sábado, 19 de setembro de 2020

PARAGUAY: POST CARDS DE LA ESTANCIA MARCA TRÉBOL

 

No Chaco paraguaio, região semiárida que está a ser desmatada rapidamente, uma estância que cria gado (Estancia Marca Trébol) tem sido notícia pelas piores razões. Ao que parece, é propriedade de um conhecido político que empreende uma verdadeira cruzada contra os cães e que obriga os seus empregados a participarem nela (empregado que se negue é despedido), pelo que todos os seus funcionários são obrigados a assinar um documento sobre a matança dos cães e o seu silêncio. Infelizmente, atitudes destas têm muito de sul-americano no mau sentido, de terra queimada e de desrespeito pelos outros, quer sejam ecossistemas, pessoas ou animais. Porque razão este senhor, ao invés de pagar a trabalhadores para matar os cães, não contrata um veterinário para esterilizá-los? Será por causa da impiedade que só considera os custos? Todo aquele que vai para o Paraguai e que tenha 3 dedos de testa prospera e assim continuará até o país se transformar num sítio impossível para se viver, atendendo aos abusos cometidos pela exaustiva exploração pecuária e pelo progressivo envenenamento dos campos agrícolas.

Mas voltemos à matança de cães na Estância Trébol, porque sobre o resto cabe exclusivamente aos paraguaios pronunciar-se. Segundo o jornal semanal La Nación, um tal de Nicodemus Ruiz Díaz, veterinário na citada estância e pelos vistos também “carabineiro”, teria matado a tiro pelo menos 36 cães a mando dos seus patrões, recebendo 150.000 guaranis (12,0614€) por cada cão morto e 300.000 (36,1842€) por cada cadela prenhe?! Quando as fotos dos cachorros mortos começaram a aparecer nos media em Fevereiro e Março, a Procuradora Norma Paredes tomou conhecimento do assunto e conseguiu confirmar que os cachorros que ali estavam enterrados tinham sido baleados. 

Neste momento, com base na Lei nº 4.840/13 relativa ao bem-estar animal, que a breve trecho diz “todos são obrigados a proteger todos os animais contra danos e danos" e que abrange os animais domésticos, os silvestres e os exóticos em cativeiro, prevendo uma pena de prisão efectiva até 2 anos a quem maltratar ou matar animais, grupos de bem-estar animal estão a pressionar a procuradoria para que o dono ou donos da Estância sejam processados. Oxalá seja feita justiça, o que sinceramente duvido, a menos que a opinião pública internacional se manifeste contra esta escusada e cruel matança. 

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