terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

NÃO DEVIA TER ALIMENTADO AS VACAS!

A maior parte das notícias que temos divulgado e comentado, tanto nacionais como estrangeiras, têm como objectivo ensinar os nossos leitores a evitar os erros de outros, para que sejam previdentes, não caiam nas mesmas asneiras e não sofram idênticas consequências. O relato que se segue obedece ao mesmo propósito. No município de Schrattenbach, no distrito austríaco de Neunkirchen, quando se encontrava com o seu tio a visitar uns amigos, um menino de 8 anos decidiu ir dar de comer às vacas no estábulo.
Ao ver a criança ali naquele propósito, um São Bernardo de 4 anos que se encontrava solto no estábulo, atacou-a e mordeu-lhe o rosto. O acidente aconteceu ontem por volta das 17h00 e os pais do proprietário do cão chamaram de imediato a emergência médica. O menino foi primeiro socorrido por uma equipa médica que chegou ao local de helicóptero e depois helitransportado ao Donauspital de Viena, onde foi colocado em coma induzido devido à gravidade das lesões.
Antes de indicarmos os procedimentos que poderiam evitar este acidente, importa descobrir o que esteve por detrás do ataque o cão, para que não sejamos surpreendidos pelas mesmas condições ou desvantagens. Os cães de gado, independentemente de ser incluídos na transumância, de pernoitarem nos prados com o gado ou de dormirem as suas instalações, são criados desde pequeninos, por vezes logo a seguir ao desmame, junto de vacas, cabras e ovelhas, considerando estes animais como iguais e membros das suas matilhas, indivíduos que com o tempo virão naturalmente a proteger.
O menino surge naquele estábulo como um intruso aos olhos cão e este não hesitou em atacá-lo, porque o infante não fazia parte das rotinas diárias daquele estábulo e o São Bernardo, ao vê-lo sozinho ao redor das vacas, desconfiou dos seus propósitos. Por tudo o que dissemos, um ataque deste tipo era esperado! Adianta-se ainda, porque consta do corpo da notícia, que aquele cão nunca havia atacado ninguém.
Nas visitas a estábulos, prados e a gado solto no campo, quando acompanhado por cães, mesmo que o maioral ou pastor digam que os cães não fazem mal (a eles não farão certamente), na impossibilidade de os mandar prender, afaste-se dos cães, não os fite nos olhos, não avance deliberadamente para o gado, não corra e mantenha uma postura descontraída que indicie que nada de anormal se passa. Caso se faça acompanhar de uma criança pequena, não a deixe afastar-se de si e se ela for por demais endiabrada e tagarela, é melhor pô-la ao colo e serená-la. Não se esqueça, se o menino de Schrattenbach, ao invés de estar sozinho, estivesse na companhia de alguém da casa, que lhe serviria de salvo-conduto, dificilmente seria atacado. As culpas do acidente deverão ser divididas pelos proprietários do cão e pelo tio do menino, porque todos negligenciaram a segurança da criança. Também à ignorância de todos cabe um importante papel, apesar do Delegado do Ministério Público de Neustadt ter convocado somente o proprietário do cão sob suspeita de danos corporais negligentes.

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