Por estranho que pareça, é
na época estival que os cães apresentam mais problemas e correm maiores riscos,
devido ao calor, fauna e flora desta Estação do Ano, altura em que andam mais
ao ar livre e se vêem sujeitos a inúmeras feridas e lesões, quando acompanham
os seus donos por toda a parte. Uma das mais frequentes é a queimadura das suas
almofadas plantares, lesão causada pela alta temperatura dos pisos que pisam,
alguns deles tão quentes que sem dificuldade poderíamos estrelar neles um ou
mais ovos, lesão dolorosa que leva os cães a coxear e que facilmente poderia
ser evitada caso soubéssemos como proceder. Apostados no bem-estar do seu cão,
adiantaremos a seguir algumas medidas preventivas que evitarão o surgimento
deste tipo de lesão, típica do Verão e também do Inverno, quando debaixo de
temperaturas negativas, na presença neve ou de superfícies geladas.
O primeiro cuidado a
observar no Verão é o horário das saídas com o seu cão, que deverão acontecer
entre as 7 e as 10 horas da manhã e/ou depois das 19. O piso em que se
deslocarão também deverá ser considerado, dando-se preferência aos cobertos de
erva e evitando-se os revestidos a asfalto. Cuidado com areia das praias,
porque também ela pode provocar esta lesão, particularmente quando o cão ali
permanece por horas infindas ou é convidado amiúde para grandes correrias (o
cão na praia deverá correr apenas junto ao mar, onde a areia está fresca e
compactada pela água).
Na
impossibilidade de se evitarem os pisos de asfalto, convém aquilatar da sua
temperatura, valendo-nos para isso da nossa palma da mão, que colocaremos sobre
aquele piso. Caso não suportemos a sua temperatura durante 5 segundos, é mais
do que certo que o cão irá ficar com as almofadas queimadas e sem o seu
revestimento uniforme. Cães e despesas sempre andaram de mãos dadas e cuidar de
um cão custa dinheiro (parece que já todos nos apercebemos disso). Os
adestradores experientes e competentes sempre aconselham o uso de cera ou de um
gel protector para as patas dos seus instruendos caninos no Verão, quer estejam
em treino ou vão de férias, produtos à venda no mercado e de resultados
comprovados, normalmente utilizados pelo pessoal do mushing, requerido por quem
vai habitualmente para a neve com os seus cães ou anda com eles por todo o lado
(aconselhamos o mesmo).
Sempre fomos adeptos do
uso de botas nos cães quanto tal se torna imperativo, nomeadamente no Inverno e
no Verão, nas operações de busca, salvamento e resgate sobre superfícies cortantes,
espinhosas ou alagadas por produtos químicos e/ou corrosivos. As botas à disposição
dos nossos cães para o efeito são moderadamente acessíveis, anatómicas, cómodas
e fáceis de aplicar, nada iguais às do passado, na diferença que vai entre um
sapato-luva e um tamanco. É evidente que os cães carecem de se habituar a elas,
trabalho escolar ou doméstico que deverá acontecer nas estações intermédias
(Primavera e Outono). Assim, à falta de outras opções, aconselhamos o uso de
protectores palmares nos pisos de asfalto (nos trajectos mais curtos
aconselhamos a cera ou o gel protector, nos mais longos as botas protectoras).
Como gostaríamos que mais
proprietários caninos lessem este artigo, para evitar que mais cães venham
a padecer desta lesão dolorosa e inibidora. Leve o seu cão para a praia e para
o campo, caminhem lado a lado por vales e montanhas, mas não se esqueça de lhe
proteger as patas. Faça sua a máxima: Verão sim, lesões não!
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