Há
gente que nunca cresce, que despreza qualquer conselho e que não mede a
consequência das suas escolhas, relegando para depois a solução dos problemas
que não anteviu, disparates que podem afectar terceiros e ser trágicos para
alguém. Assim acontece também na escolha dos cães, que não são todos iguais e
que por isso oferecem diferentes desafios, obrigam a cuidados díspares, ostentam
distintos níveis de perigosidade, diferenciados graus de responsabilidade e
maior ou menor experiência. E, quando se pensa num cão familiar, há que
considerar cada um dos membros do seu agregado, para que ninguém venha ser
vítima do animal, que atinge a idade adulta muito mais depressa do que as crianças.
Por outro lado, há que considerar o bem-estar dos demais e a coabitação
harmoniosa do cão na sociedade. Gente só, indivíduos imaturos e avessos a
compromissos, também os afectados por diversas patologias, tendem a
desconsiderar tudo o que dissemos atrás e optam por escolhas infantis, opções
que poderão obrigar outros a socorrê-los perante a sua incapacidade de controlar
os cães que escolheram, ausência de controlo invariavelmente de repercussões inimagináveis,
muito embora algumas sejam amplamente conhecidas pela sua constante repetição,
como aquela que vamos narrar a seguir.
No município austríaco de Sandl, pertencente ao distrito de Freistadt, no estado da Alta Áustria, na noite de ontem, terça-feira, dia 14 do corrente mês, de acordo do que fez saber a polícia, que classificou o incidente como “extremamente perigoso”, deflagrou uma luta entre cães, dois Pitbull, no jardim de uma casa. A dona dos animais, uma jovem senhora de 27 anos, tentou separá-los e um deles quase que lhe arrancava um dos dedos da mão direita. Os vizinhos, ao aperceberem-se da situação, ministraram-lhe os primeiros socorros até à chegada dos serviços de emergência, enquanto os cães continuavam a sua luta encarniçada dentro do jardim cercado, onde não era possível entrar em segurança. A sinistrada, depois de acudida pelo médico de emergência, foi conduzida ao hospital de Linz. Como não foi possível separar os cães, foi chamado um caçador do escritório de bem-estar animal, que valendo-se de uma arma de choques, conseguiu finalmente encerrar aquela luta. Provavelmente a dona dos cães queria-os para sua protecção mas esqueceu-se de perguntar, em caso de necessidade, quem é que a protegia deles e um do outro.
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