Lalim,
uma pacata e quase desconhecida Vila do Concelho de Lamego, no Distrito de
Viseu, tem andado nas bocas do mundo por causa de Henrique de Carvalho, homem
de 63 anos que matou a ex-mulher com 8 tiros, desaparecendo em seguida sem
deixar rasto, alvitrando-se como hipótese que já não se encontrasse em
território nacional. As polícias fizeram várias batidas nos terrenos adjacentes
à Vila onde ocorreu o crime e nunca deram com o homicida foragido, homem que a
população passou a temer depois do sucedido, ainda mais porque prometeu matar o
seu filho mais velho. Ontem, 24 dias depois do assassínio de Ana Maria Melo, o
corpo do homicida foi encontrado graças à ajuda de uma cadela de um sobrinho
seu, uma mestiça de caça que dá pelo nome de “Matreira” (na foto abaixo com o
seu proprietário, o Sr. Armando Clemente). Ao que tudo leva a crer, o homicida
ter-se-á suicidado no mesmo dia em que matou a sua ex-mulher e o seu corpo foi encontrado a 700 metros de distância do local do crime?!
O
sucesso da pequena cadela na detecção do corpo do assassino de Lalim deverá
lembrar muita gente responsável que os abrigos caninos estão cheios de animais com
igual potencial e mais-valias, porque a maioria deles descende de cães caça que
foram seleccionados pela sua aptidão no desempenho cinegético, crivo que à
partida assegura-lhes um excelente olfacto e uma superior máquina sensorial,
atributos capazes e necessários para valer às forças da ordem nos seus
múltiplos serviços. Agora que tudo terminou, muita gente interroga-se porque
razão os cães policiais destacados para a batida ao homem não o sinalizaram e a
“Matreira” sim. É possível que a decomposição do corpo operada pelo passar dos dias
tenha desempenhado aqui um importante papel. À parte disto, que não pode ser
desconsiderado, são várias as razões para o insucesso dos cães policiais, que poderão
ir desde a escolha errada dos binómios até um mau planeamento operacional.
Caberá aos responsáveis pelo logro responder, isto se for do seu interesse, já
que legalmente não são obrigados e ninguém estranha se não o fizerem.
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