sábado, 29 de fevereiro de 2020

SALVOU A AVÓ À CONTA DA CADELA

Existem de facto horas felizes e haverá muitas mais se tivermos um cão por perto. Vamos a um relato que ilustra o que acabámos de dizer. Na cidade norte-americana de Burton, no Ohio, Elise Kilmer, de 17 anos, estava no quarto quando a sua cadela Saige começou de repente a arranhar-lhe a porta e ladrar desalmadamente. A adolescente ficou surpresa com aquele comportamento completamente atípico do animal. Saiu do seu quarto e seguiu a Labradoodle chocolate até a cozinha, onde encontrou desmaiada a sua avó demente. Ao vê-la assim, estendeu-a no chão e ligou para o número de emergência, massajando os pulmões da velha senhora até à chegada dos socorristas.
A avó foi hospitalizada e passados poucos dias estava recuperada. Elise diz que a Labradoodle Saige é a responsável pela sua avó estar viva: “(A reacção de Saige) foi realmente extraordinária…eu não tinha a certeza se a minha avó tinha caído ou não, mas a Saige sabia. Ela ouve coisas que nós não ouvimos.” Ainda comentando o sucedido, Elise concluiu: “Acho que se ninguém estivesse em casa, teria sido muito diferente. Estou muito orgulhosa de ter sido capaz de ajudar minha avó desta maneira" (se a cadela não estivesse ali, a neta provavelmente só voltaria a ver a avó no outro mundo!).  

FRESSNAPF TIERNAHRUNGS GmbH: HONESTIDADE ACIMA DE TUDO

Dizem que os alemães são austeros e avaros, mas dificilmente ouvimos dizer que são desonestos. A Fressnapf Tiernahrungs GmbH de Krefeld, a maior empresa europeia de alimentos para animais de estimação, com mais de 1400 lojas e 8.000 funcionários, presente em 12 países europeus, com 777 lojas na Alemanha, 90 na Austria e 52 nos Países Baixos, para além de outras na Suíça, Bélgica; França, Hungria, Dinamarca, Itália, Luxemburgo, Irlanda e Polónia, que em muitos países de língua alemã tem a designação de “Maxi Zoo”, com excepção de “Jumper” na Holanda e “Fressnapf” na Hungria, é hoje notícia nos media alemães e nas redes sociais, tudo porque está hoje a avisar que foram encontradas salmonelas num dos seus produtos para cães e que está pronta a reembolsar quem o adquiriu, alertando os proprietários caninos para não dar tal comida aos seus amigos de quatro patas, por causar-lhes muitos problemas intestinais.
Ao tomar conhecimento disto, sou imediatamente assolado por uma questão: serão só os alemães que têm problemas destes? Sinceramente gostava de saber, porque não conheço outros a admitir o seu erro, a retirar os produtos impróprios do mercado e a reembolsar quem na sua boa-fé os adquiriu.

JUNTAR O ÚTIL AO AGRADÁVEL

A Europa nunca esteve tão empenhada na adopção de cães abandonados e sem raça definida como agora. Cada município tenta arranjar compensações para quem desejar adoptar um cão, tornando tal acto cada vez mais tentador. Na italiana Sicília, no Município de Castellammare del Golfo, Província de Trapani, a partir de ontem, quem levar um cão rafeiro para casa verá o seu imposto sobre resíduos reduzido até 365€ por ano, num período máximo de três anos.
Este incentivo foi estabelecido por regulamento proposto pela administração municipal e votado por unanimidade pelo conselho municipal. “O objectivo deste regulamento é incentivar a adopção de cães abandonados e vadios para melhorar o bem-estar dos animais hospedados nas estruturas, confiando-os a famílias responsáveis e, ao mesmo tempo, limitar os custos dos cães vadios a serem suportados pela instituição (município), explicou o Presidente da Câmara Nicola Rizzo. Não sabemos se este incentivo irá dar o resultado esperado, mas podemos dizer que ele junta o útil ao agradável, coisa muito comum entre os sicilianos que sempre esperam uma contrapartida.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

