segunda-feira, 13 de setembro de 2021

ULTRAPASSAR O PÂNICO PARA SALVAR A VIDA

 

Quando há coragem e tempo para isso, perante o ataque lançado não ordenado de um ou mais cães, o melhor que há a fazer é deitar-se imóvel e em decúbito ventral antes da chegado do cão ou dos cães, tendo o cuidado de proteger as orelhas com as mãos e de não reagir às possíveis mordiscadelas de confirmação, quando os cães procuram certificar-se da ausência de reacção das presas que gera consequente desinteresse por elas. Este treino de defesa dos donos visa libertá-los do pânico para que consigam preservar a sua integridade física e salvar a sua vida. Para que não surja qualquer percalço ou risco acidental, os cães convidados para estes exercícios não podem estar já ensinados a atacar alvos imóveis e os seus donos ou líderes terão que ter absoluto controlo sobre as suas acções, nomeadamente no momento da cessação dos seus ataques, que são invariavelmente lançados. Para maior segurança dos envolvidos, o Adestrador comanda todos os momentos e movimentos da perseguição e captura, colocando-se inclusive junto do instruendo para travar atempadamente os cães em caso de necessidade. Na foto acima vemos a “queda na máscara” da Leonor, executada decidida e prontamente perante o olhar da Débora e a excitação do SRD Kiko. Na foto abaixo, devido ao excesso de confiança, a Débora esqueceu-se de cobrir as orelhas, o que numa situação real poderia ter graves consequências. Vale a pena reparar no sítio em que a cadela se propõe atacar, o que exalta ainda mais quem controlou o seu ataque.

Com a Rita a olhar para os cães grandes e a temê-los, depois de alguma demora a convencê-la, lá anuiu a executar a manobra de defesa, que executou irrepreensivelmente e sem tagarelar. A CPA Luna, que foi no seu encalce, parece dizer-lhe: “Fala, que apanhas!” Esta menina, que tem momentos em que parece de certa forma revoltada (sabe-se lá do quê ou com quê) tem que aprender a ouvir mais e a pensar antes de falar, para não aumentar a sua vulnerabilidade e ser constantemente surpreendida. Para além de necessitar de aprender a defender-se dos cães, precisa em primeiro lugar de aprender a defender-se de si própria. 

Quando a Ana Margarida saiu de casa no Sábado não sabia para o que ia, mas também não arrepiou caminho! Foi ver o treino com o pai dos seus filhos e acabou por participar nele brilhantemente, apesar da sua pequena estatura, vencendo tudo com galhardia e um sorriso franco nos lábios (pena é temer os caranguejos!) Como demonstrou uma segurança acima da média, não uma loucura desmensurada, foram largados 3 CPA’s na sua perseguição e ela conseguiu sair deles incólume. Na foto abaixo vemos parte da perseguição encetada pelos cães.

Num ápice conseguiram alcançá-la e quiseram certificar-se de que já não dava luta. Hermética, “esqueceu-se” deles e não reagiu, até que os cães fossem chamados. Quando uma perseguição é empreendida por vários cães, os riscos para a cobaia ou perseguido são substancialmente maiores, porque estamos perante um ataque de matilha e é muito mais difícil suportar os numerosos golpes, por mais leves que sejam, dos indivíduos que a constituem. A somar a isto, alguns cães, compreensivelmente, tendem a ensurdecer-se para os donos e respectivos comandos.

A foto seguinte dispensa qualquer comentário, a Ana Margarida parece ter saído de cena ou ter ficado sem cabeça no meio daqueles 3 Pastores Alemães. Considerando a falta de duplos capazes na área da ficção canina, a Margarida pode encontrar nela uma carreira promissora, ainda mais porque é nova e valentia não lhe falta.

No cômputo geral e sem qualquer tipo de benefício, as meninas estiveram muito bem, valeu a pena instruí-las pelo extraordinário dia que nos proporcionaram. E sabem que mais: em muitos momentos do treino até me esqueci que eram meninas!

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