Ontem,
sem que isso constasse do Plano de Aula, foi ressuscitado o histórico espírito
de cumplicidade da Acendura Brava, baseado na união de esforços entre
condutores e cães e no princípio “onde estiver um, estará o outro”.
Como escola de condutores que é, para além de ensinar cães, a Acendura procura
também o robustecimento atlético dos líderes caninos, que em paralelo com os
seus parceiros de quatro patas, adquirem a robustez necessária a uma boa
prestação cinotécnica, mais-valia que fortalecerá a união binomial e
possibilitará um controlo mais eficaz sobre os animais que conduzem. E a nossa
aposta tem sido tal, que no passado alguém disse a propósito: “ Aqui até os
coxos correm e quem mal andava, passou a caminhar uma milha diária!”
Decididamente não somos uma escola para exibicionistas, destinada àqueles que
dominados pela vaidade pouco fazem e que muito exigem dos seus cães, somente
porque lhes dá gozo. Muito menos chamaremos de bem-vindos os que não têm
humildade para aprender, os que gostam de ser excepção ou que procuram
tratamento diferenciado, porque persistimos em ser uma equipa coesa, capaz de
suprir as dificuldades dos seus membros e nisto permaneceremos irredutíveis. Na
foto acima, com muita vontade de vencer e sangue na guelra, vemos o binómio
Débora/Kiko (o pequeno SRD já pensa que é Pastor Alemão por treinar com eles)
num alegre exercício de cumplicidade emanando saúde e alento. Na foto abaixo,
no mesmo exercício e que com igual desempenho, vemos o binómio Pedro
Rodrigues/Luna.
A
propósito do Pedro Rodrigues, há que dar-lhe os parabéns por estar a cessar
exemplarmente os ataques da CPA Luna à distância, facto que ficou provado na
sua prestação de ontem. Com a aprovação da Débora, que em nenhum momento se
mostrou insegura, procedemos ao seu baptismo, iniciação que continuamos a levar
a cabo debaixo do espírito atrás mencionado. Houve muita adrenalina à solta e
areia no ar, mas a Débora saiu do ritual ainda mais forte e segura.
Também
o Henrique Fabião, filho do José Maria e que cada vez mais se parece com o pai,
foi baptizado, mostrando-se seguro mesmo com a CPA Luna em cima e a
assobiar-lhe aos ouvidos, A foto seguinte não seria possível sem o excelente
controlo do Pedro Rodrigues sobre a cadela lupina.
Está
ser cada vez mais difícil separar o José Maria do CPA cinzento Jay, porque é
difícil imaginar um sem o outro. Ambos tiveram ontem uma excelente prestação e
o Möselring esteve em alta. No exercício de cumplicidade, o José Maria teve que
se aplicar a fundo, não porque a idade lhe pese ou a saúde lhe falte, mas
porque tem uns tantos quilitos a mais.
O
Noé, na foto seguinte a saltar com o CPA Ruky, precisa de dedicar mais tempo à
obediência do seu cão, porque o animal não tem contra-indicações, já tem idade
para isso e é grande e valente - um verdadeiro leão adormecido – que importa
acordar com regras. O Noé mostrou estar em boa forma e ter a robustez
necessária para a sua função.
Conduzir
uma cachorra CPA negra como a Süße, que é bastante resiliente e que insiste em
ter vontade própria, particularmente agora que atingiu a maturidade sexual, não
foi uma tarefa fácil para o Henrique, que ainda por cima vive afastado dela, só
a vendo quando visita o pai. Não obstante, pese embora as dificuldades, o rapaz
conseguiu impor-se como líder. Na foto, a fazer de obstáculo, vemos a Patrícia
a sorrir, exemplo da boa disposição que acompanhou o treino de ontem.
Depois
de dois “baptismos” estivemos a ponto de celebrar um “casamento” (felicidades
para a Inês e o Carlos), quando mandámos a Débora e o Pedro Pereira anular o
ataque da CPA Luna, cadela que mostrou uma predilecção especial pelo jovem que
se escapava à sua frente. A manobra de defesa do casal de namorados é excelente
do ponto de vista estratégico, porque não correram para o mesmo lado e com isso
confundiram e diminuíram o ímpeto da cadela perseguidora.
Com
a maré a esvaziar, os trabalhos voltaram-se para terra e um deles assentou sobre
a execução colectiva e linear dos comandos de “quieto” e “aqui”, tirados a
partir da posição de “deita” e com os donos a poucos metros de distância dos
animais, atendendo em parte à presença do SRD Kiko, um dos cães recém-chegados
à escola, que até se portou muito bem, apesar de se encontrar entre cinco
Pastores Alemães.
Com
os animais assim posicionados, o Adestrador tentava arrancá-los do seu sítio,
quer dando-lhes ordens quer convidando-os para a brincadeira, tanto pela sua
frente como pela sua retaguarda, colocando-se entre eles e os donos ou
provocando-lhes insegurança.
Conforme
se pode ver no GIF seguinte, o CPA Jay foi ainda mais testado ao levar com um
par de chinelos em cima, distracção/agressão que não o fez desrespeitar a ordem
de imobilização dada pelo seu líder (nunca duvidámos da qualidade deste cão).
No
GIF abaixo é possível ver os cães a serem chamados individualmente e cada um na
sua vez, a começar pelo lado direito como sempre acontece. Todo se comportam
bem e só avançaram mediante ordem, somente o CPA Ruky vacilou um pouco.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Débora/Kiko; Henrique/Süße; José Maria/Jay; Noé/Ruky; Paulo/Bohr e Pedro Rodrigues/Luna. Oficiaram-se os “baptismos” da Débora e do Henrique, o Pedro Pereira praticou técnicas de defesa contra ataques caninos e ainda deu uma perninha como fotógrafo, sucedendo o mesmo com a Patrícia Rodrigues. A montagem ficou a cabo do Paulo Jorge, o Jorge Guerreiro não participou das actividades porque esteve a trabalhar no turno da noite e o Henrique, filho do José Maria, deu muito boa conta de si. Os trabalhos decorreram segundo o expectável, com muita alegria e boa disposição.
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