PIADA PARA O FIM-DE-SEMANA: ENCONTRO INESPERADO

Um caçador foi caçar com o seu cão para uma coutada. Ao chegar lá encontrou um veado e quando se preparava para abatê-lo, o animal disse-lhe: “Não me digas que vais matar-me!” Ao ouvir tal coisa da boca do veado, o caçador pôs-se a correr desalmadamente com o seu cão atrás. Depois de terem perdido o veado de vista, o caçador parou para descansar um pouco e disse para quem o quisesse ouvir: “Eu nunca vi nenhum animal a falar!” Ao ouvir aquilo, o cão, que descansava ao seu lado, respondeu-lhe: E eu também não!”

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:
1º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
2º _ HÍBRIDO DE CHOW-CHOW/PASTOR ALEMÃO: MÁQUINA OU DESASTRE?, editado em 11/05/2016
3º _ DOBERMAN: O CÃO QUE É MENOS DO QUE SE SUPÕE E MAIS DO QUE SE IMAGINA, editado em 06/03/2016
4º _ PASTORES ALEMÃES LOBEIROS: O QUE OS TORNA ESPECIAIS, editado em 02/11/2015
5º _ O CÃO LOBEIRO: UM SILVESTRE ENTRE NÓS, editado em 26/10/2009
6º _ A CURVA DE CRESCIMENTO DAS DIVERSAS LINHAS DO PASTOR ALEMÃO, editado em 29/08/2013
7º _ PRÓS E CONTRAS DE DEIXAR O MEU CÃO DORMIR COMIGO NA CAMA, editado em 26/02/2020
8º _ 660€ POR FAZER DA CABEÇA DAS OVELHAS SACO DE BOXE, editado em 26/02/2020
9º _ “X” DE JARRETE DE VACA, editado em 25/07/2011
10º _ CIMARRÓN URUGUAYO OU FILA CISPLATINO?, editado em 27/04/2016

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Estados Unidos, 4º Alemanha, 5º Irlanda, 6º Região Desconhecida, 7º Moçambique, 8º Reino Unido, 9º Rússia e 10º Espanha.

AFINAL HAVIA OUTRO!

Esse mau-hábito que os portugueses têm de se menosprezar em relação aos outros e de aceitar naturalmente essa pseudo inferioridade como fatídica, levou-me desde muito jovem à revolta, porque desde cedo convivi com outras nacionalidades que sempre me bombardearam com os seus clichés, apesar de não ver ou reconhecer naquela gente alguma superioridade. Assim, cansei-me de ouvir dizer que os portugueses são mais passionais que os demais povos europeus e sensivelmente iguais aos restantes latinos. E que vi eu na outrora considerada a “Biarritz Portuguesa” por parte de gente que se dizia mais fria e razoável? Acções e comportamentos que me faziam lembrar a destruição de Roma pelos bárbaros! Dito isto, vamos a um acto tresloucado perpetrado por um adestrador canino britânico outrora ao serviço de Sua Alteza Real, a Princesa Ana do Reino Unido.
Quando tudo parecia correr sem novidade na pacata vila inglesa de 300 almas de Winsford, no Condado de Somerset, no passado Sábado, dia 22 de Fevereiro (data do meu aniversário), depois das 14 horas, um tal de John Zurick atingiu a sua esposa a tiro e tentou suicidar-se depois. Ambos viriam a morrer em consequência dos disparos, a mulher no local do assassinato e seu marido seis dias depois no hospital, a senhora tinha 56 anos de idade e o se passional marido 67. Curiosamente, este casal morava na mesma comunidade que o pai do Primeiro-ministro britânico, o mundialmente conhecido Boris Johnson, figura de proa do Brexit. Stanley Johnson, o pai, agora com 79 anos, disse através de comunicado ao Daily Mail: “"Tanto eu como toda a minha família estamos chocados, atordoados e tristes sobre esse trágico incidente. Lamentamos muito a morte de Zurick. Ela era vizinha e era muito amada."
Segundo o parecer dos vizinhos deste finado casal de adestradores, o seu casamento encontrava-se numa profunda crise. A mulher conheceu um novo homem e pediu o divórcio ao marido, pretendendo “deixar tudo para trás” e ir viver com um amigo para a Irlanda, solicitações que ao que tudo indica não agradaram ao seu esposo.
Diz-se por lá que os Zuricks treinaram os cães da Princesa Ana. Debbie e John Zurick eram membros da Working Clumber Spaniel Society, associação da qual a filha da Rainha de Inglaterra é presidente. Este clube tem como propósito treinar para a caça a raça britânica Clumber Spaniel e Debbie Zurick era membro honorário do Conselho de administração deste clube, sendo considerada simpática e prestável. E, se isto não é um crime passional, eu vou ali e já venho! É evidente que não devo julgar o todo pela parte, já sei!
A propósito de passional, muito gostava eu de saber se o parco e despenteado cabelo do Boris resulta de ser irado ou do vento que por vezes sopra forte do canal? A coisa é capaz de ser genética - o pai também faz uso do mesmo "corte".

