Como
o título sugere vamos aqui tratar das implicações morfológicas no desempenho
canino, nomeadamente dos cães que apresentam uma garupa larga e bem
desenvolvida, mas que em contrapartida são portadores de um peito estreito ou
muito estreito, desequilíbrio que poderá sujeitá-los a um maior risco de lesões,
principalmente nos saltos e no momento da sua saída, aquando do inevitável impacto
ao solo. Todos sabemos que o “motor” dos cães se encontra atrás e que ele é
tanto ou mais poderoso quanto mais forte for a sua garupa. Cães bem aprumados
de traseira tendem a saltar mais do que os demais e com menos embalo, mas se
ostentarem o peito estreito, poderão fraquejar, cair e consequentemente
lesionar-se no momento em que atingem o solo, o que deverá ser evitado a todo o
custo diante do objectivo central do adestramento.
Cães
com estas características morfológicas, quando conduzidos em liberdade,
obrigarão os condutores a deslocar-se francamente na sua frente e sem
causar-lhes impacto visual (sem olhar para trás para não lhes causar
travamento), para que os animais consigam distribuir mais rapidamente o seu
peso corporal pelos dois pares de membros. Como preparação e aquecimento dos
anteriores destes animais aconselha-se o recurso ao “Extensor de Solo” e na sua
ausência às “Verticais consecutivas de 60 cm”. É óbvio que os cães mais pesados
e os de cauda amputada com esta morfologia incorrem em maior risco de lesão, os
primeiros porque sofrem maior impacto ao solo e os segundos porque executam
saltos menos convergentes e por isso mesmo mais periclitantes. Atendendo ao
bem-estar destes cães, quando a praticar desporto, o seu peso nunca deverá ultrapassar
o indicado pelo estalão da raça, que servirá igualmente de bitola para cães
similares sem pedigree. Debaixo da mesma preocupação, os cães que ultrapassarem
os 35 kg e forem sujeitos a saltos superiores aos naturais deverão pesar
sensivelmente -5% do peso indicado no seu estalão.
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