A POLÍTICA DE HANDS OFF

 

É sabido que sempre defendemos e continuamos a defender uma política de “Hands Off” no que concerne ao relacionamento dos nossos cães com estranhos, opção principalmente ligada à salvaguarda dos animais, ao seu bem-estar e à sua operacionalidade, porque pessoas bem-intencionadas podem pôr em risco a vida dos cães, atentar contra o seu bem-estar e obstar o seu condicionamento, deitando por terra meses de trabalho paciente e dedicado. Apenas uma escassa minoria das pessoas que gosta de cães sabe alguma coisa sobre eles, sobre o seu comportamento e aquilo que os incomoda, razão mais do que suficiente para não consentir que outros mexam nos nossos cães, estando com isso também a proteger quem não nos entende e que nem quer saber quais as razões que nos assistem. Sobre o que incomoda os cães, aconselho a visita ao site alemão “Ein Herz für Tiere”, onde consta uma lista bastante completa sobre os comportamentos típicos dos donos que não são totalmente do agrado dos cães, comportamentos que suportam silenciosamente ou cujo desagrado desnudam pela sua linguagem corporal – não se podem fazer festas arbitrariamente a um cão e nem toda a gente sabe como deve acariciá-lo!

A título de curiosidade vou aqui adiantar apenas 5 procedimentos comuns de que os donos fazem uso e que não são do agrado dos cães: 1º _ Soprar no nariz ou nos ouvidos dos animais (os donos acham muito engraçado proceder assim, mas os cães sentem-se desconfortáveis com isso e se os donos insistirem os animais começarão a fugir-lhes); 2º _ Encarar os cães nos olhos (os cães entendem este procedimento como uma ameaça, como um acto de dominância e de intimidação. Deus tenha piedade dos mais fracos); 3º _ Abraçá-los (ao verem-se assim, os cães sentem a sua liberdade restrita. Se eles bocejarem, lamberem os lábios ou abaterem as orelhas significa que estão debaixo de stress e infelizes com o procedimento dos donos); 4º _ Circunstâncias pouco claras (enquanto animais de matilha, os cães não entendem regimes de excepção e estes provocam-lhes grande confusão); 5º Sempre a mesma caminhada (quando os cães fazem todos os dias a mesma caminhada sentem-se enfadados e aborrecidos, particularmente quando não podem farejar, pelo que importa variar os passeios e associar-lhes jogos e tarefas). Como se depreende, entre outras razões, não queremos que os nossos cães sofram nas mãos de outros.