quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

UMA DURA FACADA NA AFICIÓN

Se a tauromaquia nacional tivesse um único e oficial estandarte, hoje, depois do cavaleiro João Moura ter sido constituído arguido, por ter os seus galgos a morrer à fome, certamente o colocaria a meia-haste e por tempo indeterminado, por ser uma dura facada (quiçá a de misericórdia) nas touradas e nos seus aficionados, o pior que lhes podia ter acontecido, porque se os touros não nasceram para as touradas, muito menos os galgos vieram ao mundo para morrer à fome, ainda que em Espanha os matem indiscriminadamente, ano após ano, com requintes de malvadez e com rara crueldade, selvajaria a que muitos ousam chamar cultura. Hoje, ao divulgarmos para o mundo a imagem daqueles galgos-zombies, todos os portugueses sentem-se e saem envergonhados, particularmente os que vivem além-fronteiras, que certamente serão interpelados por algo injustificável que excede a sua responsabilidade. Oxalá os animais sobrevivam e seja feita justiça, a bem desta velha e honrada nação.
PS: Oxalá estes galgos, depois de recuperados e para cúmulo das suas penas, não venham ainda a servir de suporte a um ignoto banco de sangue.

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