Com
a Inês a ter que ir provar o fato de noiva (o dia feliz aproxima-se), a Débora
ficou sem a sua companheira de instrução habitual, partindo com o Kiko para um
novo local de aprendizagem, onde ambos foram convidados para novos desafios,
visando a destreza da dona e o robustecimento do carácter do cão. A Débora é
uma jovem ambiciosa, vinda do hipismo, que decidiu colocar para si mesma a
fasquia muito alta no adestramento que agora iniciou, arrojo que o Adestrador
muito apreciou por ser simultaneamente invulgar e ousado – um prémio que
tardava na sua já longa carreira. Como a menina tem uma passada regular curta,
com cerca de 80 cm, manifestamente insuficiente para acompanhar os restantes
binómios nas conduções linear e dinâmica, onde se exige uma passada constante
de 120 cm de extensão, a Débora foi convidada para subir com o SRD Kiko umas
bancadas de cimento para alcançar gradualmente o alongamento do passo
necessário. Como não partiu sozinha, o Kiko foi melhorando a sua capacidade instantânea
de salto.
Como
se pode ver na foto seguinte, este binómio experimentou pela primeira vez e com
êxito o “ESPELHO DE SOLO”,
obra de antigos alunos ainda utilizável que permanece no local escolhido para o
efeito (à sombra de um velho cedro). No Espelho de Solo procura-se a perfeição dos
alinhamentos binomiais no tricomando básico (alto, senta e deita).
O
binómio estreou-se também no tronco sobre a vala, exercício que o SRD Kiko
parecia conhecer e que executou com espantosa facilidade. Na foto abaixo, vemos
o pequeno cão chocolate a fazer o “à frente” perfeitamente enquadrado e seguro.
Assim
como fez o “à frente”, do mesmo modo fez “o atrás”, mostrando-se a sua
companheira menos segura e propensa ao desequilíbrio, preocupada que ia com o
cão, quando este se encontrava literalmente a passear.
Introduzimos
também o Kiko às passagens estreitas e convidámo-lo para caminhar sobre um
pequeno muro de 13 cm de largo, exercício que pedimos a todo e qualquer cão
independentemente do seu tamanho, desde que se destine a ser cão de guarda ou
mostre propensão para o resgate e salvamento. O GIF seguinte mostra a
facilidade com o que o SRD venceu o exercício, que para ele, atendendo ao seu
tamanho, não tinha qualquer grau de dificuldade.
O
binómio exercitou-se também num corredor de blocos quadrados de pedra, elevados
a 50 cm e com 3 m de distância entre si. Para além de dotar o cão de maior
prontidão e de contribuir para o seu desenvolvimento atlético, importava
condicionar a dona a adiantar-se em relação ao animal para que este ao saltar
não a carregasse às costas, coisa fácil de acontecer caso alinhasse pelo cão ou
progredisse atrás dele.
Mediante
o auxílio da trela, o Kiko foi ensinado a sair duma vala (amanhã virá a fazê-lo
em liberdade), como subsídio de evasão e preparação para a escalada dos muros
ao seu alcance, que oscilarão, presumivelmente, entre os 120 e 180 cm de
altura.
A
Débora e o Kiko foram também convidados para vencer uma passagem interrompida,
que substituiu com propriedade a “Ponte-Quebrada”, obstáculo de endurance que
visa aumentar a capacidade instantânea de salto em extensão de um cão. A foto
que se segue reporta-se a esse momento do treino e nela está patenteada
extraordinária disponibilidade da condutora.
O
binómio foi ainda convidado para executar o “à frente” e o “atrás” numa ravina
de pedra solta, o que não se revelou ser uma tarefa fácil. Como diz o povo e
bem, “para cima todos os santos ajudam”, pois foi só na descida que a condutora
“aterrou”.
Como
o calor não apertava, a dona estava para as curvas e o cão cheio de energia,
optámos por introduzi-los ao Slalom, verificando que a Débora carece de melhor
arranque e de começar a dominar os procedimentos que induzem ao sucesso.
Ontem
foi também dia de iniciação aos muros e o pequeno grande Kiko não defraudou. Na
foto seguinte vemos o momento da marcação do salto numa das primeiras partidas
do animal. O muro é de pedra e tem120 cm de altura.
E
como quem sobe também desce, ensinámos este valoroso SRD a descer do muro, para
diminuir a distância que o separava do solo. Por razões relativas à salvaguarda
da integridade física destes animais, nenhum cão deverá descer de um muro a
mais de 150 cm do solo.
Num dia de árduo trabalho, terminámos a aula com o seu plano cumprido, com as metas vencidas e com os objectivos alcançados. As fotos são da autoria do namorado da Débora (que de alguma forma se ajeitou), a menina continua de parabéns e o cão é um espanto. Obrigado aos três!
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