Não somos treinadores de
bancada, não largamos tudo pelo futebol e não perdemos tempo com discussões
clubistas, mas quando se trata da Selecção Portuguesa de Futebol não ficamos e não
podemos ficar indiferentes pelo que representa para os portugueses daquém e
além-fronteiras. O Eng.º Fernando Santos, Treinador e Seleccionador Nacional,
no final do jogo frente à Islândia, que resultou num inesperado empate a uma
bola, encontro inaugural da Selecção Portuguesa na fase final do Campeonato
Europeu, adiantou que a “ansiedade do primeiro jogo acabou por nos prejudicar”.
De futebol pouco ou nada entendemos mas a ansiedade toca-nos a todos.
Desconhecemos se a nossa Selecção tem um ou mais psicólogos que lhe valham
(diríamos que não) mas sabemos que a ansiedade tende a desaparecer pela
aquisição dos automatismos, pois não são só os cães que possuem uma memória
mecânica, os homens também a têm e num jogo com aquelas características ela é
fundamental.
Ao dizer isto, ainda que
eventualmente não se desse conta, o bom do homem atribuiu para si as culpas
daquele resultado, porque o treino tende a preparar os indivíduos para as
possíveis situações que irão encontrar, ainda mais que os islandeses não tinham
outra forma de jogar a não ser à bruta, tirando partido da sua maior
envergadura e força física. Todos sabemos que a ansiedade depressa contagia um
grupo mas é obrigação de quem o dirige proceder ao reparo ou à substituição
imediata dos elementos que a fomentam, particular que o engenheiro tardiamente
reparou. Ninguém duvida que Fernando Santos devolveu à nossa Selecção a alegria
de jogar, mas exige-se-lhe em simultâneo que transmita e faça respeitar o seu
modelo de jogo e rigor táctico, que foi aquilo que não se viu na toada do “pontapé
para a frente” e de um meio-campo adormecido e perplexo. Uma vez que assumiu as
culpas, espera-se que no próximo encontro contra a Áustria, que se realizará Sábado
em Paris, no Parque dos Príncipes, o nosso Treinador não cometa os mesmos
erros, pois errar é humano mas fazê-lo por sistema é estultice.
Sem comentários:
Enviar um comentário