Foi
abatida ontem, a dois meses de completar o seu 17º aniversário, a cadela Golden
Retriever “Bretagne”, a última sobrevivente conhecida até àquele momento, dos
300 cães de salvamento que participaram no resgate das vítimas do atentado do
11 de Setembro de 2001, ocorrido em New York City. A decisão do seu abate coube
à sua amiga e condutora de sempre, a Denise Corliss, que conhecedora dos seus
problemas, insuficiências e dificuldade em alimentar-se, optou e bem por mandar
abatê-la no Hospital Veterinário Fairfield em Cypress/ Texas/US.
Tanto
à entrada como à saída daquela unidade hospitalar médico-veterinária, onde
entrou pelo seu próprio pé e saiu coberta pela bandeira norte-americana, a “Bretagne”
teve direito a guarda de honra, honras que lhe foram prestadas por elementos do
Texas Task Force 1 e do Cy-Fair Fire Department, como reconhecimento do seu
trabalho e anos de serviço, cerimónia que juntou comoção à pompa da circunstância.
A
“Bretagne”, para além de ter trabalhado no “Ground Zero”, viu também recrutados
os seus serviços para as catástrofes naturais provocadas pelos furacões “Katrina”
e “Rita”, bem como para outras de diferente cariz e de igual necessidade no
decorrer da sua longa vida, cumprindo exemplarmente as tarefas para que foi
treinada e habilitada. Outras “Bretagnes” virão mas esta ficará para sempre
gravada no coração de Denise Corliss.
A
presença de cães de salvamento nos Corpos de Bombeiros é hoje uma imagem da sua
modernidade, superior adaptação e melhor apetrechamento, um complemento
indispensável para o socorro de sinistrados, para o resgate de sobreviventes
encarcerados e cadáveres. Por toda a parte cresce o número de cães que “veste”
a farda dos “Soldados da Paz”, e Portugal não escapa à regra. Qualquer cão, com
raça ou não, desde que bem apetrechado sensorialmente e convenientemente
treinado, pode executar este serviço de meritória e reconhecida importância,
facto que deverá levar as escolas caninas civis e amadoras a dar maior ênfase e
carga horária à disciplina de pistagem.
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