Para
o comum cidadão português pouco viajado e arredado do mundo dos negócios,
Singapura é uma cidade lá para o Oriente, pejada de gente baixa, rica em
componentes electrónicos, produtora de artigos de baixa qualidade, baratos e de
contrafacção, quando na verdade se trata de uma cidade-estado riquíssima,
multi-étnica, moderna e altamente desenvolvida onde não falta nada, metrópole que
as grandes multinacionais conhecem bem e que ali procuram desenvolver os seus
negócios no mercado asiático e global.
No
passado dia 31 de Março, o Serviço Animal e Veterinário de Singapura (AVS)
abriu um Centro de Reabilitação Animal para animais vadios, visando
reabilitá-los num ambiente doméstico com salas de jantar e de estar, habituando-os
ao uso da trela e aos sons dos utensílios domésticos, como é o caso dos aspiradores.
Neste novo e moderno centro, 13 cães podem ser reabilitados em qualquer momento, encontrando-se 8 em reabilitação desde fevereiro. O director do grupo de Serviços Profissionais e Científicos da AVS, Chang Siow Foong, disse esperar que aquelas instalações permitam aos cães de rua, normalmente ariscos, acostumar-se a viver com as famílias adoptivas, reduzindo respostas como o medo e a agressão excessivos. O mesmo Foong acrescentou que a maioria dos cães vadios requer alguma forma de reabilitação antes de ser readoptada, o que entre nós, infelizmente, é pouco considerado como se não fosse necessário e exequível.
Na
cerimónia de abertura do Centro, Tan Kiat How, Ministro de Estado para o
Desenvolvimento Nacional, anunciou também que o AVS fará parceria com a
Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (SPCA) para rever o
processo pós-reabilitação dos cães vadios, para garantir que o progresso operado
durante a reabilitação não se venha a perder quando os animais forem realojados
em abrigos e lares, o que poderia ser uma experiência traumática para os cães.
Aarthi Sankar, diretora executiva da SPCA, disse: "Esta parceria permite
que a equipe da SPCA trabalhe lado a lado com a equipa da AVS para realojar
animais e, ao mesmo tempo, dividir importantes informações e adquirir melhores
práticas acerca da reabilitação destes animais", acrescentando ainda que irá
ser mais fácil para quem adopta adquirir um cão já habituado aos ambientes
humanos.
Este exemplo de Singapura é uma lição para nós, um projecto responsável, sério e necessário para a reintegração plena dos animais abandonados, elaborado a partir da preocupação com o seu bem-estar. Estranhamente para alguns, do Oriente também chegam excelentes novidades e meritórios projectos inovadores.
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