Quando
há coragem e tempo para isso, perante o ataque lançado não ordenado de um ou
mais cães, o melhor que há a fazer é deitar-se imóvel e em decúbito ventral
antes da chegado do cão ou dos cães, tendo o cuidado de proteger as orelhas com
as mãos e de não reagir às possíveis mordiscadelas de confirmação, quando os
cães procuram certificar-se da ausência de reacção das presas que gera
consequente desinteresse por elas. Este treino de defesa dos donos visa
libertá-los do pânico para que consigam preservar a sua integridade física e
salvar a sua vida. Para que não surja qualquer percalço ou risco acidental, os
cães convidados para estes exercícios não podem estar já ensinados a atacar
alvos imóveis e os seus donos ou líderes terão que ter absoluto controlo sobre
as suas acções, nomeadamente no momento da cessação dos seus ataques, que são
invariavelmente lançados. Para maior segurança dos envolvidos, o Adestrador
comanda todos os momentos e movimentos da perseguição e captura, colocando-se
inclusive junto do instruendo para travar atempadamente os cães em caso de
necessidade. Na foto acima vemos a “queda na máscara” da Leonor, executada
decidida e prontamente perante o olhar da Débora e a excitação do SRD Kiko. Na
foto abaixo, devido ao excesso de confiança, a Débora esqueceu-se de cobrir as
orelhas, o que numa situação real poderia ter graves consequências. Vale a pena
reparar no sítio em que a cadela se propõe atacar, o que exalta ainda mais quem
controlou o seu ataque.
Com
a Rita a olhar para os cães grandes e a temê-los, depois de alguma demora a
convencê-la, lá anuiu a executar a manobra de defesa, que executou
irrepreensivelmente e sem tagarelar. A CPA Luna, que foi no seu encalce, parece
dizer-lhe: “Fala, que apanhas!” Esta menina, que tem momentos em que parece de
certa forma revoltada (sabe-se lá do quê ou com quê) tem que aprender a ouvir
mais e a pensar antes de falar, para não aumentar a sua vulnerabilidade e ser
constantemente surpreendida. Para além de necessitar de aprender a defender-se
dos cães, precisa em primeiro lugar de aprender a defender-se de si própria.
Quando
a Ana Margarida saiu de casa no Sábado não sabia para o que ia, mas também não
arrepiou caminho! Foi ver o treino com o pai dos seus filhos e acabou por participar
nele brilhantemente, apesar da sua pequena estatura, vencendo tudo com
galhardia e um sorriso franco nos lábios (pena é temer os caranguejos!) Como
demonstrou uma segurança acima da média, não uma loucura desmensurada, foram
largados 3 CPA’s na sua perseguição e ela conseguiu sair deles incólume. Na foto
abaixo vemos parte da perseguição encetada pelos cães.
Num
ápice conseguiram alcançá-la e quiseram certificar-se de que já não dava luta.
Hermética, “esqueceu-se” deles e não reagiu, até que os cães fossem chamados.
Quando uma perseguição é empreendida por vários cães, os riscos para a cobaia
ou perseguido são substancialmente maiores, porque estamos perante um ataque de
matilha e é muito mais difícil suportar os numerosos golpes, por mais leves que
sejam, dos indivíduos que a constituem. A somar a isto, alguns cães,
compreensivelmente, tendem a ensurdecer-se para os donos e respectivos
comandos.
A
foto seguinte dispensa qualquer comentário, a Ana Margarida parece ter saído de
cena ou ter ficado sem cabeça no meio daqueles 3 Pastores Alemães. Considerando
a falta de duplos capazes na área da ficção canina, a Margarida pode encontrar
nela uma carreira promissora, ainda mais porque é nova e valentia não lhe
falta.
No cômputo geral e sem qualquer tipo de benefício, as meninas estiveram muito bem, valeu a pena instruí-las pelo extraordinário dia que nos proporcionaram. E sabem que mais: em muitos momentos do treino até me esqueci que eram meninas!
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