Se subtrairmos da prática dos obstáculos,
sejam eles tácticos ou desportivos, o cuidado com a segurança dos cães e a prestação
de auxílio aos donos estamos perante exercícios sem nexo, sobejamente mais
apropriados para equídeos, normalmente empurrados por varas ou chicotes visando
a sua musculação (1). O salto no GIF acima, executado por um
CPA lobeiro de pêlo comprido que breve completará 6 anos de idade, é um salto
para a liberdade, uma manobra de evasão executada com rara beleza biomecânica
sobre uma cerca de rede elevada a 120 cm. Como os cães bem aprumados não
galopam como os coelhos, alguém saberá dizer-me para que mão galopou o cão (a
sua trajectória curva denuncia a mão utilizada). Apesar de haver cães capazes de
transpor saltos verticais acima de 120 cm sem lhes tocar, não se deve pedir a
nenhum cão que ultrapasse essa medida, porque estará a pôr a sua integridade em
risco tanto na entrada como na saída dos obstáculos, concorrendo assim para
lesões graves que poderão não ter cura ou solução. Num dia de sol como o de
hoje, rodeados do verde campestre que a chuva nos deu, é um privilégio ver o CPA Bohr a
executar um bonito salto para a liberdade.
(1)Infelizmente há por aí alguns adestradores em vias de extinção que esganam e empurrem os cães contra os obstáculos, obrigando-os a fazê-los debaixo dessas violências que atentam contra o bem-estar animal e que demonstram uma estrondosa ausência de conhecimento técnico, grosserias que levarão os animais à inevitável aversão pelos obstáculos.
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