segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

O IMPACTO DOS CÃES NA ECONOMIA ESPANHOLA

De acordo com os dados fornecidos hoje pelo jornal espanhol conservador online “LA RAZON”, de informação geral e circulação nacional, 4º em Espanha tanto em vendas como em divulgação, na sua secção de economia e num artigo intitulado “El «boom» canino: los perros ya mueven 1.000 millones de euros al año en España”, ficamos a saber que os cães já movimentam 1.000 milhões de euros anualmente no país vizinho e que o sector criou mais de 100.000 empregos, directos e indirectos. O custo de manutenção de um animal ali ronda os 1.250 euros anuais, num total de 36.500 milhões em toda a Europa. É este o panorama do sector canino no Velho Continente, onde existem 80 milhões de casas com pelo menos um animal de estimação. Só em Espanha, já existem quase 1.000 milhões de negócios anuais devido ao aumento desses animais de estimação e a tendência indica que ele continuará a crescer até se tornar um sector proeminente da economia nacional.
No país dos “nuestros hermanos” ter um cachorro é um compromisso económico, já que, em média, o custo da sua manutenção anual atinge em média cerca de 1.250 euros, o que significa 105 euros por mês. Levá-lo ao veterinário implica um desembolso de cerca de 200 euros por ano, ao qual deverão ser acrescentados outros 100 extras que possam surgir. Em alimentos, esse número chega a 600 euros por ano, que por vezes são acrescidos de 150 euros em tosquias e higiene. Assim, as famílias espanholas com um cachorro em casa, que já atingem 40% do total das famílias, gastam mais com os animais de estimação do que em telefone e Internet anualmente, conforme a Pesquisa do Instituto de domicílios (as comunicações das Estatísticas Nacionais (INE) custariam 964 euros. A grande opção pelos animais de estimação está a causar o aparecimento de uma nova categoria de casas.
A Espanha que tradicionalmente tinha famílias numerosas, com muitos filhos, não é a Espanha de hoje, porque ali já existem mais casas com cães do que com crianças menores de 15 anos (6.8 milhões de cães registados e 6,2 milhões de menores de 15 anos). Diz o La Razon: “Nesse contexto, não é possível ignorar o papel fundamental que os cães também desempenham fora das suas casas, devido à sua contribuição para a sociedade como um todo, pois, além de serem animais de estimação, os cães também desempenham tarefas importantes para a comunidade, como resgate, protecção, orientação e até rastreamento de substâncias e pessoas perigosas.
O artigo termina aludindo à Exposição Mundial de Cães, que se realizará este ano em Madrid, nos dias 23 e 26 de Abril, datas em que o World Dog Show, evento organizado pela Real Sociedade Canina de Espanha, será realizado ao lado de Ifema, que deverá atrair cerca de 75.000 visitantes de todo o mundo para a capital espanhola e que terá um impacto económico na cidade de 35 milhões de euros, com o objectivo de promover a importância do cão de raça e o trabalho dos seus criadores na sua preservação. Depois destes dados estou convencido que muitos portugueses irão a Madrid por ocasião da Exposição Mundial de Cães e perante os números dos espanhóis, que chegam a assustar, parece que a antiga proporção dos emigrantes se mantém, apesar da mudança dos políticos e das políticas, aquela que dizia que “Portugal era um Ovo, a Espanha uma Peneira e a França uma Eira”. Não estará já na altura de sairmos da casca?

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