CÃO EM HONG KONG INFECTADO COM O VÍRUS COVID-19


O vírus Covid-19, também conhecido como “chinês” ou de “Wuhan”, está a dominar as atenções mundiais, não há quem o não tema e o assalto aos supermercados já acontece em algumas partes do globo. Diante este cenário pouco animador, reforçado pelas alterações climáticas, “os profetas do fim do mundo” andam eufóricos, como que a vender bilhetes para o mundo que há-de vir, muito embora haja alguns que dizem que o actual será apenas transformado. Certo é que em Hong-Kong, o cão de uma mulher infectada com Coronavírus foi colocado em quarentena, depois que amostras do animal apresentaram resultado positivo para o vírus. As autoridades sanitárias locais anunciaram que não há risco de contágio pelo animal.
Apesar do cão não apresentar sintomas da doença, as "amostras retiradas das cavidades nasais e orais foram positivas para o vírus Covid-19", disse um porta-voz governamental. O cão foi recolhido em casa da sua dona na quarta-feira, 26 de Fevereiro, uma mulher de 60 anos já hospitalizada e isolada. Não há evidências de que animais como cães e gatos possam transmitir este vírus aos seres humanos, mas o ministério estimou que os animais de estimação das pessoas infectadas deverão ficar de quarentena durante 14 dias. O cão permanecerá isolado e irá ser sujeito a testes adicionais até que dêem negativo. Relembra-se que Hong Kong tem 93 casos de coronavírus, incluindo duas mortes.
Especialistas internacionais, tanto médicos como veterinários, no que concerne ao cão afectado, dizem que ao ser encontrado o vírus na zaragatoa salivar e nasal do animal, que vivia num ambiente infectado, particularmente em quantidades muito pequenas, isso indica apenas a presença passiva do vírus e não uma replicação activa própria da infecção. A fraca presença do vírus no cão, deve-se provavelmente à coexistência deste com uma pessoa infectada, o que não significa que o animal desenvolva a doença. Para ser-lhe receptivo, o cão precisaria de desenvolver uma grande quantidade de vírus e neste momento não há nada indicie essa situação.
Esperemos que assim seja e tudo leva a crer que sim, porque doutro modo os animais domésticos ficariam com os dias contados em várias parte do globo, nas mesmas onde a histeria parece já instalada. Como é óbvio, eu também já não sou jovem, iremos seguir este assunto com atenção.

