas e se juntaram ao exército ucraniano, que combatem diariamente ao lado dos homens para que a Ucrânia seja livre, soberana e indivisível. Dito isto, obrigado e parabéns a todas as mulheres do mundo!
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