A maior parte das notícias
que temos divulgado e comentado, tanto nacionais como estrangeiras, têm como
objectivo ensinar os nossos leitores a evitar os erros de outros, para que
sejam previdentes, não caiam nas mesmas asneiras e não sofram idênticas
consequências. O relato que se segue obedece ao mesmo propósito. No município de
Schrattenbach, no distrito austríaco de Neunkirchen, quando se encontrava com o
seu tio a visitar uns amigos, um menino de 8 anos decidiu ir dar de comer às
vacas no estábulo.
Ao ver a criança ali
naquele propósito, um São Bernardo de 4 anos que se encontrava solto no
estábulo, atacou-a e mordeu-lhe o rosto. O acidente aconteceu ontem por volta
das 17h00 e os pais do proprietário do cão chamaram de imediato a emergência médica.
O menino foi primeiro socorrido por uma equipa médica que chegou ao local de helicóptero
e depois helitransportado ao Donauspital de Viena, onde foi colocado em coma induzido
devido à gravidade das lesões.
Antes de indicarmos os
procedimentos que poderiam evitar este acidente, importa descobrir o que esteve
por detrás do ataque o cão, para que não sejamos surpreendidos pelas mesmas
condições ou desvantagens. Os cães de gado, independentemente de ser incluídos
na transumância, de pernoitarem nos prados com o gado ou de dormirem as suas
instalações, são criados desde pequeninos, por vezes logo a seguir ao desmame,
junto de vacas, cabras e ovelhas, considerando estes animais como iguais e
membros das suas matilhas, indivíduos que com o tempo virão naturalmente a
proteger.
O menino surge naquele
estábulo como um intruso aos olhos cão e este não hesitou em atacá-lo, porque o
infante não fazia parte das rotinas diárias daquele estábulo e o São Bernardo, ao
vê-lo sozinho ao redor das vacas, desconfiou dos seus propósitos. Por tudo o que
dissemos, um ataque deste tipo era esperado! Adianta-se ainda, porque consta do
corpo da notícia, que aquele cão nunca havia atacado ninguém.
Nas visitas a estábulos,
prados e a gado solto no campo, quando acompanhado por cães, mesmo que o
maioral ou pastor digam que os cães não fazem mal (a eles não farão certamente),
na impossibilidade de os mandar prender, afaste-se dos cães, não os fite nos
olhos, não avance deliberadamente para o gado, não corra e mantenha uma postura
descontraída que indicie que nada de anormal se passa. Caso se faça acompanhar
de uma criança pequena, não a deixe afastar-se de si e se ela for por demais
endiabrada e tagarela, é melhor pô-la ao colo e serená-la. Não se esqueça, se o
menino de Schrattenbach, ao invés de estar sozinho, estivesse na companhia de
alguém da casa, que lhe serviria de salvo-conduto, dificilmente seria atacado.
As culpas do acidente deverão ser divididas pelos proprietários do cão e pelo
tio do menino, porque todos negligenciaram a segurança da criança. Também à ignorância
de todos cabe um importante papel, apesar do Delegado do Ministério Público de
Neustadt ter convocado somente o proprietário do cão sob suspeita de danos
corporais negligentes.
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