sábado, 12 de setembro de 2020

VAI LÁ, VAI!

Dado a pensar com os meus botões, antes da chegada da pandemia, dei comigo a alvitrar da possibilidade de uma matilha de caça grossa cair acidentalmente em cima de algum inocente viandante, atendendo à sua procura, número e proliferação de javalis (a pandemia e a redução drástica de caçadores estão a contribuir para o aumento inusitado do porco selvagem). Felizmente isso nunca veio a acontecer por cá, porque ser tomado de ponta por uma matilha de caça não é nada bom atendendo às suas graves consequências. O fenómeno é raro, mas aconteceu anteontem, Quinta-feira, em Petersberg, município alemão do distrito de Saalekreis, na Alta Saxónia, onde um casal de idosos foi atacado num jardim por vários cães de caça.
Segundo fez saber a polícia local ontem, os cães invadiram inesperadamente aquele jardim e predispuseram-se a atacar o casal. A senhora conseguiu escapar ilesa ao subir por uma sebe, mas o seu marido, homem de 77 anos, não teve igual sorte, porque foi severamente mordido, sofreu ferimentos graves e acabou por ser internado num hospital. Um ataque de uma matilha de caça é bem pior do que o perpetrado por um grupo de cães de guarda, porque procura sangue e troféus, enquanto o último cessa quando a resistência acaba e os alvos permanecem imóveis, pormenores que são fáceis de compreender, porque o ataque dos primeiros é instintivo e o segundo produto do condicionamento. No meio de tamanho azar, o idoso ainda teve alguma sorte, porque podia ter ido desta para melhor e não ficar cá para contar o que lhe aconteceu. Se porventura sentir por perto uma matilha de caça, particularmente de caça grossa, saia dali quanto antes, de mansinho e sem alarde.

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