UM FINAL FELIZ PARA UM DESAFORTUNADO

Existe em Viena, capital da Áustria, uma Associação de Protecção Animal, a Wiener Tierschutzverein (WTV), que auxilia e coopera com abrigos de animais seleccionados dos países vizinhos, que praticam a actual protecção animal europeia e que se abstêm de matar animais, o que não acontece todos os dias nos países da Europa Oriental.
Graças a esta cooperação, um mestiço de Staffordshire, a quem foi dado o nome de “Mentes”, que foi encontrado numa cabana na Hungria cheio de feridas (provavelmente por ter sido usado em lutas de cães), depois de ter sido socorrido por activistas locais dos direitos dos animais, veio parar a Viena, às instalações da Wiener Tierschutzverein, onde se confirmou a sua natureza gentil, o que provavelmente estaria por detrás do seu abandono.
Após 15 meses de permanência no citado abrigo de animais, onde foi sujeito a um processo de reabilitação, o “Mentes” finalmente encontrou um novo lar e parece ter-se encaixado imediatamente ao seu novo dono, o que levou Oliver Bayer, porta-voz da WTV, a exclamar: “Um óptimo final feliz para o nosso 'Mentes’." Apesar de tudo o que foi obrigado a passar, quase por milagre, este cão não perdeu o amor pelos seres humanos.
A história deste cão tocou-me profundamente, histórias destas repetem-se diariamente por toda a parte e nem todas têm um final feliz. Resta-nos louvar o trabalho da Wiener Tierschutzverein e desejar boa sorte ao “Mentes”, que bem merece.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

HANCOCK E A POLÍTICA DO MAL, O MENOS

Michael B. Hancock (na foto acima) é um empresário, escritor e político norte-americano, que é actualmente o Mayor da Cidade de Denver no Colorado e que na passada Segunda-feira vetou um projecto de lei que pretendia acabar com a proibição dos Pitbulls na sua cidade.
O projecto de lei reprovado pelo Conselho da Cidade, com 8 votos contra e 5 a favor, foi da autoria do vereador Christopher Herndon (na foto abaixo), que antes da votação disse que “Estes cães (os Pitbull) não têm maior propensão para morder do que os outros”, citando especialistas que apoiaram a sua proposta e sugerindo que os Pitbull não são mais perigosos que outras raças.
Hancock, o Mayor, vetou o projecto de lei depois de ouvir centenas de moradores e justificou assim a sua tomada de decisão: “Temos pessoas que não são donos de cães responsáveis… Tomei esta decisão depois de analisar todas as informações e dados, foram as pessoas que me preocuparam, juntamente com o impacto das dentadas dos Pitbulls que muitas vezes levam a graves ferimentos ou fatalidades.”
A votação ocorrida na Segunda-feira passada é o capítulo mais recente da longa e controversa proibição em Denver, que foi outorgada em 1989, após uma série de violentos ataques de Pitbulls, incluindo um que foi fatal para uma criança. A opinião pública local estava dividida, uns queriam ver a proibição revogada, adiantando que estes cães são bons animais de estimação e cães de família, outros manifestaram-se a favor da continuidade da lei, mencionando a segurança pública e a integridade de crianças e idosos como razões mais do que suficientes para a proibição dos Pitbull. A decisão coube ao Mayor e foi a primeira vez que ele vetou um projecto de lei.
Consigo compreender o veto de Hancock, um homem que certamente conhece os seus eleitores e que por causa disso optou por uma “política do mal, o menos”, não querendo juntar aos proprietários caninos irresponsáveis o levantamento da proibição dos Pitbull, o que provavelmente traria de volta o caos, o dolo e o clima de insegurança anteriores à lei que continua em vigor, ou seja, a proibição dos Pitbull em Denver fica a dever-se mais à irresponsabilidade dos seus donos que à raça dos animais (não podíamos estar mais de acordo). 

