segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

A LIÇÃO DA SERPENTE BLACK MAMBA

Vamos lá à lição da Serpente Black Manga, já que com o padre envolvido no episódio nada aprendemos, uma vez que nem para ele sabia. Terá aprendido da pior forma? É o que resta saber!
No interior de Masvingo, província do Zimbabué cuja capital tem o mesmo nome, por ocasião do passado Natal, uma serpente Black Manga entrou no quintal da igreja do padre católico Manyanye ou Manyanya da Missão St Bhakita e matou-lhe os seus seis cães em segundos. Segundo o clérigo, ao chegar ao portão da missão naquele dia, viu os cães a ladrar distantes da serpente que se deslocava pelo quintal. Os cães ao vê-lo chegar animaram-se e começaram a morder a cauda do grande réptil (calcula-se que tenha 2, 2 metros de comprido).
A Mamba Negra, que até ali não prestara grande atenção aos cães, enfureceu-se e mordeu os cães um após outro, matando-os em seis segundos. Especialistas afirmam que os cães morrem rapidamente porque são mordidos várias vezes e com o máximo de veneno em cada picada. A história ou desgraça infelizmente não acaba aqui! Uma semana depois, o bom e ingénuo padre teve outro pesadelo, quando perdeu nova matilha de seis cães por terem desenterrado e comido as carcaças dos cães anteriormente mortos?! Os animais de Sua Reverência não estariam com fome? É que cães não porcos e não comem carne decomposta de iguais à primeira?
Aqui não temos serpentes arborícolas venenosas, mas temos cobras que não merecem ser importunadas e víboras que podem ser muito perigosas, letais até para homens e cães, assim como um conjunto de animais selvagens e silvestres que merecem ser protegidos. Olhando para a história acima pergunta-se onde falhou o padre e como deveria ter procedido, uma vez que ele e só ele é o único responsável pela morte dos 12 cães. Se o homem entendesse de cães como eventualmente de missas, os animais ainda estariam vivos e por certo não teria tantos, a menos que seja franciscano.
Teria poupado a vida dos primeiros se ao entrar no quintal os chamasse para si, impedindo assim que mordessem a serpente e vissem as suas vidas poupadas. Provavelmente seria um esforço inglório, porque os cães não deveriam ter grande ensino, por via dos múltiplos afazeres do padre e por causa disso seriam algo “duros de ouvido”. Quem anda nos cães faz tempo, sabe que eles ao lado dos donos têm o dobro da força por se sentirem automaticamente apoiados. Assim, numa situação análoga, os condutores deverão recuar em relação aos cães, inibi-los e chamá-los par si. Nestas circunstâncias, o inesperado e potente comando de “não” pode ser o antídoto mais apropriado para a situação. Lembrem-se, se o padre não tivesse aparecido, jamais os cães ousariam atacar aquela cobra. O procedimento é igualmente válido para animais selvagens como para domésticos, quando importa evitar uma rixa.
Quanto ao desaparecimento da segunda matilha, estupidez que brada aos céus, não sei se o bom padre estava à espera que os animais mortos pela Mamba já estivessem revestidos de um corpo celestial ou transitado incólumes para o limbo dos cães. Certo é que os sepultou ou mandou sepultar muito à superfície, sem pedras que guarnecessem e protegessem as suas sepulturas, ao ponto de evitar o levantamento dos seus cadáveres. Convém dizer que nem todos os cães são provenientes exclusivamente dos lobos, que há raças, tanto antigas como actuais, que descendem directamente do Chacal, que como se sabe é um animal necrófago. O padre não sabia, mas é importante que você saiba, que um animal recém-envenenado, dependendo do veneno e ao ser ingerido parte do seu cadáver, pode matar mais uns quantos animais! A lição da Mamba Negra é sem dúvida uma grande lição. Entendem agora os meus alunos que, quando há esporádicas brigas de cães, sou eu que devo separá-los e não os donos? Não é só uma questão de experiência, é também de inteligência!

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