Por toda a parte começa a ser comum ouvirmos que cães resgatados acabam por tornar-se excelentes cães de busca e de resgate. Assim aconteceu mais uma vez na cidade norte-americana de Aberdeen, no estado do South Dakota, onde um cão resgatado pelo controlo animal foi parar ao abrigo da cidade, acabando por ser aceite na Fundação Nacional de Cães de Busca em desastres. Trata-se de um cão de 16 meses, cruzado de Labrador, Border Collie e Pitbull, a quem foram reconhecidas excelentes qualidades individuais para a busca e o resgate, vindo a ser encaminhado para o South Dakota Canine Center. Mason (na foto abaixo), assim se chama o cão, viajou depois para a Califórnia onde passou na avaliação como cão de busca. Ali irá ser treinado e capacitado durante 18 meses para ganhar o seu certificado como cão de busca e resgate.
Ao tomar conhecimento desta notícia e sabendo as características maioritárias dos cães que aqui vão parar os abrigos, património que temos vindo a desleixar e que tanta falta nos faz, não compreendo porque são tão poucos os animais procurados e aproveitados para estes serviços. Será porque “a galinha da minha vizinha é melhor do que a minha”? A grande maioria dos cães que aqui vão parar aos abrigos descende de cães caçadores, possui uma excelente máquina sensorial, é naturalmente dócil e apta para a parceria. Isentados doutros critérios de selecção, exceptuando a sua prestação como cães de companhia e de terapia, estes animais não se prestam para actividades caninas mais exigentes dos pontos de vista cognitivo, psicológico e atlético, sendo naturalmente vocacionados para seguir pistas e encontrar pessoas desaparecidas, encarceradas ou necessitadas de socorro nos mais diversos cenários. É possível que a procura destes cães entre nós esteja ligada aos poucos centros de treino que verdadeiramente se dedicam à pistagem, à busca, ao resgate e ao salvamento.
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