NAS COSTAS DOS OUTROS VEJO AS MINHAS

No Estado alemão de Mecklenburg-Vorpommern - MV (Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental), todos os dias uma pessoa é mordida ou de alguma forma atacada perigosamente por um cão. Dando provimento a um pedido feito por um membro da Assembleia Municipal de Schwerin, capital do Estado atrás mencionado, as autoridades reguladores do sector disseram que registaram um total de 1102 incidentes com cães entre 01 de Outubro de 2016 e 30 de Setembro de 2019.
De acordo com o divulgado, os números foram relativamente constantes ao longo dos anos, muito embora não tenha ficado esclarecido quais as raças caninas que atacaram com mais frequência. Em muitos incidentes o governo não pôde ou não conseguiu determinar a raça dos cães agressores. Em 25 dos 70 incidentes relatados no distrito de Vorpommern-Greifswald entre 01 de Outubro de 2017 e 30 de Setembro de 2018, a raça dos cães permaneceu incerta. Mesmo assim, de Outubro de 2016 a Setembro de 2019, 43 ataques podem ser atribuídos a animais classificados como perigosos na regulamentação do proprietário de cães do país de 2000, que incluem raças como o Pit Bull Terrier, American Staffordshire Terrier, Staffordshire Bull Terrier e Bull Terrier (por vezes híbridos destes com outras raças de cães).
Apenas 8 cães foram abatidos neste triénio após os ataques, nomeadamente um perigoso Staffordshire Bull Terrier, de acordo com o Regulamento do Detentor de Cães de 2019. Por outro lado, nenhuma autorização para manter cães perigosos foi retirada. Em Mecklenburg-Vorpommern quem desejar ter um cão considerado ali de raça perigosa é obrigado a solicitar das entidades reguladoras permissão para tal.
De acordo com o documento tornado público pelas autoridades, o Regulamento do Detentor do Cão “representou objectivamente um ganho mensurável para a segurança dos cidadãos em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental.” As opções de controlo e intervenção das autoridades, assim como os requisitos restritivos de manutenção, tiveram como efeito a menor disposição para comprar cães classificados como perigosos, cujo número diminuiu também consideravelmente.
À primeira vista, ao olhar para estes números, eles parecem assustadores, quando na verdade não o são, uma vez que os ataques caninos verificados em MV não foram demasiado violentos nem causaram grande dolo, porque doutra maneira o número de cães abatidos seria bem maior. Lamenta-se que as autoridades de Schwerin não tenham conseguido identificar todas as raças caninas envolvidas nos incidentes, pormenor que justificaria ou poria em causa as actuais listas das raças proclamadas perigosas. Contudo, as autoridades parecem dar resposta a esta questão quando afirmam que as leis em vigor contribuíram para o aumento da segurança da população.

ALEMÃES COM CÃES PARA A DINAMARCA? NEM PENSAR!

Como a Dinamarca tem uma das leis europeias mais duras relativas aos cães perigosos, os especialistas em bem-estar animal teutónicos estão a aconselhar os proprietários caninos alemães a não se deslocarem aquele país escandinavo com os seus cães, particularmente aqueles que têm cães cuja raça se encontra listada na Dinamarca como perigosa, que podem ser confiscados e até mortos.
Muitos proprietários caninos alemães são atraídos para passar férias na Dinamarca, devido ao clima agradável e à existência no país vizinho de dunas e praias, para além de boa acessibilidade rodoviária. Não obstante, devem informar-se detalhadamente acerca da lei dinamarquesa sobre cães, dando especial atenção ao uso da trela nas praias dinamarquesas entre o dia 1 de Abril e o dia 30 de Setembro, locais onde qualquer demonstração de agressividade poderá revelar-se fatal para o cão que a manifestar.
Organizações alemãs de bem-estar animal como a TASSO, VIER, PFOTEN e VDH estão a aconselhar os donos de cães alemães a não se deslocarem com os seus amigos de 4 patas à Dinamarca, porque apesar da lei dinamarquesa ter sido alterada, mantem-se a proibição das 13 raças consideradas ali perigosas, posta em prática no dia 1 de Julho de 2010, que ainda se aplica às seguintes raças: Bulldogs Americanos, American Staffordshire Terrier, Boerboels, Dogos Argentinos, Fila Brasileiros, Kangals, Pitbull Terrier, Sarplaninacs, Tornjaks, Tosa Inus, Owtcharkas caucasianos, Owtcharkas do sul da Rússia e Owtcharkas da Ásia Central não podem ser criados, mantidos ou importados na Dinamarca.
Cães de raças mistas que se assemelham a uma dessas raças são igualmente consideradas perigosas. Nestes casos, para que tal não aconteça, os donos têm que provar, sem sombra de dúvida, que o seu cão não pertence a nenhuma das raças listadas. Entrar na Dinamarca com um cão de raça considerada perigosa é sujeitá-lo a ser confiscado pela polícia ou a ser morto e se algum cão morder em alguém incorre na mesma sorte, porque na terra da “ Pequena Sereia”, nesta matéria, é indiferente ser-se turista ou residente.
Desde 1 de Julho de 2014 que os polícias foram substituídos por “especialistas em cães”, sendo estes a decidir quais os animais que devem morrer ou não. Udo Kopernik (na foto seguinte), porta-voz do reputadíssimo VDH (Verband für das Deutsche Hundewesen/Kennel Club Alemão) tem criticado esta disposição, porque a legislação não estipulou o treino e as competências que os “especialistas de cães” devem ter para poderem proferir o seu veredicto.
Entretanto, informações oficiais divulgadas pelo Ministério da Agricultura dinamarquês dizem que mais de 600 cães foram mortos até o momento sob a Lei de Cães da Dinamarca. Opinião diversa tem a organização dinamarquesa "fairdog", que estima que esse número seja muito maior. Numa altura em que se considera a classificação de cães devido à sua raça cientificamente insustentável e que as listas raciais não estão a contribuir efectivamente para a protecção contra os cães perigosos, a Dinamarca não altera uma vírgula na sua lei relativa aos cães, teimosia que muito tem irritado e continua a irritar os cinófilos alemães.  

