No
estado nordestino australiano de Queensland, os serviços de emergência estão
cada vez mais preocupados com o número de ataques de cães recentes. Depois de
uma série de incidentes envolvendo ataques caninos, incluindo dois que levaram à
hospitalização de duas crianças, o QUEENSLAND
AMBULANCE SERVICE (QAS) e
a RSPCA (Protecção Animal)
apelaram
às pessoas que fossem simultaneamente “conscientes” e “cuidadosas” com os cães,
independentemente de serem seus proprietários ou não. O QAS diz ter respondido
a cerca de nove incidentes mensais de dentadas de animais, inclusive de cães, desde
janeiro, o que tem sido bem acima do normal.
“Identificamos
uma tendência preocupante nos últimos dois meses”, disse o director clínico da
QAS, Lachlan Parker. “As lesões variaram entre pequenas e horríveis, exigindo
as últimas intervenções cirúrgicas. “Muitas vezes não são feridas limpas, mas
bastantes irregulares e profundas, causadores de grande sangramento Parker acrescentou
que mesmo as pequenas dentadas podem ser “profundas” e causar infecção, o que
requer o uso de antibióticos. O mesmo director da QAS disse ainda que tanto adultos
como crianças foram alvo de ataques caninos recentes e que não citaria nenhuma
raça como sendo mais perigosa do que outras.
Por
sua vez, Dejana Durdevic, treinadora de cães da RSCPA, alerta para o facto de
que nem todos os cães gostam de ser acariciados e que a presença de crianças
obriga os donos a ter mais cuidado com os seus cães, que a evidência de stress
evidenciado pela linguagem corporal dos animais, é motivo mais do que
suficiente para os fazer retornar a casa e proceder ao seu treino. Como
tendemos a invadir o seu espaço, não devemos fazê-lo de forma abrupta e quando
pretendemos fazer festas a um cão desconhecido, há que esperar pelo consentimento
do seu dono, regras sobejamente conhecidas que no tempo presente são comummente
esquecidas pelo fascínio que os cães exercem.
O apelo dos serviços de emergência de Queensland é também válido para nós, porque incorremos nos mesmos erros e abusos, quando corremos para um cão desconhecido como se ele fosse um anjo vindo do céu e o afagamos sem consentimento como se fosse um velho amigo. A esmagadora maioria das crianças que aqui virão a ser mordidas sê-lo-ão pela incúria e descuido dos pais, já que carecem de ser educadas para viver entre os cães, cães que muitos donos sujeitam a uma série de disparates de sérias e graves consequências ao isentá-los das vantagens da educação e da sociabilização. Temos que acostumar-nos ao respeito mútuo, princípio cívico que neste caso envolve donos e demais cidadãos.
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