No
Chaco paraguaio, região semiárida que está a ser desmatada rapidamente, uma
estância que cria gado (Estancia Marca Trébol) tem sido notícia pelas piores razões.
Ao que parece, é propriedade de um conhecido político que empreende uma
verdadeira cruzada contra os cães e que obriga os seus empregados a
participarem nela (empregado que se negue é despedido), pelo que todos os seus funcionários
são obrigados a assinar um documento sobre a matança dos cães e o seu silêncio.
Infelizmente, atitudes destas têm muito de sul-americano no mau sentido, de
terra queimada e de desrespeito pelos outros, quer sejam ecossistemas, pessoas
ou animais. Porque razão este senhor, ao invés de pagar a trabalhadores para
matar os cães, não contrata um veterinário para esterilizá-los? Será por causa
da impiedade que só considera os custos? Todo aquele que vai para o Paraguai e
que tenha 3 dedos de testa prospera e assim continuará até o país se transformar
num sítio impossível para se viver, atendendo aos abusos cometidos pela exaustiva
exploração pecuária e pelo progressivo envenenamento dos campos agrícolas.
Mas
voltemos à matança de cães na Estância Trébol, porque sobre o resto cabe exclusivamente
aos paraguaios pronunciar-se. Segundo o jornal semanal La Nación, um tal de
Nicodemus Ruiz Díaz, veterinário na citada estância e pelos vistos também “carabineiro”,
teria matado a tiro pelo menos 36 cães a mando dos seus patrões, recebendo
150.000 guaranis (12,0614€) por cada cão morto e 300.000 (36,1842€) por cada
cadela prenhe?! Quando as fotos dos cachorros mortos começaram a aparecer nos media em Fevereiro e
Março, a Procuradora Norma Paredes tomou conhecimento do assunto e conseguiu
confirmar que os cachorros que ali estavam enterrados tinham sido baleados.
Neste momento, com base na Lei nº 4.840/13 relativa ao bem-estar animal, que a breve trecho diz “todos são obrigados a proteger todos os animais contra danos e danos" e que abrange os animais domésticos, os silvestres e os exóticos em cativeiro, prevendo uma pena de prisão efectiva até 2 anos a quem maltratar ou matar animais, grupos de bem-estar animal estão a pressionar a procuradoria para que o dono ou donos da Estância sejam processados. Oxalá seja feita justiça, o que sinceramente duvido, a menos que a opinião pública internacional se manifeste contra esta escusada e cruel matança.
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