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

BJUKA: UMA CADELA AMIGA

Em meados deste mês, na vila alemã de Vogelbeck, pertencente ao Distrito de Einbeck, na Baixa-Saxónia, um octogenário decidiu fazer uma caminhada pelo campo na companhia da sua fiel cadela “Bjuka”. A determinada altura do percurso o idoso caiu e magoou-se de tal maneira que já não conseguiu andar mais, acabando por passar uma noite ao ar livre.
Viria a ser encontrado no dia seguinte por binómios de resgate em estado de hipotermia, sendo depois encaminhado para uma unidade hospitalar. Até ser resgatado, a sua cadela permaneceu sempre ao seu lado e encontra-se bem, conforme noticiou a polícia local. Há muitos cães como a Bjuka, cães que são a sombra dos seus donos, que podem até morrer ao lado deles, mas que jamais os abandonarão. Quantos amigos teremos ao nosso lado se cairmos em desgraça? Provavelmente só o nosso cão, se o tivermos!

660€ POR FAZER DA CABEÇA DAS OVELHAS SACO DE BOXE

Um ovinicultor escocês e produtor de lã com 59 anos de idade, depois de se ter dado por culpado num tribunal a sul de Edimburgo, foi ontem multado em 660€ por ter socado as suas ovelhas na cabeça, de acordo com a filial escocesa da Society for the Prevention of Cruelty to Animals (SPCA), que postou as fotos dos supostos crimes.
O inspector-chefe da SPCA na Escócia, John Chisholm, espera que a multa sirva de "aviso" ao produtor de lã, que se envolveu num "comportamento inaceitável". O ovinicultor foi processado por crueldade animal após ser filmado a socar a cabeça de duas das suas ovelhas. O vídeo, filmado por um oficial de protecção animal enviado pela Peta, mostrou também o mesmo homem a pontapear os seus animais várias vezes.
A associação Peta, por detrás da condenação deste violento ovinicultor, enviou o vídeo comprovativo das agressões ao ramo escocês da Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra Animais (SPCA), entidade a quem cabe levar estes casos à justiça.
Jason Baker (na foto seguinte), vice-presidente de campanhas internacionais da Peta, disse acerca daquela decisão judicial: “Hoje é uma vitória para os animais, este tipo de abuso acontece todos os dias na indústria da lã.” “É preocupante que toda vez que visitamos um curral - seja no Reino Unido, Austrália, Estados Unidos ou América do Sul - testemunhamos a mesma violência contra ovelhas", referindo-se a chutos, socos e até agressões com tosquiadoras eléctricas.
Doravante o ovinicultor escocês terá que ter dois cuidados: o de não voltar a bater nas ovelhas e o de ver se não está a ser filmado. Este último tem a ver com o hábito enraizado dos pastores de urinarem e defecarem por toda a parte, o que certamente não conviria mesmo nada a um vídeo. Diante do acorrido, saúda-se a militância da SPCA escocesa em prol dos animais.

