terça-feira, 31 de agosto de 2021

TRAGÉDIA NA CALÁBRIA

 

Um pequeno pinhal na zona rural de Satriano, na Calábria, Itália, foi palco de uma terrível tragédia na sexta-feira passada. Um jovem casal que caminhava na floresta foi cercado por uma matilha de cães e atacado. Enquanto o jovem conseguiu chegar em segurança a um prédio abandonado, a fugitiva Simona Cavallaro, de 20 anos (na fto seguinte), foi surpreendida pelos cães selvagens e várias vezes mordida. Quando a equipa de resgate chegou, a jovem de 20 anos já estava morta. Simona Cavallaro tinha encontrado vários amigos na área de Monte Fiorino num pequeno pinhal, onde foram montadas  várias mesas e bancos para um piquenique colectivo. Após o piquenique, a jovem de 20 anos deixou o grupo com o seu namorado e juntos decidiram fazer uma pequena caminhada pelo pinhal.

Segundo uma reconstrução inicial dos Carabinieri e o testemunho do jovem sobrevivente, o casal deparou-se logo com um grande rebanho de ovelhas acompanhado por um grande número de cães. Quando Simona Cavallaro e o jovem, que também tinha 20 anos, viram os cães, ficaram com muito medo. Em simultâneo, os cães avistaram o casal, cercando-o e atacando-o. Simona Cavallaro e o seu namorado tentaram fugir imediatamente. O jovem conseguiu chegar a tempo a um prédio abandonado, trancar-se e usar o smartphone para fazer uma chamada para o número de emergência. No processo, porém, ele perdeu a sua namorada de vista. A matilha de cães selvagens não deu qualquer chance à jovem, que provavelmente queria fugir na direção do carro, mas acabou por internar-se na densa floresta, sendo várias vezes ultrapassada pelos cães selvagens e mordida amiúde. Quando a ambulância e a equipa de resgate chegaram, a jovem já havia sucumbido aos graves ferimentos que sofrera no ataque.

Os Carabinieri de Soverato chegaram ao local do acidente em simultâneo com a equipa de resgate, e junto com o Ministério Público responsável iniciaram uma investigação imediatamente. A autópsia da vítima, ordenada pelo Delegado do Ministério Público, confirmou a suspeita original de que a jovem de 20 anos havia morrido devido à perca de sangue provocada pelas dentadas. No fim-de-semana, os Carabinieri puderam pesquisar o dono dos cães - o pastor Pietro Russomanno, de 44 anos - e, em colaboração com veterinários e autoridades florestais, doze cães, da raça Pastor-Maremanno-Abruzês foram capturados, tendo ainda alguns manchas de sangue da vítima. Segundo as primeiras declarações do pastor de 44 anos, os cães "semi-selvagens" costumavam seguir o rebanho sozinhos. “Ainda estamos à procura de mais cães que também faziam parte da matilha. No entanto, uma investigação preliminar de homicídio por negligência já foi iniciada contra Pietro Russomanno”, adiantaram as autoridades.

A cidade natal de Simona Cavallaro, Soverato, está em choque após a tragédia. “Você não pode ir a um lugar público e perder sua vida desta forma horrível”, disse o seu pai durante o cortejo fúnebre que foi realizado para homenagear a jovem universitária. O drama de Simona Cavallaro gerou um acalorado debate entre a opinião pública italiana. Muitos italianos estão a pedir que o problema dos cães selvagens e vadios, que atacam repetidamente pessoas, seja finalmente resolvido, problema que é mais comum no sul. Várias organizações de bem-estar animal, no entanto, pediram para que a vida dos cães seja poupada. A associação de protecção dos animais (AIDAA) anunciou que nos próximos dias irá requerer a custódia da matilha de cães actualmente apreendida pela autoridades. O objetivo - segundo esta associação - é evitar a morte dos animais e formar um grupo de especialistas capaz de os reeducar (oferecia-me para o fazer se levasse guia de marcha e fosse abonado de alimentação e alojamento).

O pânico e a fuga dos jovens de um território que os cães consideravam seu foi-lhes fatal, porque se comportaram e foram entendidos como intrusos. Ficou demonstrado que o casal tinha pouca experiência e não se sentia muito à vontade perto daqueles animais. Caso tivessem permanecido quietos e terem-se deixado cair no chão em decúbito ventral, não reagindo às possíveis mordiscadelas, tudo não passaria de um grande susto, até porque aqueles cães não estavam preparados para atacar alvos imóveis. O namorado da jovem, ao abandoná-la e tentar safar-se, mostrou pouco carácter e manifesta cobardia (mais valia à jovem tê-lo perdido do que ter perdido a vida). Por causa de casos idênticos, como sempre temos feito, continuamos a dar subsídios de defesa contra possíveis ataques caninos, sejam eles individuais ou colectivos.

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