De acordo com os dados
fornecidos hoje pelo jornal espanhol conservador online “LA RAZON”, de
informação geral e circulação nacional, 4º em Espanha tanto em vendas como em
divulgação, na sua secção de economia e num artigo intitulado “El «boom»
canino: los perros ya mueven 1.000 millones de euros al año en España”, ficamos
a saber que os cães já movimentam 1.000 milhões de euros anualmente no país
vizinho e que o sector criou mais de 100.000 empregos, directos e indirectos. O
custo de manutenção de um animal ali ronda os 1.250 euros anuais, num total de
36.500 milhões em toda a Europa. É este o panorama do sector canino no Velho
Continente, onde existem 80 milhões de casas com pelo menos um animal de
estimação. Só em Espanha, já existem quase 1.000 milhões de negócios anuais
devido ao aumento desses animais de estimação e a tendência indica que ele
continuará a crescer até se tornar um sector proeminente da economia nacional.
No país dos “nuestros
hermanos” ter um cachorro é um compromisso económico, já que, em média, o custo
da sua manutenção anual atinge em média cerca de 1.250 euros, o que significa
105 euros por mês. Levá-lo ao veterinário implica um desembolso de cerca de 200
euros por ano, ao qual deverão ser acrescentados outros 100 extras que possam
surgir. Em alimentos, esse número chega a 600 euros por ano, que por vezes são
acrescidos de 150 euros em tosquias e higiene. Assim, as famílias espanholas
com um cachorro em casa, que já atingem 40% do total das famílias, gastam mais
com os animais de estimação do que em telefone e Internet anualmente, conforme
a Pesquisa do Instituto de domicílios (as comunicações das Estatísticas
Nacionais (INE) custariam 964 euros. A grande opção pelos animais de estimação está
a causar o aparecimento de uma nova categoria de casas.
A Espanha que
tradicionalmente tinha famílias numerosas, com muitos filhos, não é a Espanha
de hoje, porque ali já existem mais casas com cães do que com crianças menores
de 15 anos (6.8 milhões de cães registados e 6,2 milhões de menores de 15
anos). Diz o La Razon: “Nesse contexto, não é possível ignorar o papel
fundamental que os cães também desempenham fora das suas casas, devido à sua
contribuição para a sociedade como um todo, pois, além de serem animais de
estimação, os cães também desempenham tarefas importantes para a comunidade,
como resgate, protecção, orientação e até rastreamento de substâncias e pessoas
perigosas.
O artigo termina aludindo
à Exposição Mundial de Cães, que se realizará este ano em Madrid, nos dias 23 e
26 de Abril, datas em que o World Dog Show, evento organizado pela Real
Sociedade Canina de Espanha, será realizado ao lado de Ifema, que deverá atrair
cerca de 75.000 visitantes de todo o mundo para a capital espanhola e que terá
um impacto económico na cidade de 35 milhões de euros, com o objectivo de promover
a importância do cão de raça e o trabalho dos seus criadores na sua preservação.
Depois destes dados estou convencido que muitos portugueses irão a Madrid por
ocasião da Exposição Mundial de Cães e perante os números dos espanhóis, que
chegam a assustar, parece que a antiga proporção dos emigrantes se mantém,
apesar da mudança dos políticos e das políticas, aquela que dizia que “Portugal
era um Ovo, a Espanha uma Peneira e a França uma Eira”. Não estará já na altura
de sairmos da casca?
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