PRÓS E CONTRAS DE DEIXAR O MEU CÃO DORMIR COMIGO NA CAMA

Vamos inverter a ordem constante no título e começar pelos contras, pondo de parte a bactéria “Capnocytophaga canimorsus”, bactéria comensal existente na flora gengival de espécies caninas e felinas, capaz de causar graves doenças em seres humanos. A sua transmissão tanto pode ocorrer por dentadas como por lambidelas e contacto directo. Felizmente a Capnocytophaga apresenta baixa virulência em indivíduos saudáveis, mas é causadora de doenças graves em pessoas com condições pré-existentes.
Os contras de deixar o cão dormir com o dono na mesma cama encontram razões no cão e na pessoa do dono. As relativas ao cão podem ficar a dever-se ao seu perfil psicológico e tamanho; as do dono prendem-se com a maior ou menor higiene que dispensa a si mesmo e ao animal. Se habituar a dormir consigo um cachorro com um perfil dominante e territorial, é possível que futuramente, ao considerar a cama como sua, o animal venha a expulsá-lo de lá, pelo que aos cães dominantes não deverá ser consentido dormir na mesma cama com os seus donos.
O tamanho do cão é também um factor a considerar, porque se for muito grande, tenderá a ocupar a cama quase toda e a desalojar dela o dono ou donos. Por esta razão, se eu tenho um cachorro de raça grande, é melhor não o acostumar a dormir ao meu lado. Os contras até aqui adiantados agravam-se se o humano na cama for uma criança, uma vez que cães e crianças são vulneráveis e não podem ser deixados sozinhos e sem supervisão.
Em matéria de higiene já não é fácil ter um cão em casa e muito menos será dormir com ele na mesma cama. Dormir com o animal na mesma cama obriga ao reforço da higiene do animal e os donos terão que acostumar-se aos pêlos nos lençóis. Os proprietários de cães braquicéfalos, os que têm o focinho encurtado, terão ainda que acostumar-se ao ressonar dos seus amigos e à sua constante e nauseabunda flatulência, o que nos parece no mínimo pouco agradável (dirão alguns: “Mas pai é pai!”).
Antes de falarmos sobre o reforço da higiene do cão, importa falar da higiene da cama, que deverá ser lavada e limpa com maior frequência, mesmo que os seus cobertores ou edredões sejam sacudidos diariamente. No que diz respeito à higiene do cão a primeira regra de ouro é: se o cão estiver doente não deve entrar na cama, porque os cães e os seus parasitas são responsáveis por algumas doenças que afectam os humanos (zoonoses).
Para garantirem a higiene adequada dos seus cães, de modo a dividirem com eles a sua cama, os donos obrigam-se a escová-los e a limpá-los diariamente. Lembra-se aqui que o kit completo de limpeza canino consta de 6 peças: 1 cardadeira; 3 pentes de diferente espessura; 1 luva e 1 pano de camurça para o acabamento final. Para além destes cuidados, os donos dos cães são obrigados a respeitar o calendário de desparasitação (interno e externo) dos seus cães, se não querem ver as suas camas transformadas em colónias de lombrigas, pulgas e carraças.
Quanto aos benefícios dos cães dormirem na cama com os donos, eles prendem-se com o seu equilíbrio psicológico e com a protecção que irão dispensar mais tarde aos seus mestres, benefícios directamente ligados à fragrância densamente concentrada dos seus donos que se encontra presente na cama. Trazer os cães para a nossa cama ou dormir com eles na sua, o que para o efeito vai dar ao mesmo, é uma manobra eficaz para recuperar os mais medrosos, isto se for gradualmente acompanhada com exercícios que visam restituir a autonomia condicionada aos cães e o seu bem-estar.
A relação de proximidade fornecida pelo leito comum, ao promover um vínculo social mais tangível e mais forte, acaba por oferecer a donos e cães a redução do stresse e uma agradável sensação de segurança. Eu nunca dormi na minha cama com um cão, sempre os soube escolher e nunca tive necessidade disso, mas não condeno quem o faça se as regras de higiene aqui adiantadas forem respeitadas e o animal tiver necessidade disso.