sábado, 19 de setembro de 2020

POR ENQUANTO NÃO HÁ VOLTA A DAR

 

Apesar do profundo desejo de ajudarmos os nossos cães a envelhecer graciosamente e a manter-se mentalmente saudáveis, um novo estudo sugere que mesmo a melhor dieta e o treino não conseguirão atrasar-lhes o peso dos anos - por enquanto não há nenhuma fórmula mágica capaz de travar o envelhecimento dos nossos cães. Assim como os seus donos humanos, os cães podem experimentar declínios de pensamento e mudanças de comportamento à medida que envelhecem, podendo mostrar menos curiosidade sobre novos objectos e mostrar declínio na sua capacidade de resposta social, memória e atenção, segundo adiantaram os autores do estudo.

Estudos anteriores tinham vindo a sugerir que o treino ao longo da vida e uma dieta enriquecida podiam retardar o envelhecimento mental dos cães, mas poucos exploraram o envelhecimento nos cães de estimação em ambientes da vida real. Neste último estudo, uma equipa internacional de pesquisadores liderada por Durga Chapagain, da Universidade de Medicina Veterinária de Viena, na Áustria, descobriu que cães entre a meia-idade e a velhice, que foram treinados ao longo da vida e alimentados com uma dieta rica em nutrientes durante um ano, não tiveram melhor desempenho nos testes de raciocínio do que os cães que receberam menos treino e comeram uma dieta regular.

O estudo incluiu mais de 100 cães de estimação de várias raças e com mais de 6 anos de idade. Os cães participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: metade foi alimentada com uma dieta rica em nutrientes, incluindo antioxidantes e ácidos gordos ómega, enquanto a outra metade consumiu uma dieta regular. Os pesquisadores também recolheram informações dos donos dos animais sobre o treino anterior dos seus cães. Depois de um ano de dieta, os pesquisadores avaliaram as capacidades mentais dos cães a partir de um teste cognitivo desenvolvido para cães mais velhos. Infelizmente, a dieta e o treino não tiveram um impacto significativo no declínio mental, disseram os autores do estudo. 

Os cães idosos experimentaram declínios em quatro áreas específicas: solução de problemas, sociabilidade, ousadia e dependência. No obstante, os resultados mostraram que a sua capacidade de treino e a sua independência de actividade pareceram permanecer com alguma nitidez. O estudo foi publicado online no dia 16 de Setembro na revista “PLOS ONE”. Se porventura conseguíssemos travar o processo de envelhecimento dos cães, não demoraria muito que intentássemos fazer o mesmo connosco. Como a ciência está em constante evolução, aguardamos novos estudos e conclusões mais peremptórias sobre esta matéria.

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