quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

UM NARIZ QUE PODERÁ VALER A MILHÕES

O nariz que poderá salvar milhões é o do cão. Tal como acontece noutros países, onde a detecção canina de vários cancros está a ser testada, na França procura saber-se se o olfacto canino é capaz de detectar o cancro da mama. A iniciativa coube ao Institut Curie, uma fundação privada, sem fins lucrativos, que se dedica especialmente à investigação oncológica.
Este Instituto está a levar a cabo uma experiência que envolve 450 mulheres, metade das quais com cancro da mama, que cães especialmente treinados e particularmente sensíveis tentarão identificar através de gazes por elas usadas, indicando assim quais as pacientes atingidas pela doença.
A experiência ficou a dever-se à intuição de uma enfermeira especializada em efeitos do cancro, Isabelle Fromantin (na foto seguinte), que se convenceu que os componentes “voláteis” da doença poderiam actuar como ferramentas de diagnóstico, não para substituir as mamografias, mas para oferecer uma alternativa capaz àqueles que são reticentes em relação a estes exames ou que por razões várias não podem aceder-lhes.
Este projecto arrancou em 2016 graças ao compromisso do Instituto e a uma campanha de doações que promoveu. Na eventualidade do teste produzir resultados positivos, os cientistas do Curie alvitram a hipótese de futuramente usarem também cães para detectar o cancro do ovário. Experimento semelhante está a acontecer no Hospital Tenon, na capital francesa, unidade hospital do serviço público particularmente conhecida pela excelência dos seus serviços de urologia e pneumologia, onde a possibilidade de treinar cães para detectar o cancro da próstata a partir de uma amostra de urina já acontece há 10 anos.
Eu não sei onde acabam as mais-valias caninas, mas agrada-me saber que estão sempre a descobrir novas para a saúde e bem-estar da humanidade, apesar dos cães estarem ao nosso lado há milhares de anos.

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