Hoje
em Sidney, na Austrália, por volta do meio-dia, no Centro Comercial Cronulla
Mall, uma senhora com cerca de 60 anos foi mordida numa mão quando intentava
separar três cães envolvidos numa luta. Várias ambulâncias chegaram ao local, a
senhora foi levada para o hospital e os 3 cães foram apreendidos. Diz quem
assistiu a tudo, que a bem-intencionada senhora gritou de dor intensamente.
Separar
cães engalfinhados sem os meios necessários não é para todos, porque exige sangue-frio, técnica e
experiência, e como nem sempre as coisas correm bem, é preciso estar preparado
para ser mordido, adivinhar as intenções dos animais e conhecer a natureza dos
seus ataques para minimizar os danos provocados pelas suas investidas. Separar
cães que nos pertencem sempre será mais fácil do que fazê-lo com os alheios,
que são-nos desconhecidos e não recolhessem a nossa autoridade, confundindo-nos
com facilidade como outro cão agressor. Cada grupo somático canino tem zonas
corporais díspares sobre as quais se podem produzir imobilizações capazes e
seguras, mesmo naquelas raças de difícil separação.
Como se calcula este trabalho deve ser feito por quem sabe e está disposto a correr riscos. Na nossa escola este é um dos deveres do adestrador, pelo que os alunos estão proibidos de fazê-lo dentro do espaço escolar, independentemente daquilo que estiverem a fazer. Esta decisão, que já é histórica atendendo ao tempo em que vigora, visa proteger pessoas e cães, impedir que se aleijem gratuita e irremediavelmente, evitar os juízes em causa própria e salvaguardar o carácter dos cães envolvidos, para que todos saiam da contenta sem experimentarem a derrota. Ninguém melhor do que o adestrador deverá conhecer os animais que treina, ele aposta no bem-estar de todos e sabe como dosear a repreensão de acordo com o particular de cada cão. Assim, quando um “adestrador” é o primeiro “a pôr-se ao fresco” e a abandonar os animais à sua sorte, para além de estarmos na presença de um cobarde, de uma criançola irreflectida, estamos perante um inabilitado para o trabalho a que se propôs.
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