quarta-feira, 13 de abril de 2022

EM ANTONSPLATZ O SANTO NÃO LHES DEU JUÍZO!

 

Talvez muitos dos meus leitores não saibam que em Favoriten, 10º distrito de Viena de Áustria, ao sul dos distritos centrais, área urbana densamente povoada, multicultural e uma das zonas mais diversificadas de Viena, onde não faltam emigrantes vindos das repúblicas balcânicas, turcos, muçulmanos, e restaurantes de Kebab e Halal (cerca de 25% da sua população não nasceu na Áustria), existe uma praça –a Antonsplatz – que recebeu o seu nome por causa de uma igreja ali existente e dedicada a Santo António de Pádua, primeiro conhecido como o nosso Santo António de Lisboa. Dizem que este santo é milagreiro, mas ao contrário dos demais, que dizem só fazer milagres fora de portas, este parece não operar maravilhas em terra estranha, porque ali “nas suas barbas”, na Antonsplatz, não conseguiu evitar que quatro homens se envolvessem numa fútil mas animada discussão.

Ontem, terça-feira, dia 12 de abril, na citada praça, quatro homens envolveram-se numa acalorada discussão por causa do ladrar barulhento de uns cães. Um alemão de 21 anos e um jovem de 25 reclamaram com os donos dos animais, homens de 31 e 40 anos, sobre o ladrar demasiado sonoro dos seus cães. E como uma palavra puxa a outra, subitamente, os homens mais jovens ameaçaram matar os amigos de 4 patas. De acordo com a polícia, o austríaco de 31 anos pegou num spray de gás pimenta e usou-o, sem que ninguém ficasse ferido. Ainda assim, a altercação não passou despercebida e agentes do comando da polícia municipal de Favoriten foram chamados ao local. Os dois homens mais jovens foram presos debaixo da acusação de ameaças perigosas e o homem de 31 anos foi denunciado por suspeita de tentativa de lesão corporal.

Aquela discussão, que pode ser considerada no vernáculo alemão como “eine scheiß diskussion”, é infelizmente própria daqueles jovens, de quem se diz que a mocidade não lhes traz muito juízo. Atendendo ao particular do local, discussões de vária ordem eclodem ali com relativa facilidade e qualquer motivo serve-lhes de rastilho. A lição a tirar deste patético incidente é que devemos evitar a todo o custo as discussões na rua, quer saiamos com os cães ou não, porque os ânimos andam exaltados, o ambiente é de guerra e a carestia já se sente.

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