segunda-feira, 6 de setembro de 2021

PUNJAB: 72.414 ATAQUES CANINOS DE JANEIRO A JULHO

 

É do conhecimento geral que muitas das cabeças mais ilustres deste mundo são encontradas na Índia, no Paquistão e até no Afeganistão, o que ainda me faz mais confusão no caso da Índia, pois não sei se os governantes são ignorantes e apostam na ignorância ou se o povo é ignorante e não quer sair dela (pode também acontecer “juntar-se a fome à vontade de comer”). O Estado indiano do Punjab, de maioria Sikh, registou nos últimos 7 meses 72.414 ataques caninos no total dos seus 22 distritos entre janeiro e julho deste ano, o que dá uma média de 14 ataques por hora, situação que é considerada grave pelas autoridades de saúde, nomeadamente as ligadas ao PROGRAMA ESTADUAL DO CONTROLO DA RAIVA (SRCP).

Os veterinários dizem que os cães vadios são os que mais contribuem para o problema, muito embora haja donos que são vítimas dos seus próprios cães. O Dr. Preeti Thaware, oficial do programa SRCP, disse que estes dados sugerem que a ameaça dos cães vadios cresceu nos últimos anos. “Devido ao surto do Covid -19, as pessoas aventuraram-se menos a sair de casa, havendo portanto uma diminuição dos incidentes relacionados com os ataques caninos no ano passado. Mas a realidade é que os cães vadios representam uma séria ameaça para a população humana”, disse o Dr. Thaware. Não existem ali dados oficiais que indiquem a fatalidade causada pelo ataque à dentada dos cães. Por outro lado “a maioria dos pacientes obedece a um cronograma estrito do programa necessário a 4 doses da vacina, que é fornecida gratuitamente. Se as vacinas não forem tomadas nas datas prescritas, o paciente terá que repetir o ciclo e isso pode causar-lhe problemas de saúde indesejáveis”, acrescentou.

O Dr. Sandeep Jain, activista dos direitos dos animais em Ludhiana e ex-membro do Conselho de Bem-estar da Índia, disse que os cães se tornaram agressivos depois do surgimento das monções, que marca a sua época de acasalamento e que atacaram as pessoas devido ao excesso do seu calor corporal. “Mas a esterilização pode reduzir sua agressividade, pois diminui o nível hormonal. A esterilização de cadelas também pode evitar que contraiam muitas doenças e aumentar sua expectativa de vida. A comunidade deve ser educada sobre o comportamento geral dos caninos para minimizar os ataques de cães ”, acrescentou Sandeep Jain.

As autoridades disseram que um painel estadual monitora e executa regularmente um programa anti-rábico organizado. Na última comunicação emitida no dia 1 de setembro, o director e os órgãos locais, pediram aos comissários municipais e subcomissários adjuntos que garantam que os seus programas de controlo de natalidade animal e de vacinação anti-rábica estejam de acordo com as normas fixadas pelo Conselho de Bem-Estar Animal da Índia. “A administração distrital e os órgãos locais conduzem a esterilização de cães, mas o surto de Covid-19 atrapalhou a sua prática desde o ano passado. Vários distritos estão agora a trabalhar para dar início ao programa de esterilização ”, disse um funcionário do departamento de pecuária.

Apesar dos esforços dos governos de vários estados, a Índia vai precisar de todo o apoio que as nações amigas e as ONG’s lhe possam dar, porque há muito que o número de cães ali deixou de ser um problema nacional ou regional, para ser um problema global, mais ainda se considerarmos o problema da raiva, que nós portugueses já conseguimos erradicar do nosso território há várias décadas (desde 1961). Seria bom para quem governa este subcontinente aprender com os erros do passado e nunca mais permitir tão grande número de cães a vaguear, não só pelos ataques que possam produzir, mas pelo perigo que representam para a população humana e para os ecossistemas ao seu redor.

PS: O regresso vitorioso dos Talibãs, que também os há no Paquistão, é um problema para a Índia bem maior do que o causado pelos cães.

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