Este
incidente com um cão solto, que julgo pela experiência ter resultado da
surpresa da criança, do seu medo de cães ou da soma de ambos, é infelizmente
muito comum, mesmo quando praticado por cães que há partida pouco ou nada têm
de agressivos. Pelo relato acima exposto percebe-se nitidamente que o cão
agressor não era de má índole ou perigoso, porque doutro modo jamais o pai da
criança teria conseguido assustá-lo sem ser por ele confrontado.
Qualquer criança ou adulto com medo de cães pode ser vítima de um inesperado ataque canino e nos locais menos esperados, exactamente porque tem medo e acaba involuntariamente por se constituir em presa, quando detectada a sua cinofobia pelo olfacto do animal. Como na actualidade a cada passo se tropeça num cão, torna-se urgente e necessário que as crianças percam o medo relativo a estes animais, porque doutro modo sempre andarão em aflição e sobressalto. O pavor a cães pode ser tratado e ultrapassado, podendo não dispensar o auxílio dos psicólogos para a resolução dos problemas mais agudos. Só com o conselho destes profissionais poderão as escolas caninas fazer parte da solução do problema, familiarizando gradualmente os indivíduos com os cães para depois proceder à sua sociabilização e posterior bem-estar. Trata-se aqui de oferecer equilíbrio e confiança mediante a experiência feliz. Como há pessoas que transitam rapidamente de um extremo para o outro, convém alertar vivamente os recuperados para o respeito pelas regras e para o perigo dos abusos.
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