quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

SÓ O CÃO DEU COM ELE!

Um homem de 84 anos, a braços com problemas de orientação, residente num lar para idosos em Pleugueneuc, município francês localizado entre Rennes e Saint-Malo, na Bretanha, abandonou o seu local de residência na noite de Terça para Quarta, rumo a parte incerta.
Logo que o seu desaparecimento foi constatado, os funcionários do lar contactaram de imediato a Gendarmerie, que disponibilizou recursos significativos para tentar encontrar o idoso, que não se encontrava nos arredores da sua residência. Finalmente, por volta das 7 horas da manhã de ontem, o octogenário foi encontrado por um cão da brigada cinófila de Rennes, que deu com o homem deitado numa vala, a sofrer de hipotermia, mas vivo.
Num país como o nosso, onde a população idosa é mais numerosa que a população activa e onde os lares privados para idosos crescem como cogumelos, quiçá por causa do retorno do capital investido não demorar, é possível estabelecer uma parceria entre os lares, sejam eles estatais ou privados, e os centros de treino caninos, já que os primeiros veriam aumentado o seu socorro e os últimos treinariam na especialidade.
O eventual contacto dos idosos com os cães e os seus treinadores far-lhes-ia muito bem, porque ajudá-los-ia na sua reinserção e combateria o seu isolamento e solidão. Os cães, por seu lado, estabeleceriam vínculos afectivos com os idosos, o que facilitaria a sua detecção e resgate quando tal fosse necessário. Esta parceria gratuita, mas de certa forma obrigatória para quem tem o dever de nos proteger e para quem não prescinde de ser útil à sociedade, contribuiria de sobremaneira para aumentar a operacionalidade dos cães envolvidos.
No tempo em que o salazarismo dava cartas, a disposição dos quartéis da GNR era estratégica e estavam onde importava estar, perto dos locais onde poderiam mais facilmente eclodir manifestações contra o governo e as suas políticas, para que mais facilmente fossem abafadas e sanadas. Com a mudança dos tempos e das políticas, importa hoje que os quartéis das polícias estejam onde a segurança dos cidadãos e o seu socorro for mais necessário. Debaixo deste conceito, achava por bem, que em cada concelho do País houvesse pelo menos um cão policial de busca, já que em todos existem lares para idosos e gente capaz de fugir deles, muitas vezes por razões de saúde, subjectivas ou por outras que nem os próprios sabem, porque importa que a prestação de socorro aconteça o mais rápido possível (muitos dos cães castrados alojados em abrigos podem prestar-se para este serviço, já que acabam por potenciar o seu impulso ao alimento).

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