Infelizmente,
o aumento do número de cães dentro dos lares tem sido acompanhado pelo número de
crianças mortas à dentada. Na estrada de Los Llanos, na rua de Rute, no
município espanhol de Lucena, pertencente à Província de Córdova, Comunidade
Autónoma da Andaluzia, no passado domingo, dia 05 de setembro, por volta das
03h00 da manhã, um Pastor Belga Malinois atacou um menino com 5 anos de idade
que se encontrava a dormir no interior de uma casa de campo privada, onde a sua
família trabalhava em substituição do seu proprietário. O lupino, microchipado
e pertença do dono da fazenda, mordeu fatalmente a criança no peito e no
pescoço. Transportada pelas equipes de emergência para o posto de saúde do município,
o seu óbito foi ali declarado pelo médico de plantão. O cão encontra-se
guardado no centro de recolha de animais da Câmara Municipal. No local
intervieram a Polícia Local e o Corpo de Polícia Nacional, que investigam as
circunstâncias deste fatal incidente. Segundo estas mesmas autoridades, ainda
não houve nenhuma prisão, as investigações continuam e aguardam-se os
resultados da autópsia. O processo não é sigiloso e o juiz aguarda que lhe
entreguem o boletim de ocorrência e o resultado da autópsia, que será realizada
no Instituto de Medicina Legal, conforme indicações do Superior Tribunal de
Justiça da Andaluzia.
A única palavra que me ocorre como comentário ao sucedido é “negligência”. Como posso eu dormir descansado quando uma criança se encontra vulnerável? Todos sabemos que as vítimas preferenciais dos cães são as crianças mais pequenas! Como o assunto é por demais lamentável e enche-me de tristeza, prefiro falar de Lucena, do seu brasão e de um particular da sua rica história, uma vez que teve um passado judaico, sendo por isso ainda conhecida como “Pérola de Sefarad”. No brasão da cidade, um pouco dissimulada, vê-se a Estrela de David. O nome Lucena vem do Hebraico “Eli ossana” אלי הושענא, “Deus nos salve”, vindo os muçulmanos a chamá-la de اليشانة al-Yussana. Doravante, a cidade ficará também conhecida pelo cão que matou o menino, episódio cruel de difícil esquecimento.
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