Na
cidade norte-americana de San Francisco, no Estado da Califórnia, na estação
ferroviária de Powell Street, na passada segunda-feira, dia 13 deste mês, por
volta das 15h00, uma senhora de 41 anos, Amy Adams, que se fazia acompanhar
pelo seu cão, ao sair apressadamente do comboio em que circulava, acabou por
ser arrastada pela composição ao longo dos trilhos, depois que as portas desta
se fecharam, acabando lamentavelmente por morrer. A defunta que trazia o animal
preso pela trela à sua cintura, sem dar por isso, deixou o cão dentro do comboio
e foi rebocada pela trela que se encontrava presa ao animal. Ao contrário da
dona, cachorro saiu ileso do acidente. Estamos aqui perante uma morte escusada
e estúpida, mas que pode repetir-se perante a desatenção dos donos e a ausência
de um “junto” digno desse nome.
O “junto”
é um comando de obediência que visa em primeira instância a protecção e a salvaguarda
binomial, figura que espelha por excelência a unidade de propósitos dos
binómios que a assimilaram, codificaram e que assim se deslocam diariamente,
lado a lado e para sempre. O verdadeiro “junto” carece de ser inviolável e nada
deverá intrometer-se entre o ombro direito dos animais e o joelho esquerdo dos seus
donos, quando em evolução. Para que a perfeita assimilação do comando aconteça
por parte dos cães, é necessário um excelente e continuado condicionamento à
trela, que garantirá a futura e indivisível condução em liberdade. Este comando
é uma das pedras basilares da obediência e em cima dele se constrói todo o
ornato próprio do adestramento clássico nas suas múltiplas vertentes.
Se a falecida norte-americana, da qual se lamenta a morte, tivesse alcançado um “junto” absoluto com o seu cão, provavelmente não estaríamos a estender condolências à sua família e amigos. O “junto”, quando accionado, carrega uma obrigação recíproca - o dono olha pelo cão e este olha pelo dono, reciprocidade advinda da confiança mútua tantas vezes vivida e reconfirmada. É possível que a malograda Amy Adams tivesse o cão assim preso para não o perder de vista no meio de uma carruagem superlotada, opção que se revelou desastrosa e que por isso mesmo não deverá ser copiada.
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