terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

ANTIGO, ÚNICO, DESPROTEGIDO E A EXTINGUIR-SE

Estamos a tratar do Lobo do Himalaia (Canis himalayensis), um lobo mais antigo que o Lobo Cinzento encontrado em grandes partes da América do Norte e na Eurásia, um animal do qual pouco se sabe, considerado até há bem pouco tempo como mais um lobo cinzento isolado a grande altitude, mercê do esquecimento da ciência e do desprezo pela sua conservação, uma vez que nenhuma acção de conservação foi levada a cabo, o que teve como consequência o seu declínio populacional silencioso.
Há 4 dias atrás, no passado dia 21 do corrente mês, uma pesquisa da responsabilidade de vários cientistas do Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford/UK, publicada no “Journal of Biogeography”, revelou a singularidade genética evolutiva deste lobo tendo em conta muitos marcadores genéticos diferentes, incluindo uma adaptação genética para suportar o ambiente a grande altitude, adaptação singular, uma vez que não foi encontrada em mais nenhum lobo.
Os cientistas e autores desta pesquisa enfatizam o facto do Lobo do Himalaia ser um dos principais carnívoros das grandes altitudes asiáticas, ecossistemas que abrigam algumas das últimas grandes áreas intactas do nosso planeta e que a protecção destes lobos é fundamental para a preservar esses mesmos ecossistemas, porque os principais carnívoros são essenciais para manter o ecossistema saudável e equilibrado. Esta preocupação agiganta-se quando se sabe que os recursos hídricos para milhões de pessoas no Sudeste Asiático provêm das grandes altitudes asiáticas, pelo que importa, atendendo ao interesse global, manter os seus ecossistemas e as populações de vida selvagem saudáveis.
Como ninguém pára a ciência, aguardam-se novos desenvolvimentos sobre o assunto, porque ele é deveras interessante para quem trabalha cães em grande altitude, como sucede com os cães de resgate nas montanhas mais altas da Europa.

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