Dado
a pensar com os meus botões, antes da chegada da pandemia, dei comigo a alvitrar
da possibilidade de uma matilha de caça grossa cair acidentalmente em cima de
algum inocente viandante, atendendo à sua procura, número e proliferação de
javalis (a pandemia e a redução drástica de caçadores estão a contribuir para o
aumento inusitado do porco selvagem). Felizmente isso nunca veio a acontecer
por cá, porque ser tomado de ponta por uma matilha de caça não é nada bom
atendendo às suas graves consequências. O fenómeno é raro, mas aconteceu anteontem,
Quinta-feira, em Petersberg, município alemão do distrito de Saalekreis, na
Alta Saxónia, onde um casal de idosos foi atacado num jardim por vários cães de
caça.
Segundo
fez saber a polícia local ontem, os cães invadiram inesperadamente aquele
jardim e predispuseram-se a atacar o casal. A senhora conseguiu escapar ilesa
ao subir por uma sebe, mas o seu marido, homem de 77 anos, não teve igual sorte,
porque foi severamente mordido, sofreu ferimentos graves e acabou por ser
internado num hospital. Um ataque de uma matilha de caça é bem pior do que o perpetrado
por um grupo de cães de guarda, porque procura sangue e troféus, enquanto o
último cessa quando a resistência acaba e os alvos permanecem imóveis,
pormenores que são fáceis de compreender, porque o ataque dos primeiros é
instintivo e o segundo produto do condicionamento. No meio de tamanho azar, o
idoso ainda teve alguma sorte, porque podia ter ido desta para melhor e não
ficar cá para contar o que lhe aconteceu. Se porventura sentir por perto uma
matilha de caça, particularmente de caça grossa, saia dali quanto antes, de mansinho e sem
alarde.
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