A
coleira deverá ser colocada nos cachorros entre os 2 e os 3 meses de idade e só
depois de ser aceite pelos cachorros, por volta dos 3 meses, se começará a ensiná-los
a andar suavemente à trela do lado esquerdo dos seus condutores, para que ao
chegarem à idade da cópia (4 meses) possam iniciar os seus trabalhos
individuais e colectivos escolares, que substituirão o clássico ensino
fornecido pela matilha. Podemos atrelar qualquer cão em qualquer idade, mas é
conveniente que isso se faça o mais cedo possível para diminuir nos animais a estranheza
e a resistência provocadas pelos acessórios, tornando-os assim em algo que lhes
próprio e que os liga à pessoa dos seus donos.
Acontece
que alguns cachorros, compreensivelmente, tentam sacudir as coleiras e resistem
à colocação das trelas, permanecendo imóveis, mostrando-se letárgicos ou escondendo-se,
o que sempre demonstra o modo pouco inteligente ou descuidado de como estão a
ser atrelados, provavelmente à revelia do seu processo natural de assimilação.
Há que evitar a todo o custo quaisquer confrontações em tão tenra idade, para
que não se constituam em experiências negativas capazes de gerar desconfiança e
medo nos cachorros, quer sejam eles sejam dominantes ou submissos, porque não
sabemos por quanto tempo persistirão esses estados emocionais e se nalguns
casos serão ultrapassáveis.
Um
cão mais velho em casa, um boneco que apita, um membro do agregado familiar disponível
e um odor pulverizado no solo são meios eficazes e alegres para iniciar uma
condução à trela dissimulada e alegre capaz de se transformar numa experiência
feliz. Três coisas deveremos ter em mente quando pretendemos atrelar um
cachorro: que o cachorro nasce com instinto de presa (é um predador); tem um
forte instinto gregário (o que o levará a viver em matilha) e que os sons e
odores estão para ele como as imagens e as palavras estão para nós. Entretanto,
convém dizer que a condução à trela não é automática e deve acontecer
gradualmente.
Graças
ao sentimento gregário presente nos cães, o cachorro sempre procurará estar
perto do cão mais velho, momento oportuno para o atrelar e incentivar a
procurar o outro que, caso esteja ensinado a deslocar-se à frente, poderá
acelerar sem atropelos a desejável condução à trela do cachorro. Também o chamamento
por parte de outro membro do agregado familiar que seja conhecido do cachorro
poderá servir o mesmo propósito, ainda mais se o cachorro for recompensado à
chegada. Como seguimento à procura do prato da comida, podemos pulverizar um
trajecto no solo com o caldo do menu do animal diluído, pondo no seu final um
pequeno pedaço da sua comida confeccionada, desafio que aceitará prontamente
sem dar pela trela se for realizado no horário certo. Se o cão se destinar à
pistagem vai chegar adiantado à escola; caso venha a ser destinado a guardar um
espaço isoladamente, mais tarde, os trilhos de odor terão no seu final uma
armadilha, motivo mais do que suficiente para que deixe de procurar comida no
chão e venha ser habilitado na recusa de engodos.
O aproveitamento destas 3 ocasiões facilitará de sobremaneira a condução à trela do cachorro, tornando-a pronta e desejável aos seus olhos pela parceria e certeza da recompensa. Do ponto de vista estratégico, neste assunto e noutros, vamos primeiro ao encontro dos cães para depois sermos seguidos por eles, o que geralmente acontece até ao dia em que já não podem ou até à hora em que nos deixam. Assim se atrela um cachorro sem violência – seguindo os seus estados emocionais, particular sensorial, impulsos naturais e viver social.
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